Pintor e escultor, Umberto Boccioni (1882-1916) foi um dos principais nomes do futurismo. O movimento, lançado em 1909 pelo escritor italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944), que depois aderiu ao fascismo, pregava a rejeição radical à tradição nas artes, chegando a propor a destruição de museus. Tudo em prol da criação de nova visão do mundo, baseada no dinamismo da sociedade industrial. Mecanização, velocidade e força, características do movimento, estão expressas nas telas de Boccioni (veja acima) e em suas esculturas - uma delas, Formas Únicas da Continuidade no Espaço (1913), está no Museu de Arte Contemporânea da USP. O artista recebeu influência do cubismo, mas as obras cubistas, diferentemente das futuristas, eram estáticas.
Sua época
O principal motivo da I Guerra Mundial, na qual Boccioni morreu, foi a disputa por mercados e colônias. Seu estopim foi o assassínio do herdeiro do império austro-húngaro por um sérvio, em 1914. Primeiro, a Áustria atacou a Sérvia. Depois, a Alemanha, que com Áustria e Itália integrava a Tríplice Aliança, declarou guerra à França e à Rússia, aliadas da Inglaterra na Tríplice Entente. Com a mudança de lado da Itália e o apoio dos Estados Unidos, a Entente venceu o conflito, em 1918. Houve 10 milhões de mortes.
O autor
Boccioni nasceu em Reggio, na Calábria, e mudou-se para Roma aos 17 anos para estudar arte. Lá, tomou aulas com Giacomo Balla (1871-1958). Seis anos depois, viajaria para Paris e para a Rússia. De volta à Itália, matriculouse na Academia de Belas- Artes de Veneza, mas foi para Milão, onde conheceu Filippo Marinetti e aderiu ao futurismo, em 1909. Favorável à entrada da Itália na I Guerra Mundial, alistouse como voluntário. Morreu aos 34 anos, em Verona, quando caiu do cavalo em um treinamento militar.