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Atualidades / SAÚDE

Médico explica o HPV que resultou um câncer em Ana Maria: 'Transmitido mesmo com preservativo'

Ginecologista Thiers Soares comenta caso de Ana Maria Braga, que relembrou diagnóstico que teve em 2001 para falar sobre o HPV, em entrevista ao Fantástico

Ana Maria Braga abre o coração e relembra câncer em estágio avançado - Reprodução/TV Globo
Ana Maria Braga abre o coração e relembra câncer em estágio avançado - Reprodução/TV Globo

A apresentadora Ana Maria Braga(75) surpreendeu os fãs ao revelar, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo, 31, que o câncer de ânus que enfrentou em 2001 foi resultante do HPV, um vírus transmitido principalmente por via sexual, e que foi descoberto em estágio avançado. A apresentadora confessou que nunca tinha ouvido falar sobre o problema antes de sua doença. Como ela, muitas pessoas também desconhecem o HPV, por isso a CARAS Brasil conversou com o médico ginecologista Thiers Soares sobre o assunto.

"Eu tive câncer de ânus. Quando consegui descobrir o que tinha, já estava em estágio avançado, e minhas chances de sobrevivência eram mínimas. Foi muito assustador. A origem foi o HPV", revelou Ana Maria. "Eu teria tomado a vacina. Se soubesse que existia, teria evitado tudo isso", lamentou a apresentadora, que hoje está curada.

Thiers explica que o papilomavírus humano, o HPV, é um grupo de mais de 200 vírus relacionados, alguns dos quais estão associados a vários tipos de câncer, incluindo o câncer anal. O HPV é a infecção sexualmente transmissível, mais comum em todo o mundo. "Embora a maioria das infecções por HPV seja inofensiva e desapareça por si mesmas, infecções persistentes com certas cepas de alto risco podem causar câncer", diz.

O HPV pode causar câncer anal, segundo o médico. "1O HPV é transmitido através do contato pele a pele, mais frequentemente durante a atividade sexual. O vírus pode infectar a pele e o revestimento, bem como outras áreas do corpo. Em alguns casos, o vírus integra seu DNA ao DNA da célula oculta. A integração do DNA do HPV pode causar alterações nas células infectadas. Com o tempo, pode levar ao desenvolvimento de lesões pré-cancerosas. Se essas lesões pré-cancerosas não forem detectadas e tratadas, podem progredir para câncer anal invasivo. Este processo pode levar vários anos e é mais provável em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como aquelas com HIV/AIDS", explica.

Thiers ainda faz um alerta: "Se você é uma mulher que foi diagnosticada com infecção por HPV, é importante lembrar que você não está sozinha. E não há necessidade de se sentir culpada. Ter HPV não reflete na sua moral, caráter ou limpeza. É um vírus que pode ser transmitido mesmo com o uso de preservativo e até em relações monogâmicas. Se você se sentir confortável, converse com um amigo, parceiro ou profissional de saúde de confiança sobre seus sentimentos. Compartilhar sua experiência pode ser catártico e ajudá-lo a perceber que não está sozinho em sua experiência".

"Continue praticando sexo seguro para reduzir o risco de propagação do vírus e para se proteger de outras infecções sexualmente transmissíveis. Se você ainda não foi vacinado contra o HPV, converse com seu médico sobre se a vacina é apropriada para você. Pode proteger contra tipos de HPV aos quais você não foi exposto. É importante priorizar a vacinação dos adolescentes, antes mesmo de iniciarem a vida sexual, para evitar a primeira infecção. Se você estiver sentindo sentimentos de culpa ou vergonha, considere procurar o apoio de um profissional de saúde mental que possa lhe fornecer estratégias para lidar com essas emoções", emenda o médico.

VACINAÇÃO

A vacina contra o HPV é disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) há dez anos. Hoje, podem tomar as doses do imunizante meninos e meninas de 9 a 14 anos, adultos imunossuprimidos (com HIV, câncer ou transplantados) de até 45 anos, e vítimas de abuso sexual até a mesma idade.

Além da vacinação, outra forma de combater o HPV é o uso de preservativos. Mas, segundo o Ministério da SaúdeMas, como esse método não é 100% eficaz é importante combinar o uso de preservativos com a vacinação.