O lançamento de “Jóia Bergamo” acontece hoje, 04. No livro, a designer de interiores conta que a sua relação com a profissão vem desde quando era uma criança, explica o conceito de alguns dos seus trabalhos e fala sobre vida pessoal
Redação Publicado em 04/12/2012, às 09h31 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20
Em 30 anos de experiência, Jóia Bergamo desvendou o segredo do sucesso na profissão de designer de interiores e deixou sua marca na decoração brasileira. Agora, ela lança seu primeiro livro, “Jóia Bergamo”, no qual ensina o “caminho das pedras” da profissão, mostra detalhadamente seu trabalho - desde a concepção da ideia até o resultado final - e ainda conta um pouco da sua vida pessoal. O lançamento acontece hoje, 4, no Espaço Diogo, na Vila Nova Conceição, em São Paulo. A seguir, a autora conversa com o Caras Decoração sobre o novo projeto, fala da profissão e dá dicas para designers iniciantes. Confira!
Qual é a proposta do “Jóia Bergamo”?
Meu objetivo era compartilhar a experiência dos meus 30 anos de carreira, ensinar o caminho das pedras, contar minha trajetória pessoal e profissional de superação e mostrar meu trabalho através dos projetos. O livro é um mix: tem um “apanhado” da minha vida pessoal e profissional.
Quanto tempo durou e como foi a elaboração do livro?
O principal desafio foi encontrar o caminho. Eu sabia o que queria, mas precisava passar para o papel o que estava na minha alma e no meu coração. Durante oito meses, escolhi cada foto, cada tema, cada projeto e escrevi os textos. Fazia reuniões constantes, até mesmo no sábado, com o pessoal da editora para avaliarmos o andamento. E foi ótimo: um “casamento de alma”. O livro saiu como eu queria e agrega conhecimento à área de arquitetura e design.
Quais foram os critérios para a escolha dos projetos?
Escolhi os ambientes com os quais mais me identifiquei, seja porque fiquei muito amiga dos proprietários ou porque tive dificuldade de fazer a decoração do espaço. Não significa que os outros projetos não sejam importantes, mas escolhi os que transmitem a ideia que eu queria para o livro. Mostrei o passo a passo do trabalho em grandes espaços e o desafio de pequenos ambientes.
Sua família era dona da “Marcenaria Bergamo”. Essa relação próxima com o design mobiliário influenciou sua escolha profissional?
Totalmente! Desde pequena eu tinha certeza de que ia trabalhar com arquitetura e designer. Sempre amei desenhar e fiz muitos cursos. Gostava bastante de desenhar móveis. Aos finais de semana, quando a marcenaria e serralheria - que funcionavam junto a uma loja - fechavam, eu corria para dentro do galpão e montava ambientes com os móveis. Eu misturava tudo! Na segunda-feira, os marceneiros chegavam e ficavam loucos. Mas, por maior que fosse o castigo, eu não parava. Quando completei 15 anos, perguntei ao meu pai se ele executaria um quarto desenhado por mim.Ele topou e ficou tão lindo que as minhas irmãs também quiseram que eu desenhasse o quarto delas.
De onde vem sua inspiração? Da sua escola artística preferida?
Eu amo Bauhaus. Mas a minha inspiração vem da necessidade de cada cliente. Quando tenho uma reunião, faço muitas perguntas e percebo detalhes sobre a personalidade do cliente. Peço para ele separar cinco ambientes que ama e cinco que odeia. Por esses caminhos, descubro o desejo do cliente e consigo criar um ambiente com a “cara” dele.
Qual é o segredo do sucesso na profissão?
Foco, dedicação, responsabilidade e estudo. O profissional deve buscar referências para descobrir o que é tendência e criar uma bagagem. Tem que trabalhar muito e com amor. Eu abdiquei de muita coisa por causa do trabalho. Esqueci alguns aniversários dos meus filhos, mas eles sempre me apoiaram muito. Também não pode faltar respeito ao cliente, às suas opiniões, e compromisso com prazos. A partir de um cliente bem atendido surgem muitos outros.
Dê uma dica para quem está à procura do serviço de um designer
Apesar de cada projeto ser individual, de ter as características do cliente, cada profissional tem um estilo, uma característica. Primeiramente, o cliente deve se identificar com o trabalho do designer. Depois, o ideal é que escolha alguém que lhe dê liberdade para dizer o que quiser. O cliente tem que se sentir à vontade para discutir uma ideia com o profissional.
Por Juliana Cazarine
