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Revista / Entrevista

Daniela Mercury exalta seus feitos na música, na sociedade e na vida pessoal

Daniela Mercury festeja 30 anos de O Canto da Cidade, fala de seu casamento com Malu Verçosa e das lutas por igualdade: ‘Sempre fui uma artista politizada’

Por Daniel Palomares Publicado em 19/10/2023, às 09h00 - Atualizado às 16h02

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Daniela Mercury em entrevista na Revista CARAS - FOTOS: CÉLIA SANTOS
Daniela Mercury em entrevista na Revista CARAS - FOTOS: CÉLIA SANTOS

No campo profissional, são 40 anos de carreira e 30 anos de O Canto da Cidade, álbum que a impulsionou para o Brasil e o mundo. Fora dos palcos, também sobram motivos para celebrar! Ela acaba de comemorar 10 anos de um amor que precisou romper padrões para ser livre — ela é casada com a jornalistaMalu Verçosa (47) —, é Embaixadora da Unicef no Brasil e, como não poderíamos deixar de citar, é mãe e avó pra lá de dedicada! A protagonista dessa história é a diva Daniela Mercury (58), um símbolo de resistência, de luta por igualdade e de amor pela arte. “Sou camaleônica, sou uma
metamorfose ambulante, sou minha própria artista. Vou ser tudo o que for capaz de ser”, diz ela, em ensaio exclusivo para CARAS.

Diante de tantos marcos, nada mais justo que uma celebração à altura da rainha do axé. No próximo domingo, a cantora volta a colorir a Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, para um show comemorativo. Foi ali, aliás, que, em 1992, ela fez uma apresentação histórica. “Foi na época dos caras-pintadas, o Brasil estava voltando com a democracia. A juventude queria música brasileira que exaltasse o País. E deu muito certo! As gerações jovens precisam entender isso: para romper com a música popular, temos
que acreditar no que estamos fazendo. O público legitimou o axé”, lembra ela, que por coincidência do destino celebra seus marcos no mesmo ano em que CARAS faz 30 anos. Não à toa, Daniela será a grande estrela da festa da revista, em 4 de dezembro, no Teatro B32, em São Paulo.

– Como vê o legado que você deixa na música brasileira?
– Meus discos dos anos 1990 deram a base para esse novo gênero que era o axé. No fim da década, a nova geração explode pelo Brasil com Cheiro de Amor, Banda Eva, Araketu... Ivete Sangalo segue crescendo nos anos 2000 e depois temos Claudia Leitte e Saullo. Cada geração vai criando novas camadas no gênero. Fizemos muitos filhotes. Fiz mais de 700 shows fora do Brasil. Vendi mais discos
na Argentina com O Canto da Cidade do que qualquer outro artista brasileiro. É um patamar de artista que rompe os paradigmas. Fui para fora do Brasil na raça, sozinha, sem apoio governamental, fazendo turnês independentes. A partir do momento que um artista vai, as outras gerações têm a porta aberta para as suas carreiras.

– Hoje, seus filhos Gabriel e Giovana estão com você nessa jornada...
– A vida inteira eu queria levar os meus filhos comigo, como uma companhia de circo. Fico muito feliz de os meus filhos mais velhos já terem se definido por essa profissão. Giovana tem um núcleo de musicais que é super-reconhecido. Ela canta, dança, é atriz. Gabriel é produtor, trabalhou comigo nos meus discos, colaborou muito. É compositor, criador, músico. E ele canta lindamente! Vejo a trajetória deles muito consistente. São inteligentes, profissionais, capazes de liderar seus próprios trabalhos. Vocês vão ver um pouco desse trabalho com minha turnê acústica com o Gabriel. E, qualquer hora, faço algum musical com Giovana também! Ela já dirigiu e coreografou shows meus.

– O que Daniela Mercury ainda quer conquistar na carreira?
– O Canto da Cidade é um canto de mulher nordestina, que muitos duvidaram se seria capaz de sustentar uma carreira. Será que se eu fosse homem também duvidariam que eu desse conta de tantas coisas? Esse show na Apoteose do Rio é para mostrar que eu resisti. Vejo a Madonna dizer que é uma artista que sobreviveu. Eu também sobrevivi diante de desafios e dúvidas constantes. A reputação que consegui fora do nosso País foi muito importante para manter a minha carreira aqui. Eu gostaria de fazer tudo! Sou muito jovem. 

– Você acaba de completar 10 anos de união com Malu. Qual a importância de levantar a bandeira da igualdade, ainda mais agora, com o projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo?
– O nosso casamento inspira essa mudança de comportamento. O movimento LGBTQIAP+ tem muitos anos de luta e a gente se somou a isso. Todos temos os mesmos direitos e isso já foi conquistado. O que acontece agora com a tentativa de proibir o casamento igualitário é a demonstração de um grupo que não aceita a Constituição. Os pensamentos de direita historicamente predominam, mas nossa Constituição não permite retrocesso de direitos.

– Sua voz está para além da música, é voz de empoderamento!
– Meu trabalho não se desassocia da luta pelos direitos humanos. Sempre quis empoderar a população brasileira. Sempre fui uma artista politizada. Eu nunca fiz política partidária, mas a vida inteira fiz pontuações sobre a vida política, sobre a luta da sociedade civil. Exigir que os governos abracem essas pautas e lutar para que os estados cumpram com as políticas públicas.

Daniela Mercury está em contagem regressiva para comemorar os 30 anos de O Canto da Cidade. Show será no Rio de Janeiro. Daniela Mercury está em contagem regressiva para comemorar os 30 anos de O Canto da Cidade. Show será no Rio de Janeiro
Daniela Mercury está em contagem regressiva para comemorar os 30 anos de O Canto da Cidade. Show será no Rio de Janeiro. 
Malu e Daniela com sua grande família: os filhos Bela, Giovana, Gabriel, Márcia e Alice, além das netas Clarice e Mel
Malu e Daniela com sua grande família: os filhos Bela, Giovana, Gabriel, Márcia e Alice, além das netas Clarice e Mel
Daniela Mercury
Daniela Mercury
Malu Verçosa e Daniela Mercury
Malu Verçosa e Daniela Mercury
Daniela Mercury
Daniela Mercury

FOTOS: CÉLIA SANTOS

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