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Thuany Parente abre o coração sobre sua estreia nas novelas

Estrela de musicais e agora da teledramaturgia, ela fala sobre a criação em seus trabalhos: 'Tento encontrar o ponto forte das minhas personagens e transformar em uma pequena causa feminista'

CARAS Digital Publicado em 23/04/2018, às 07h20 - Atualizado às 22h25

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Thuany Parente - Rodrigo Lopes/ Divulgação
Thuany Parente - Rodrigo Lopes/ Divulgação

Conhecida por fãs do teatro musical, Thuany Parente vem desde novembro vivendo uma nova experiência em sua carreira de atriz: a rotina da teledramaturgia. Em sua estreia na TV como Alice, a moça que cantava escondido da família com a alcunha de Lili Star em Apocalipse, da Record, ela mergulhou também em autoconhecimento.

“Sou muito ‘cabeção’ querendo pensar mil vezes como fazer cada cena, e a TV não te permite isso. É muito rápido, vai no calor do momento e o resultado é interessante, por não ter tempo de ‘pensar demais’”, confessa Thuany. “Estou adorando”.

Por causa dos figurinos ‘ousados’ de Lili, ela encarou com mais disciplina a academia e acabou tomando gosto. A novela também trouxe outras mudanças em sua vida: a volta ao Rio de Janeiro, sua terra natal, após temporada em São Paulo, onde estrelou musicais como Wicked, Rent e A Era do Rock.

Em bate-papo com CARAS Digital, a atriz de 26 anos lembra o início da carreira, sua identificação com a personagem da trama da Record e fala sobre um de seus assuntos preferidos: o feminismo. “Em todas as personagens que eu faço tento encontrar o ponto forte delas, transformar numa pequena causa feminista. A gente precisa se ajudar, ter sororidade”, defende. “E reconhecer o seu valor é um ato de resistência, sobretudo se você for mulher”.

Confira!

- A Alice, de Apocalipse, tinha uma vida dupla. É como interpretar duas personagens, certo? Com qual personalidade dela você se parece mais?

O diretor pediu para eu fazer duas personalidades bem distintas, como se fossem duas personagens diferentes. Tive que pesquisar, entender as motivações das duas e ver onde elas se encontram e onde divergem. Eu acho que tenho um pouco das duas, mas a gente consegue encontrar um equilíbrio - nosso lado impulsivo (Lili) e nosso lado mais certinho (Alice). Eu gostava muito de fazer a Lili, que é mais moleca, aprontava mais. Ela até me lembrava mais a Maureen (personagem do musical Rent).

- Você canta na novela, assim como nos musicais. É muito diferente o trabalho na TV e nos palcos?

Completamente diferente, mas estou adorando! Porque sou muito ‘cabeção’ querendo pensar mil vezes como fazer cada cena e a TV não te permite isso, é muito rápido. Às vezes você tem mais de dez cenas pra gravar, então vai no calor do momento e o resultado é interessante, por não ter tempo de ‘pensar demais’.

- Como você se descreve?

Sou uma pessoa muito ansiosa, perfeccionista. Sou capricorniana, muito determinada, corro muito atrás, defendo com unhas e dentes o que acredito, muito convicta. Ao mesmo tempo sou uma pessoa meio na minha, quietona. Gosto de fazer yoga para diminuir minha ansiedade, pra viver o aqui e agora.

- Precisou fazer mudanças para a novela?

Comecei a pegar mais pesado na academia e acabei tomando gosto. Sempre fui magrelinha, mas engordei quando fui morar em São Paulo porque eu só comia. A Lili usava shortinho, então comecei a fazer fazer drenagem, isso melhora a circulação. Estou curtindo mais me cuidar. E voltei para o Rio, estou morando sozinha, uma ovelha desgarrada (risos). Me dou muito bem com a minha família, mas como trabalho cantando, decorando texto, me sinto mais confortável morando sozinha.

- A TV dá mais visibilidade que o teatro. Já sente esse reconhecimento?

Às vezes alguém vem falar comigo na rua, outras vezes eu vejo as pessoas reconhecendo mas não querem falar, acho engraçado porque parece que estou sendo observada. Às vezes esqueço que faço novela. A gente tem esse mito da televisão, essa parte do ‘glamour’, eu até esqueço. Só penso mesmo em gravar, em decorar texto, em fazer um bom trabalho.

- Quando você descobriu que queria ser atriz?

Desde pequena eu gosto muito disso. Lembro que, quando era pequenininha, adorava inventar coisas para a minha família, fingia que estava chorando. Quando eu tinha uns quatro ou cinco anos, meu pai sentou comigo e contou a história de uma menininha que sempre fingia que estava se afogando e quando ela se afogou de verdade ninguém acreditou. Depois eles foram sentindo que eu era muito criativa e tinha que canalizar isso. Eu sabia as falas das princesas, falava junto com filmes. Comecei a fazer teatro com sete anos e me encontrei lá. Era o que eu queria fazer pelo resto da minha vida. Quando eu tinha 14 anos resolveram montar um musical no curso de teatro. Me encantei e fui fazer um curso profissionalizante.

- Você costuma falar bastante sobre feminismo em suas redes sociais…

Minha geração tem uma vantagem nesse quesito que são as redes sociais porque a gente pode ser ouvido sem uma barreira, pode ter diálogo direto. Esses dias eu postei no Instagram: não me elogie insultando outra mulher. As pessoas fazem muito isso, a gente está sempre no lugar de ser comparada com outra, como se fosse gado. Vamos nos acostumando com isso, mas não devíamos. Todas as personagens que eu faço tento encontrar o ponto forte delas, transformar numa pequena causa feminista, enxergar pequenas nuances, onde ela resiste. É importante encontrar resistência. A gente aprende a admirar a força das outras mulheres. A gente precisa se ajudar, ter sororidade. Parar com essa coisa de ‘inimiga’, ‘pisa menos’. Estamos contaminados com a cultura da inveja. Se eu posto uma foto que estou bonita não estou pisando em ninguém, estou só reconhecendo o meu valor. Reconhecer o seu valor é um ato de resistência, sobretudo se você for mulher.

- Quais são seus sonhos, próximos passos?

Quero abraçar o mundo, cada dia eu acordo com uma vontade diferente em relação a isso. Queria muito fazer um longa, quero continuar fazendo novela porque me deu uma outra prontidão como atriz e gostei muito do ambiente. Mas ao mesmo tempo morro de vontade dos palcos, de ter o público ali perto, de ver as reações de cada pessoa. Também quero compor algumas músicas, de repente gravar alguma coisa.

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