Ela resgata suas obras em Assis
A simplicidade e o amor à natureza de São Francisco, nascido em Assis no século XII, sempre comoveram a artista plástica Christina Oiticica (61), que busca a interferência do meio ambiente em suas obras. O solo da cidade italiana, então, foi escolhido por ela para dar continuidade ao ciclo dos Caminhos Espirituais, iniciado em Santiago de Compostela, em 2007. Por um ano, Christina deixou enterrado em Assis sete telas, duas placas de alumínio e duas de cobre e quatro objetos — imagem de Nossa Senhora e peças em forma de coração com imagens religiosas. “É um caminho santo, como Santiago, na Espanha, e Kumano, no Japão. Senti que teria de fazê-lo também”, destacou a mulher do escritor Paulo Coelho (65). Ela resgatou quase todos os trabalhos que estavam em dois locais, San Crispino, que foi um convento do século XIV e hoje é hotel, e Nun Assisi Relais, construção com anfiteatro e ruínas romanas no subsolo, que também funciona como hotel. “Deixei sob árvores, como oliveira e pé de caqui. Só não consegui encontrar um objeto”, disse. “Quando boto o trabalho nos campos, nas florestas, raízes, ramos e folhas se entrelaçam com a pintura. Mas, além do físico, capto o elemento energético”, analisou a artista que, em setembro, vai expor em NY.
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