Quem era Madame X? Uma cortesã do século XIX que, dizem, fazia sucesso na roda nobre. Sua figura sensualíssima foi retratada por
John Singer Sargent e... inspirou
John Galliano nessa sua
neotrip. Fator X = Luxúria,
that's it. Mas
the best mesmo nesta coleção é a mão invisível de
Gustav Klint (pintor vienense, 1862/1918) "emergindo" nas espirais bizantinas douradas, "piscando" nos bordados geométricos metálicos, no colorido espetacular (magenta, fúcsia, amarelo, vermelho, água, limão). Gemas explodem nos brincos gigantes e... nossa!, chapéus insanos (e maravilhosos), tipo balde de champanhe, bacias de prata, de bronze ou de ouro, potes de flor, e por aí afora, coroam as cabeças das modelos.
Make mulherpassáro, cílios "emplumados", pálpebras de cristal. O
shape dos cabelos lembra ventania "compacta". E a moda? Silhuetas infladas, soberbas, parecem "recortar" o espaço. É verdade, certos volumes podem até lembrar passados-passados, mas chegam de "outro jeito", tinindo outros "amanhãs". Ah, mulheres-deusas povoam as ruas imaginárias de Galliano. Sua vidinha (vidona!) é absolutamente "
incroyable". Porque, bem no meio desse mundão meio falido, todos os seus exageros, todos os seus caprichos, todos os seus delírios (muito além de pirarem a gente...) acabam rendendo bilhões!! Como? Como? Não tinha um diz-que-diz apostando que a Haute Couture estava morta?? Queiram desculpar, foi engano. A Rússia e os Estados do Golfo da Pérsia agora consomem loucamente. Só uma cliente (uiuiui!) gastou quase $ 500 000 em alguns modelitos!! Vai daí que os mercados do mundo podem ter despencado, mas... a Alta-Costura não está morta, não. Glamour e "
richesse" continuam calmamente deslizando pelas passarelas.
Darling, essa festa "dinheiro azul" existe mesmo, ainda que eu (tadinha!) não tenha sido convidada. O quê? Você também não?? Bom, como diria a
Luciana Gimenez no seu tão "eclético" vocabulário, deixa pra lá, "abafa o caso"...