A vida familiar e o equilíbrio de Maurício Mattar

O desabafo na Temporada CARAS/NEVE: 'As pessoas não sabem quem eu sou de verdade'

Redação Publicado em 16/08/2010, às 21h23 - Atualizado em 07/06/2012, às 23h25

Fera no esqui, o ator e cantor mostra seu estilo na estação de Cerro Bayo, na Argentina. - JAIME BORQUEZ; PRODUÇÃO: CLAUDIO LOBATO AGRADECIMENTOS: MR. CAT E MARESIA

Ao lembrar o início da relação com o ator e cantor Maurício Mattar (46), há cerca de dois anos e meio, a bailarina Keiry Costa (31) esboça um sorriso antes de fazer uma confissão: "Para ser sincera, no começo não levei ele muito a sério. Achava que era metido, por ser galã e ter sempre mulheres lindas ao lado. E que era bad boy. Tinha uma imagem totalmente distorcida", contou ela, na temporada CARAS/NEVE 2010 em Villa La Angostura, Patagônia argentina. Sereno, momentos após se aventurar nas pistas de esqui de Cerro Bayo, Maurício quis se explicar. "Muita gente não me conhece como realmente eu sou", justificou ele, na companhia ainda da filha Petra (16), da relação com Fabiana Sá (42), e da enteada, a atriz mirim Nauhana Costa (10). Com 30 anos de carreira, o ator terá a oportunidade de contar a sua própria história na biografia De Peito Aberto, da Coleção Aplauso, escrita por Tania Carvalho. Com lançamento em setembro, o livro narra episódios que vão da infância e adolescência, o início no Teatro Tablado, em 1978, até o sucesso na TV, cinema e no mercado fonográfico, com meio milhão de discos vendidos. "As pessoas não têm ideia do que fiz ou de como enxergo a vida", explicou ele, que esse ano grava um DVD e CD com canções inéditas e hits antigos com nova roupagem. "Terá arranjo mais do interior, pé de serra", contou. Em meio a aventuras na neve e momentos de diversão e descanso no Correntoso Lake & River Hotel, Maurício mostrou também a porção paizão. Ele só lamentou a ausência dos herdeiros, Luã (23), da união com Elba Ramalho (59), e Rayra (19), com Flávia Gracie (41), que não puderam viajar. "Apesar de mães diferentes, os meus filhos se amam muito. E estão sempre comigo", garantiu ele. - Como se conheceram? Keiry - Na Cia de Dança Carlinhos de Jesus, onde trabalho. A mãe dele, Liedir, faz dança de salão. E ele queria aprender. Mas como a academia fica em Botafogo e ele mora na Barra, pediu para ver se alguém poderia dar aula em sua casa. Carlinhos me indicou e fui. Maurício- Chegou lá e pronto. De aula particular virou relação. Keiry - Mas não foi bem assim. Maurício tem fama de galã, mas é extremamente discreto. Dei quatro ou cinco aulas. E ele nunca demonstrou segundas intenções. Somente quando viajei, e ele me ligou, percebi algo. Aí mudou tudo e não teve mais aula (risos). Maurício - Virou pizza. Não cheguei a aprender a dançar da forma que gostaria, nem mesmo agora tendo academia de graça. Santo de casa não faz milagre! - Como define esse encontro com a Keiry? Maurício - Além da nossa relação de amor, temos grande cumplicidade. E ela está sempre servindo de GPS para mim. Como se formou professora e bailarina clássica há 17 anos, ainda novinha, tem direção de vida e foco. - O que gosta no Maurício? Keiry - Ele é extremamente brincalhão, engraçado. E não é galinha. Tenho pavor de homem assim. Maurício tem postura discreta, até mesmo com as fãs. Isso faz a diferença, me deixa tranquila. Além disso, tem coração puro. E, às vezes, se dá mal porque abusam de sua bondade. Eu tinha aquela ideia de que ele era bad boy. Mas é o contrário. Assim que o conheci, me chamou a atenção a forma carinhosa como tratava as pessoas mais humildes, como o porteiro do prédio, a pessoa que limpa a casa. - Pensam em casar? Maurício - Já moramos juntos. O papel para mim não diz nada. Não é o relacionamento por si só que vai trazer felicidade. Minha preocupação é com o amor, o respeito, a motivação e a troca. - Maurício, geralmente você sai do namoro e emenda outro. Não consegue ficar sozinho? - Gosto sempre de ter alguém Perto de mim. Acho que a solidão tem o seu mérito, é importante para uma autor reflexão. Mas eu sempre gostei de algo como um namoro, meio casado. É um tipo de relação que me deixa feliz. - Namoros com famosas como Angélica, Deborah Secco e Paola Oliveira foram muito comentados. Arrepende-se de algo? - Todas relações que tive deram certo, até o momento em que me fizeram crescer. Hoje, sei o que não quero para mim. Acho pobreza de espírito virar inimigo após a separação. As mães dos meus filhos são minhas irmãs hoje, amigas, dividem comigo a educação deles. - O que quer mostrar no livro que as pessoas não sabem? - Principalmente, a noção exata da seriedade que tenho em relação ao trabalho. Pode não parecer porque falam muito do galã, das relações. E isso transforma o ser humano e o profissional, muitas vezes, numa pessoa fútil. Não me preocupo com isso porque sempre tive certeza do que quero e de onde vem o meu conhecimento. Muitos desconhecem, por exemplo, que tenho uma biblioteca com mais de 3000 exemplares. Não sabem que estudei Teologia e Filosofia e tenho amigos como Leonardo Boff e que estou escrevendo livro com Jorge Mautner. Ou que sou compadre de Caetano Veloso e tenho parcerias com Toquinho e Milton Nascimento. Depois de saberem disso, algumas pessoas podem até pensar: 'Caramba, tinha outra visão desse cara. Ele não é aquela 'anta' que vendem'.

CARAS Neve

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