...a capa das revistas, que protege as páginas internas e anuncia os assuntos principais da edição. Para fazer as revistas, jornalistas precisam entrevistar â¬" do latim inter, entre, e visum, visto â¬" muitas pessoas.
Aforismo: do grego
aphorismós, do verbo
aphorízo, separar, pelo latim
aphorismus, aforismo, sentença, provérbio. Texto curto ou extrato de texto longo, em prosa ou poesia, que contém algum ensinamento. O político e cientista norte-americano
Benjamin Franklin (1706-1790) editou, entre 1733 e 1758, uma célebre coleção de aforismos, no
Poor Richard's Almanack. Eis alguns:
"O tolo tem o coração na boca; o sábio, no coração";
"Três podem manter um segredo, caso dois morram";
"Trata bem um cretino e ele te trairá; escorraça-o e ele te respeitará";
"Nada seca mais rápido do que uma lágrima";
"O primeiro erro na vida pública é entrar nela";
"Ninguém ensina melhor do que a formiga e ela não diz nada". Quase todos gostavam das frases, mas Franklin também angariou com elas desafetos ilustres. Um deles, o poeta inglês
John Keats (1795-1821), chegou a dizer:
"As máximas são mesquinhas". Outro, o romancista norteamericano
Mark Twain (1835-1910), também o atacou:
"Ele prostitui seus talentos para infligir aforismos que tornam os meninos infelizes". Mas o mais inconformado foi o romancista inglês
D. H. Lawrence (1835-1910):
"Essas máximas foram para mim como que espinhos em carne jovem, não vou ser um pequeno autômato virtuoso". Ele reprovou em especial dois aforismos de Franklin:
"A honestidade é a melhor política" e
"Não conte com o ovo antes de a galinha botar". As duas, porém, não são dele. A primeira aparece em
Dom Quixote, do espanhol
Miguel de Cervantes (1547-1616), e a segunda, numa fábula do grego
Esopo (século 7-século 6 a.C.).
Capa: do latim tardio
cappa, agasalho, veste, designando também outras coisas, como a capa das revistas. Feitas de papel mais espesso do que as folhas internas, sua função é a de protegê-las, além de destacar os assuntos principais da edição. O primeiro número da revista
Veja, que circulou em setembro de 1968, trazia na capa a foice e o martelo, símbolos do comunismo, em preto, sobre fundo vermelho, com esta chamada:
"O grande duelo no mundo comunista". Em março de 2007, ao chegar ao número 2 000, feito raro entre periódicos semelhantes no Brasil, VEJA relacionou as personalidades às quais dedicou mais capas. O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (61), que estreou no número 551, quando era sindicalista, ficou em primeiro lugar, com 37 aparições. Seguem-no os ex-presidentes
Fernando Collor de Mello (57), com 24;
João Batista Figueiredo (1918-1999), com 22;
Fernando Henrique Cardoso (75), com 18;
Ernesto Geisel (1907-1996), com 16;
José Sarney (77), com 15;
Tancredo Neves (1910-1985), que não tomou posse, com 12;
Emílio Garrastazu Medici (1905-1985), com dez. A revista relacionou também os temas mais freqüentes nas capas: a política ganhou 577 chamadas principais, a economia 278 e o cenário internacional 243.
Donaire: do latim medieval
donarium, donativo, pelo castelhano
donaire, mas já com o sentido de dom natural. Foi por influência da palavra espanhola
aire, ar, do latim
aer, que passou de
donarium a
donaire, forma que se conservou em português. Quem tem
donaire é pessoa elegante, graciosa. A raiz latina das palavras elegante e elegância tem o significado de saber escolher: a fala, os gestos, o modo de caminhar, as roupas, os sapatos, o corte de cabelo, o perfume. De dom natural, donaire passou a dom cultural, obtido de vários modos e que hoje inclui também cuidados com a dieta e com o nível intelectual.
Entrevistar: de entrevista, formada de entre, do latim
inter, e vista, feminino de visto, adaptação do latim
visum, particípio passado de
videre, ver, acrescido do sufixo "ar", que tem o fim de formar verbos a partir de substantivos. Note-se que a língua portuguesa tem as formas visado, visto, observado. Desde o século 17, designou peça de tecido posta entre o forro e a peça transparente do vestuário, o que possibilita entrever. Mas, por influência do inglês
interview, entrevista passou a designar encontro, colóquio e mais tarde conversa entre uma pessoa e um ou mais jornalistas, com o fim de revelar aos leitores o pensamento do entrevistado acerca de determinados temas. VEJA mantém a seção
Páginas Amarelas, dedicada a entrevistas. Predominaram ali, até hoje, os temas políticos. Fernando Henrique Cardoso foi entrevistado dez vezes; José Sarney, seis; Luiz Inácio Lula da Silva, três.
Período: do grego
períodos, giro, volta, pela formação
peri, que aparece em perímetro, pelo latim
periodus, período, época. O fim do século 19 foi apelidado pelos americanos de
The Gilded Age, A Idade Dourada, expressão cunhada pelos escritores norte-americanos
Mark Twain e
Charles Dudley Warner (1829-1900), diferenciando-a de
The Golden Age, A Idade do Ouro. A outra seria apenas pintada de ouro.