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Bem-estar e Saúde / MODERNIDADE

Especialista aponta os avanços no tratamento do câncer: ‘Hoje podemos aumentar a sobrevida’

Em entrevista à CARAS Brasil, o oncologista Jorge Abissamra diz que com a radioterapia é possível hoje limitar melhor a área tumoral

Os tratamentos oncológicos hoje são divididos em três grandes categorias - Freepik
Os tratamentos oncológicos hoje são divididos em três grandes categorias - Freepik

Uma das áreas de maior avanço da medicina nos últimos anos, sem dúvida alguma, é no tratamento de doenças oncológicas. O câncer, antes tido como sinônimo de morte, hoje tornou-se exemplo de como a medicina pode curar e melhorar a vida das pessoas. Com tratamentos cada vez mais modernos e mais individualizados, a oncologia é referência em tecnologia farmacêutica e capacitação medica.

À CARAS Brasil, o oncologista Jorge Abissamra explica que essa especialidade, ainda recente no Brasil e no mundo, foi criada apenas em 1983 no país, e com apenas 3.500 profissionais atuando. “Mudou o paradigma da doença nas últimas duas décadas. Antes, os tratamentos oncológicos eram mais genéricos e, na maior parte, sendo realizado por cirurgias mutilantes e drogas quimioterápicas; que por ter caráter de destruição celular, causavam grandes efeitos colaterais e piora da qualidade de vida”, diz.

“Hoje, a ciência mostra que com cirurgias menos agressivas, e o uso de terapia alvo, ou seja, drogas especificas para determinadas mutações genéticas descobertas em alguns tumores, podemos aumentar a sobrevida, dar qualidade de vida, diminuir efeitos colaterais e falar até de cura da doença, em estágios que antes eram considerados incuráveis”, emenda.

De acordo com Abissamra, os tratamentos oncológicos hoje são divididos em três grandes categorias: cirurgias, radioterapia, terapia farmacológica. “As cirurgias estão são cada vez menos invasivas e menos mutilantes, com equipes treinadas especificamente para operar câncer, apresentando ganho de qualidade, melhora dos resultados e diminuição das intercorrências”, ressalta.

Ainda segundo o oncologista, a radioterapia passou a ter equipamentos mais modernos, que conseguem delimitar melhor a área tumoral, apresentando menos escape radiodativo, com diminuição considerável dos efeitos colaterais e aumento das respostas ao tratamento tumoral.

“E a terapia farmacológica, apresentou avanços substanciais nos últimos 20 anos, com aumento importante da sobrevida em pacientes incuráveis, melhora das respostas e das taxas de cura em pacientes com potencial curativo de doença, e diminuição relevantes dos efeitos colaterais. Hoje além das classes de drogas quimioterápicas, que são drogas que causam destruição celular, a oncologia desenvolveu moléculas que não só destroem células, mas que conseguem impedir sua duplicação, inibindo o crescimento em alguns tumores onde essa mutação já esta descoberta. São as chamadas drogas de terapia alvo”, fala.

Há também outra classe de medicações, que mudou o paradigma da doença oncológica, os chamados imuterápicos, diz o especialista. “São substancias de alta tecnologia, que auxiliam o próprio sistema imune do paciente a combater a doença, já mostrando grandes respostas e cura de tumores metastáticos, que antes eram considerados incuráveis”, informa. “Há importante avanço também nos chamados tratamentos hormonais, com drogas que conseguem controlar a doença através de inibições hormonais, como acontece por exemplo no câncer de mama e próstata, dois dos mais comuns da atualidade”, completa.

Os próximos anos prometem manter o ritmo acelerado nos avanços em relação ao tratamento oncológico. “É importante acompanhar essa evolução, pois o avanço da média de idade da população mundial e piora da qualidade de vida, com aumento do estresse, diminuição da atividade física e piora da qualidade alimentar, o câncer tem sido uma doença cada vez mais prevalente. São esperados mais de 20 milhões de casos novos em 2025”, salienta Jorge Abissamra.

“A ciência tem buscado alternativas importantes para tratamento dessa doença, e tem tido grandes resultados nas últimas décadas, sendo sua cura ou sua cronificação, um objetivo cada vez mais próximo”, finaliza.