CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Os planos e sonhos de Gabriella Mustafá

Após sua estreia na minissérie 'Dois Irmãos', ela busca novos caminhos

por Roberta Escansette Publicado em 16/02/2017, às 07h50

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Na Ilha de CARAS, a atriz se arruma no camarim Espaço Be, maior salão de beleza da América Latina, com sede em São Paulo. - MARTIN GURFEIN
Na Ilha de CARAS, a atriz se arruma no camarim Espaço Be, maior salão de beleza da América Latina, com sede em São Paulo. - MARTIN GURFEIN

A atriz Gabriella Mustafá (19) confessa que achou curioso quando a compararam a Juliana Paes (37) na prova de figurino da minissérie Dois Irmãos. “Só soube lá que faríamos o mesmo papel, a Zana. Eu, sinceramente, não me achava parecida com ela. Creio que é por causa do tom de pele e dos olhos grandes. Me sinto lisonjeada”, diz a jovem, que gravou o trabalho há um ano e meio, no Rio. Desde então, sua vida mudou totalmente, como relatou na Ilha de CARAS. Entre as novidades, retornou para São Paulo, ao lado da mãe, Vanessa (50), para tocar os estudos e buscar novas oportunidades. “Por ter sido um trabalho tão intenso, poderia ter sido doloroso esse retorno, mas não. Fui para fora do Brasil por duas vezes ouvir palestrantes do mundo. Estou fazendo faculdade de História e desfrutando o que a capital paulista tem, muita cultura”, destaca a atriz, nascida em Apucarana, no interior do Paraná. Antes da experiência na Globo com o diretor Luiz Fernando Carvalho (56), Gabriella atuou em comerciais na TV, no programa Plantão do Tas (2010–2013), no canal a cabo Cartoon Network, e fez uma participação no filme Eu e Meu Guarda-Chuva (2009).

Você não pôde fazer outros projetos por causa da espera para a estreia da minissérie?
Não podia fazer nada em outra emissora porque era o meu primeiro trabalho em dramaturgia, um lançamento.

E achou tenso esperar tanto para ver o resultado na TV?
Foi difícil. Quando gravava, não sabia o resultado do meu trabalho. Ao ver no ar, foi uma surpresa. A ansiedade é inevitável. Você quer assistir ao que plantou lá atrás. O elenco criou um grupo do Whatsapp e falamos muito sobre o trabalho. Isso acontece até hoje, na verdade. A espera também fez com que nos uníssemos. Criamos um vínculo.

Que lembrança leva dessa experiência?
Além dos roteiros que guardei (risos), tudo vai ficar registrado dentro de mim. Até porque, de certa forma, com minha personagem, contei a história da minha família paterna, que é árabe. Meu pai, Mustafá, morou no Líbano por oito anos. Meu avô, Mahmoud Darwich, nasceu lá. Em casa, vivemos um pouco da cultura libanesa, principalmente quando o tema é a culinária.

De onde veio essa paixão pela atuação?
Sempre gostei de arte. Sou formada em balé clássico, já fiz aulas de piano, adoro idiomas. E, na escola, me envolvi com teatro. Fiz o Mágico de Oz. Fui a Dorothy ainda criancinha na minha formatura do Jardim 3. Mas era despretensioso. Com o tempo, as coisas começaram a acontecer e fui levando a sério essa minha escolha. Minha mãe falava para esperar mais um pouco. Até que não deu mais para segurar esse meu desejo de ser atriz aos 11 anos de idade.

Nunca se sentiu insegura?
Há dois anos, quando mudei para São Paulo. Foi algo decisivo. Tinha terminado o terceiro ano da escola e precisava tentar, por um ano, apostar no meu sonho de trabalhar com atuação. E se tivesse que dar certo, iria dar.

E você venceu, correto?
Com certeza. A minissérie foi o meu primeiro trabalho de grande porte. E levei muito dele para a minha vida também.

Como assim?
Não tive a separação de trabalho e vida pessoal. Estava 100% nesse projeto. Fiquei envolvida pela personagem, queria viver aquela história. Minha mãe também estava dividindo isso comigo. A minissérie tomou uma dimensão muito grande para mim. Queria falar o tempo todo do tema e ela compartilhava disso. Acho importante ter uma pessoa como âncora para ajudar a colocar o pé no chão. E ela fez esse papel.

Nessa busca profissional, consegue viver como uma menina da sua idade?
Sim, levo uma vida normal, gosto de estar com meus amigos. Sou mais tranquila, caseira, curto sair para jantar, ir ao teatro. E não tenho namorado. Quando vou para a minha cidade, tenho meus colegas de escola, compartilho isso tudo com eles.

É tão bem-resolvida. Tem certeza que só tem 19 anos?
Me cobro o tempo todo. Adoro fazer terapia para me entender. É uma opinião de fora. Nós, atores, ficamos abertos a sentimentos e energias. Se a gente não sabe separar isso, enlouquece. Sempre busquei me centrar.

Ter mudado a sua vida, e de certa forma a da sua família, valeu realmente a pena?
Eu faria tudo de novo. Aconteceu no tempo certo. Até essa espera de um ano e meio para a minissérie entrar no ar me trouxe mais maturidade, inclusive em relação à profissão. Não tenho do que reclamar.