Dona
Lily Marinho (86), viúva do jornalista e 'imortal'
Roberto Marinho (1904-2003), não hesita em dizer que sua casa no Cosme Velho, Rio, é uma extensão da Academia Brasileira de Letras (ABL). Por isso, celebrou os 110 anos da instituição com um jantar reunindo nomes de peso da política e da cultura do país. O vice-presidente da República,
José Alencar (75), e a mulher, d.
Mariza (72), se juntaram aos acadêmicos à mesa, na qual se serviu o 'nhoque da fortuna', tradição de d. Lily nos dias 29.
"Sou supersticiosa e acho que dá sorte. Ainda coloquei uma moeda de brincadeira debaixo do prato dos convidados. Todo mundo levou a moeda para casa", contou ela.
Na homenagem à ABL, estavam presentes os senadores e acadêmicos
José Sarney (77), acompanhado de d.
Marly, e
Marco Maciel (67), com a mulher,
Anna Maria; o ex-ministro da Educação
Eduardo Portella, a escritora
Nélida Piñon (70) e o presidente da ABL,
Marcos Vilaça (68), que presenteou d. Lily com uma bandeja de prata com o símbolo da Academia.
"D. Lily é uma especie de patronesse da ABL. Doutor Roberto se foi,mas ela continuou. E essa é uma casa da Academia", disse, lembrando que no bairro morou
Machado de Assis (1839-1908), o 'bruxo do Cosme Velho', fundador da ABL.
Durante a recepção, a Academia foi enaltecida pelos 'imortais' como instituição cultural pela qual já passaram 230 escritores, poetas, literatos e cientistas. Para Maciel, a casa "é a síntese das tendências culturais brasileiras". Com compromissos na Europa,
Paulo Coelho (60), ocupante da cadeira 21, foi representado pela mulher, a artista plástica
Christina Oiticica (55).
Amigos da anfitriã como o casal d.
Pedro e
Fátima de Orleans e Bragança e o escritor
Romaric Büel comentavam a integração dela com os acadêmicos.
"Brincamos com d. Lily. Às vezes perguntamos quando ela vai entrar para a ABL.Mas ela diz que não pretende se candidatar", informou Büel.