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Priscila Steinman encara cenas de 'prazer e dor' em 'Questão de Família': "Intenso e estranho”

"Tinha que ser intenso e de certa forma estranho”, diz a atriz sobre as cenas quentes da advogada Laura com personagem de Eduardo Moscovis

CARAS Digital Publicado em 09/05/2017, às 10h59 - Atualizado às 11h31

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Priscila Steinman caracterizada como a advogada Laura em 'Questão de Família' - Juliana Coutinho/Divulgação
Priscila Steinman caracterizada como a advogada Laura em 'Questão de Família' - Juliana Coutinho/Divulgação

Priscila Steinman nunca foi fã de luta, nem muito menos uma mulher frágil. Bem diferente de Laura, uma advogada que encontrou no MMA sua válvula de escape na série Questão de Família, do canal GNT.

Para dar vida à personagem, sua primeira protagonista na TV, ela encarou uma preparação intensa. “Ela já tem tendência à depressão, já ficou internada em clínica. Ela é séria, fria, frágil, misteriosa. O oposto de mim”, garante a atriz. "Assisti como ouvinte a diversas audiências no tribunal, no centro do Rio. Fiz aula de muay thai com alguns mestres, uma dieta alimentar específica", conta ela, que tomou como referência a personagem de Juliette Binoche no filme Perdas e Danos e de Anne Hathaway em O Casamento de Raquel.

Na série exibida às quartas-feiras, Laura se apaixona pelo juíz Pedro, interpretado por Eduardo Moscovis, com quem vive cenas quentes. “A Laura associa prazer com dor, então nas cenas em que ela se envolve com o Juiz Pedro, não podia ser leviano, tinha que ser intenso e de certa forma estranho”, explica Priscila.  "O Sérgio (Rezende, diretor da série) fez um desenho dramático para a personagem em que ela se mostrava muito na intimidade. Isso foi interessante, porque possibilitou explorarmos e dilatarmos a personagem".

Prestes a completar 29 anos, no dia 26 de maio, Priscila está ensaiando seu primeiro monólogo, Rita Formiga, que estreia em junho no Rio de Janeiro. Só mais uma das novidades no currículo da atriz que descobriu a paixão pelo teatro ais oito anos, já morou em Israel onde escreveu, dirigiu e atuou em hebraico, e que soma vários trabalhos na TV, como a série Justiça e a novela Totalmente Demais, ambas na Globo.

Em bate-papo com CARAS Digital ela fala sobre sua experiência, a parceria com Eduardo Moscovis e seus próximos passos. Confira!

- A Laura tem algo em comum ou algo muito diferente de você?
Laura é totalmente diferente de mim. Ela é uma mulher frágil que tenta esconder seus abismos. Trabalha como advogada e, por conta de seus traumas, encontrou na luta o seu alívio, sua válvula de escape. Ela é intensa, parece que tem um furacão passando por dentro dela, mas só o que ela consegue externalizar é uma brisa ambígua e seca. Ela já tem tendência à depressão, já ficou internada em clínica. Ela é séria, fria, frágil, misteriosa. O oposto de mim. Nossa temperatura é bem diferente. Sou mais solar!

- Como foi sua preparação para viver a personagem?
Assisti como ouvinte a diversas audiências no tribunal, no centro do Rio. Acabei de gravar Justiça, viajei para a China de férias e voltei já direto para a preparação do Questão de Família. Fiz aula de muay thai com alguns mestres; fiz preparação física com o preparador Rodrigo Babi; fiz uma dieta alimentar específica elaborada com a Dra. Raissa Fernandes (na clínica da Patricia Davidson); comecei a assistir lutas em eventos (nunca tinha visto uma luta sequer na vida, detestava). Treinei com o campeão Adaylton Freitas e conversei com o Minotouro. Além de pesquisar referências, como o filme Perdas e Danos (personagem da atriz Juliette Binoche), o filme O Casamento de Raquel, personagem da Anne Hathaway).

- Primeira vez que você contracena com o Eduardo Moscovis?
Foi a primeira vez que trabalhei com o Du. Ele é um ótimo parceiro e acho que houve sintonia entre os personagens. Lembro que no nosso primeiro ensaio, eu estava de jejum, porque era Iom Kipur (um feriado judaico que eu jejuo) e foi a primeira vez que lemos juntos o texto. O Sérgio foi direcionando, as cenas foram fluindo e a emoção acontecendo. Ele é um cara leve, inteligente, alto astral e tem sempre uma comida saudável na mochila.

- Você faz alguma preparação especial para as "cenas quentes"?
A Laura associa prazer com dor, então nas cenas em que ela se envolve com o Juiz Pedro, não podia ser leviano, tinha que ser intenso e de certa forma estranho. O Sérgio fez um desenho dramático para a personagem em que ela se mostrava muito na intimidade. Isso foi interessante, porque possibilitou explorarmos e dilatarmos a personagem.

- Vamos falar sobre a peça, do que se trata Rita Formiga?
Rita Formiga é uma comédia do Domingos Oliveira. Já havia trabalhado com o diretor Fernando Philbert no teatro. Depois que ele viu minha última peça, do Shakespeare em que eu fazia a Rosalinda, ele veio me dizer que leu um texto e achou que seria uma ótima ideia levantarmos a peça. Ele disse: “lê, e se você gostar eu quero te dirigir”. Não deu outra, eu li e me apaixonei. A personagem é alto astral, alegre e retrata uma geração tropicalista maravilhosa de ser explorada. Estamos há um ano levantando tudo e será na raça e na coragem que vamos fazer, porque a peça ainda não tem patrocínio. Estreamos dia 01 de junho, no Teatro Poerinha, no Rio de Janeiro. Ficamos em cartaz junho e julho. É uma comedia deliciosa, posso ser suspeita, mas super indico para todos assistirem!

- Quando decidiu e como foi seu início como atriz?
Quando tinha 8 anos meu pai me levou para ver a peça Pluft, da Maria Clara Machado. Me encantei ali pelo teatro. Apontei para o palco e falei para meu pai que eu queria estar ali. Aos 9 anos entrei para a escola de teatro O Tablado, da própria Maria Clara Machado. Fiz aula por 9 anos, até ir morar fora, em Israel aos 18 anos. Lá estudei artes, teatro, dança, trabalhei como jardineira em um Kibutz (sociedade igualitária) em que morei e onde escrevi minha primeira peça, que também dirigi e atuei em hebraico.

- O que aconteceu quando você voltou ao Brasil?
Na volta fiz a Oficina de Atores da Globo. Consegui bolsa de estudos por conta das minhas notas na faculdade de Teatro – Bacharelado em Interpretação, na UniverCidade e também na faculdade de cinema, na PUC. Cursei as duas faculdades concomitantemente. Foi bem cansativo porque também trabalhava atuando no teatro e em alguns trabalhos na televisão, mas valeu tudo a pena. Durante os estudos, comecei a trabalhar também como roteirista na Globo. Tinha 22 anos quando entrei para a equipe de roteiristas de Malhação (2012), assinada pela Rosane Svartman. Viramos parceiras de trabalho. Depois trabalhei na equipe de roteiristas do programa Na Moral, onde assinei um roteiro junto com a Rosane. Depois trabalhei com o roteirista e diretor argentino Daniel Burman. Atualmente estou desenvolvendo projetos próprios como roteirista. Fiz o filme Pequeno Dicionário Amoroso 2, que foi uma experiência fantástica. Espero poder fazer mais cinema. Já atuei em mais de 10 peças. Ano passado foquei mais em trabalhos na televisão.

-  Quais são seus objetivos profissionais? E pessoais?
De um tempo para cá aprendi a traçar pequenos objetivos para ser mais realista e tentar evitar frustrações. Meu objetivo atualmente é ensaiar, me desafiar e me divertir construindo essa peça que está sendo tão prazerosa de trabalhar. Pessoalmente, gostaria de escrever um diário com os sonhos que emergem meu inconsciente enquanto durmo.