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Teatro / Alma Despejada

Irene Ravache ressignifica peça em reestreia pós-pandemia: 'Nos perdemos'

Em entrevista à CARAS, Irene Ravache falou sobre mudanças que aconteceram no mundo causadas pela pandemia

Arthur Pazin e Surenã Dias

por Arthur Pazin e Surenã Dias

apazin_colab@caras.com.br

Publicado em 31/05/2023, às 22h11 - Atualizado em 13/06/2023, às 18h00

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Atriz Irene Ravache interpreta personagem reflexiva no monólogo Alma Despejada - Foto: Reprodução / Instagram
Atriz Irene Ravache interpreta personagem reflexiva no monólogo Alma Despejada - Foto: Reprodução / Instagram

De volta ao teatro depois de dois anos de pandemia, a atriz Irene Ravache (78) viu seu trabalho na peça Alma Despejada ganhar um tom diferente. Em entrevista à CARAS Brasil, ela disse que era inevitável o espetáculo não ter certas mudanças. 

"São coisas muito sutis, mas não dá para você ser a mesma pessoa depois de ter passado por algo tão terrível, tão doído. Nós perdemos, eu digo todos nós, porque todos perdemos, se não parentes, foram pessoas muito próximas. Amigos, colegas, pessoas que não conhecíamos, mas admirávamos. Acompanhamos a dor de muita gente. Então, o ser humano que não muda depois disso, tem que consequentemente se olhar", declarou.

Em Alma Despejada, Irene interpreta uma mulher morta que decidiu visitar a casa em que morou por toda a sua vida. Em meio a um clima mórbido, ela vai dividindo suas memórias com os espectadores, que passam por alegrias e dores da velhice. 

Escrito por Andréa Bassitt e dirigido por Elias Andreato, o monólogo estreou no teatro em setembro de 2019, mas após o início da pandemia, precisou ser pausado. Segundo Irene, a montagem tem um texto complexo, ainda que tenha momentos mais cômicos: "Mesmo tendo o humor e a leveza, a arte tem uma densidade. A vontade é que as pessoas fiquem mais atentas a essas palavras".

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Reflexiva diante de tantos temas necessários abordados pela personagem, como as incertezas do pós-morte e o desapego do mundo terreno, a artista relembrou uma passagem marcante do texto: "Tem uma frase da Andreia que eu gosto muito: 'A vida serve para nos acertar'. Então é isso que eu quero dizer".

"A Teresa, essa personagem que faço, é uma conhecida da gente. Se ela não é dentro da sua família, ela é próxima, você conhece esse ser humano. E porque a reflexão da Teresa, vai te fazer refletir também", disse ela, que retornou aos palcos na última sexta-feira, 26, no Teatro Renaissance, em São Paulo.