Estranho: sempre curto "numas" o prêt-à-porter da Maison Chanel, muitas vezes exageradamente jovem, em outras absurdamente "perua". Mas - em compensação - as coleções "Couture" quasequase me matam de desejos, evidentemente impossíveis, pelo menos nesta minha passageira encarnação (não, eu não disse "encanação"...) Gente, que mundo admirável esse, em que tudo é tão absolutamente perfeito, nada desafina, nada "arranha". Meu coração "acorda" - de um interminável bocejo-fashion - todo excitado! Acorde comigo. Olhe só essas sombras, essas luzes flutuando na passarela. Ah, nada, nada é mais difícil na moda do que reinventar vestidos festivos, notívagos, sem escorregar no "
too much". Mas a mão de
Karl Lagerfeld não vacila e - maravilha! - o nirvana acontece. Tons e semitons de cinza-fumaça, de mercúrio escorregadio, de aço bruto, de inox vestem
the new woman, poder de consumo AAA. Quem foi que disse que ela tem um caso com o
Eike Batista?? Eu não. Muito menos com o
Daniel Dantas. Nem com o
Nagi Nahas. Nem com o... Bom, deixa isso pra lá. Até porque meu blá, todo mundo sabe, é 100% fashion, embora (parece), pouca gente sabe, ela (a tal da moda) é sempre uma conseqüência direta do que ocorre no mundo. Guerra e paz, economia e inflação, cultura e ignorância, honestidade e charlatonice etc.etc. E agora está acontecendo o quê?? Este momento bonitíssimo, talvez irreal (
but who cares?), em que Karl dá show do que poderia ser uma Metrópolis 2008, virtual, sensacional. As construçõesesculturas desses vestidos, seus minimíssimos detalhes teatralizados cuidadosamente/ amorosamente, seus bordados "ausentes", seus volumes inesperados, suas texturas "prata de lei". Quando imagens assim acontecem, nem respiro. Sei que a magia é pra lá de frágil. Um sopro a mais e...
psssssss, ela pode se apagar.