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Sabrina Parlatore: “Tenho uma força incrível, não sou de me vitimizar"

Ela revê essência após vencer o câncer

por Tamara Gaspar Publicado em 04/08/2016, às 07h50

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Sabrina fala de sua luta contra a doença - CAIO GUIMARÃES
Sabrina fala de sua luta contra a doença - CAIO GUIMARÃES

Há cerca de um ano,Sabrina Parlatore(41) mergulhou em uma difícil e dolorosa batalha que, sem dúvida, transformou seu olhar sobre a vida. Neste período, a apresentadora descobriu um câncer de mama, fez cirurgia para retirada do nódulo e submeteu-se às sessões de quimioterapia e radioterapia. Passada a turbulência, ela já festeja os resultados de seu esforço e fé. “Tenho uma força incrível dentro de mim, não sou de me vitimizar. Sofri muito e, em alguns momentos, achei que iria morrer, mas não me revoltei e nunca questionei o porquê de isso acontecer. Essa postura me ajudou e, hoje, me considero curada”, disse ela, que passará por teste genético para detectar possíveis mutações. “Ainda não sei quando farei, mas se der positivo, pode ser que eu precise tirar o ovário e as mamas, como uma medida preventiva. Confesso que estou com medo.”

Manter a autoestima e a feminilidade foi essencial para sair vitoriosa desta luta. “Quando soube que faria quimioterapia, a primeira coisa que pensei foi: ‘Vou perder meus cabelos.’ É uma sensação desesperadora, pois você fica sem controle do seu corpo”, relembrou ela, que usou uma touca e capacete que resfriam o couro cabeludo e contraem os vasos sanguíneos, o que inibiu a queda. Felizmente, perdeu apenas 40% dos fios. “A manutenção do cabelo foi ótima e influiu psicologicamente em mim. Quem vê de fora, pode achar que é frescura, mas perder o cabelo é como perder a identidade.” A cirurgia reconstrutora da mama também ajudou. “No dia da retirada do nódulo, um cirurgião plástico já fez a correção e ficou igual. Deu um alívio...”, contou ela, que optou pelo silêncio e discrição ao longo do tratamento.

Eleita do publicitário Alfredo Motta (45), Sabrina não perdeu o otimismo e garante: é possível tirar um saldo positivo de tudo isso. “A gente começa a repensar o que nos faz feliz de verdade e ainda estou nesta descoberta. Sempre fui muito ansiosa e sei que a ansiedade é prejudicial. Quero viver um dia de cada vez.” Apesar de não fazer planos, ela congelou seus óvulos logo que soube da doença. “Já tive mais vontade de ser mãe. Hoje, não tenho tanta certeza. Sei que tenho de decidir logo, pois não tenho mais idade e ainda passei por todo esse tratamento. Por isso, quis uma garantia.”

Foi pega de surpresa?
Um ano antes, durante os meus exames de rotina, esse nódulo tinha aparecido, mas o médico me disse que não era caso para biopsia. Não dá para confiar em qualquer médico e é bom ter uma segunda opinião.

Como ficou enquanto esperava o resultado da biopsia?
Preocupada, chorava muito, mas, ao mesmo tempo, comecei a me preparar para um diagnóstico positivo. O pior dia não foi o do resultado em si, mas quando descobri que teria que fazer quimio.

Quais os efeitos colaterais?
O que mais me incomodou foi a insônia. Tinha uma excitação no corpo, minha frequência cardíaca aumentou e me sentia ofegante. Tive enxaquecas horríveis, cansaço e falta de energia. Não conseguia fazer minhas atividades normais e isso é frustrante.

E a questão do cabelo?
Fui atrás de perucas e próteses capilares. Faltando alguns dias para começar a quimio, a médica ligou e falou sobre esse aparelho que conserva a maior parte do cabelo. Usei, mas não foi fácil. Dói bastante, gela a cabeça e os 10 primeiros minutos são desesperadores.

Você teve medos?
Minha primeira preocupação foi: é grave? O quão grave é? Vou morrer? Mas o médico explicou que era inicial e tinha cura. Isso me deu força para colocar a cabeça no lugar. Fui muito serena, sabia que não podia me desesperar. Tive momentos ruins, mas tentei manter o pensamento positivo e a fé.

Imaginava ser tão forte?
Minha vida nunca foi muito fácil e sempre tive de ter força para encarar os problemas. A gente fica vulnerável, mas, felizmente, não entrei em depressão.

A visão sobre a vida mudou?
Sempre dei valor às pequenas coisas, mas agora isto está mais fortalecido. Pequenos medos foram embora. Sempre tive muito estresse na vida, momentos de tristeza, de não estar bem no relacionamento ou trabalho. Não posso dizer que isso me causou o câncer, mas sinto que aquele estresse me fez mal. Não quero mais passar por algo assim. A saúde, agora, está em primeiro lugar. Quero ter uma vida balanceada e equilibrada.

Como seu marido reagiu?
No começo, percebi que sofreu muito, mas ligava para médicos e pesquisava o assunto. Minha mãe foi quem segurou a onda, porque homem tem um pouco de medo.

Planeja retomar o trabalho?
Só não voltei à TV por falta de oportunidade. Meu último contrato acabou em 2014 e, como estava sem trabalho, investi na música. Adoro cantar. Este ano, inclusive, já fiz alguns shows. A ideia é conciliar as duas coisas.