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Revista / Entrevista

Flávia Reis revela motivo para ter ficado 10 anos longe das novelas

A carioca Flávia Reis, que interpreta a Marineide na novela 'Travessia', revela que procura levar tudo com bom humor e defende o veganismo

Por Fernanda Chaves Publicado em 22/02/2023, às 09h43

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Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS - FOTOS: FREDERICO FABER/GLOBO/FÁBIO ROCHA/INSTAGRAM; STYLIST: PAULO ZELENKA; BELEZA: VIVI GONZO
Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS - FOTOS: FREDERICO FABER/GLOBO/FÁBIO ROCHA/INSTAGRAM; STYLIST: PAULO ZELENKA; BELEZA: VIVI GONZO

De volta à teledramaturgia com a global das 9, Travessia, a atriz e comediante Flávia Reis (47) vive na ficção uma filosofia parecida com a que ela mesma segue: a de encarar a vida com otimismo. Mergulhada em ótima fase profissional, com trabalhos também na Netflix, no Prime Video e no teatro, a artista se divide entre o trabalho, a rotina com a filha, Cecília (6), e ainda encontra tempo para defender o veganismo e o consumo consciente. “A vida tem altos e baixos, não é moleza, mas a gente precisa fazer ser divertido, leve...”, ensina ela, em entrevista exclusiva para CARAS, no Rio.

– Dez anos longe das novelas. Por que tanto tempo?
– Eu investi na comédia durante um período, porque as pessoas me viam como comediante e a atriz ficou um pouco de fora, sabe? Foi muito bom ter enveredado por esse lado, mas sou, antes de tudo, atriz. É muito interessante ver esse desenho de carreira, como fui para o lugar da comédia e, agora, tenho a oportunidade de trabalhar em novela, da Gloria Perez, que tem outra proposta de dramaturgia. Estou feliz com a possibilidade.

– A Marineide, sua personagem em Travessia, é muito positiva. Você também prefere ver o copo meio cheio?
– Total! Eu sou muito Marineide nesse sentido, eu sempre vejo o lado positivo, eu sempre quero juntar meus amigos que estão meio deprê para ficar perto de mim, fazer um programa legal. E a Marineide tem essa característica de cuidar um pouco de quem está à sua volta, de sempre levantar o astral, que, apesar de tudo, vamos em frente. Mas sem ser idiota, Marineide não é deslumbrada, pensando só na coisa bacana da vida. Ela é pé no chão também, só que sempre positivo. E isso é muito a minha cara.

Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS

– É uma característica que você tem por conta da profissão?
– É, eu tenho uma tendência a olhar as coisas da vida com uma certa diversão. Sabe, me dá um limão, que eu faço uma limonada? É um pouco essa máxima. A gente que trabalha com humor é muito observador das pessoas, da vida, das situações. Trabalhei muito tempo também como palhaça em hospital, com as crianças. Então, realmente a minha filosofia de vida é um pouco essa, de que a vida tem altos e baixos, não é moleza, mas a gente pode fazer ser divertido, leve, gostoso. Eu preciso ver a vida com esses olhos do humor.

– E o humor cura, né?
– Para nosso corpo funcionar bem, o nosso lado mais saudável precisa estar conectado com a alegria. É esse sentimento que traz vida para a gente, leveza, força. É por isso que o humor tem essa função tão importante na nossa sociedade, porque eu acho que a gente sucumbe se não tiver humor. É preciso ter alegria para a gente estar vivo!

Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS

– Você, inclusive, faz vídeos bem-humorados sobre a maternidade. Mudou muito depois que se tornou mãe?
– A maternidade é muito cômica! Eu ainda tenho muita coisa escrita para fazer um projeto mais longo. E a maternidade é um lugar de divino na minha vida, porque mudou a minha alimentação, mudou a forma de me relacionar, as minhas escolhas... Eu gosto muito de ser mãe, então, alterei toda a minha rotina para viver a maternidade. ‘Largou tudo para viver para a filha?’ Não é meu caso, a minha vida seguiu, mas eu mudei muita coisa em função de mim, mãe. Não da minha filha, sabe? Esse é o lugar que eu gostaria de me ver como a mulher, como a mãe, como a atriz. Então, muita coisa mudou depois que a Cecília nasceu.

– Como o quê, por exemplo?
– De não ceder a certas pressões de trabalho, de não comer mais besteira, de querer estar bem para estar com ela e por mim mesma. Porque é cansativo, cuido da casa, da filha, do trabalho. Então, tem que ser legal e, para isso, você tem que estar com a cabeça boa, tem que abrir mão de muita coisa. Coisa que não serve mesmo, que você já falava ‘não quero isso’, mas fazia. E quando tive minha filha, falei ‘quero estar na minha casa, feliz’.

Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS

– Foi nessa fase que você aderiu ao veganismo?
– Foi. Eu fiquei grávida aos 40 anos e já estava querendo mexer na minha alimentação. Também porque a minha mãe teve câncer de mama e faleceu muito nova, então, eu tinha uma preocupação com a minha saúde. Eu fiz uma transformação na minha alimentação que é além da carne. Eu não como glúten, açúcar refinado, não bebo, não como animais e derivados. Foi durante a gestação, só que você vai tirando e depois faz parte da sua rotina. Sem contar toda a questão política que envolve comer carne, as inúmeras fazendas que precisam ser desmatadas para a criação do gado, os animais que são sacrificados, tem tanta coisa envolvida que juntou tudo e parei mesmo.

– Você também tenta incentivar seu público a aderir a essa filosofia de vida?
– Estou querendo começar uma campanha assim: Tem alguma terra? Planta! A horta urbana você faz em qualquer canteiro, em qualquer espaço pequeno. Para quem tem criança em casa, então, isso é maravilhoso. Saber o tempo das coisas, a importância de cuidar da alimentação. Porque a gente abre um pacote, coloca no prato e, depois, já não quer mais. Sem ter a noção do tempo que aquilo levou para ser semeado, crescer, virar uma planta, alguém colher, colocar em uma embalagem, levar ao
supermercado, às prateleiras. A gente precisa ter essa consciência de novo, a gente precisa entender que é possível viver de outra maneira.

– E você também desmistifica, porque tem gente que acha que vegano não come nada...
– Restringir a alimentação é comer só carne, peixe e frango. O veganismo é o contrário disso, tem uma quantidade gigantesca de coisa que você pode comer de vegetais, legumes, verduras, castanhas, frutas. E a minha mensagem não é no sentido: ‘seja vegano!’ Eu não sou radical. Mas eu gostaria muito que as pessoas tivessem o entendimento sobre a produção dos alimentos que a gente consome. Não é só pelos bichos, é uma questão muito profunda, que diz respeito à nossa saúde também, ao planeta. Eu acredito nisso, realmente é uma bandeira minha. 

Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS

Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS

Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS

Flávia Reis em entrevista na Revista CARAS

FOTOS: FREDERICO FABER/GLOBO/FÁBIO ROCHA/INSTAGRAM; STYLIST: PAULO ZELENKA; BELEZA: VIVI GONZO