Como em uma viagem minimalista à China dos anos 1930, o estilista Giorgio Armani não se abalou - apesar da expectativa sobre como seriam as coleções de alta-costura em tempos de crise - e mostrou que o luxo pode ser menos extravagante e mais real. Ombros estruturados confirmam a sua volta, mas desta vez com modelagens que valorizam o corpo revelando a força das formas geométricas. Eles aparecem discretos nas manguinhas curtas e poderosos no volume arredondado dos blazers. As cinturas altas são marcadas por detalhes bordados com pingentes de franjas (também fortes aliadas das bolsinhas de mão) ou pelo trabalho primoroso de leques de tecido. Saias "midi" - aposte neste comprimento - lembram figurinos de divas do cinema antigo e pedem tops glamourosos. Outro bom destaque são os terninhos cheios de influências de construções orientais, em suas barras (curtas!) e mangas pontudas. Eis aí uma opção mais do que sofisticada para aqueles dias que queremos deixar o vestido de lado. Nas cores, predomina o preto (inclusive nas unhas), seguido do prata e do dourado. E a surpresa dos looks coloridíssimos, com um lindo mix de amarelo e azul, também agrada. Sem falar na escolha atemporal das estampas florais. Já a segunda parte do desfile aposta nos longos, no melhor estilo red carpet. Nada de tecidos esvoaçantes. A estrutura das peças é bem próxima do corpo, marcando a silhueta com assimetria de decotes e detalhes bordados lembrando arabescos. Os acessórios estão com tudo e levantam qualquer produção. Colares, braceletes com pedras e broches merecem atenção especial. Enfim, ter essas peças no armário pode ser privilégio de poucas, mas usá-las como referência de elegância é privilégio de todas. Viva!