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TV / Sincera

Pabllo Vittar fala sobre preconceito, carreira e aceitação em entrevista ao 'Conexão Repórter'

A cantora participou do programa e falou sem filtro sobre detalhes de sua vida

CARAS Digital Publicado em 28/08/2018, às 16h57 - Atualizado às 17h04

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Pabllo Vittar - Instagram/Reprodução
Pabllo Vittar - Instagram/Reprodução

Pabllo Vittar foi a estrela do programa Conexão Repórter, do SBT, apresentado por Roberto Cabrini, na noite da última segunda-feira, 27.

O programa acompanhou a gravação do novo clipe Problema Seu, lançado no último dia 15, e que já tem mais de 15 milhões de visualizações.

A cantora apareceu sem a caracterização e falou sobre o processo de transformação, incluindo maquiagem, cabelo e roupa, para aparecer como todos conhecem. "Eu sou um menino que amo ser menino, amo ser desse jeitinho louco, diferente, e amo fazer drag. Eu tenho certeza que o drag sempre foi a extensão da minha personalidade. Eu sempre fui a Pabllo Vittar dentro de mim, só que uma hora eu tive que colocar ela para fora, tive que parir ela, e hoje ela está aí fazendo um monte de gente sorrir. Mas Pabllo Rodrigues é quem eu sou", contou.

Durante a entrevista com Cabrini, a cantora declarou como se define como artista. "Plural. Eu posso ser quem eu quiser, cantar o estilo que eu quiser e isso não vai mudar dentro de mim", falou. Ainda se definindo, ela complementou: "Pabllo Vittar quando está no palco montada é uma pessoa confiante, forte, e que não tem medo de nada. Quando eu estou montada parece que eu recebo um alterego, e nesse alterego eu posso ser quem eu quiser."

Questionada sobre a parcela da população que é moralista e mais conservadora, a jovem contou que essas pessoas não a incomodam. "Existem as pessoas que são caretas, mas existem também as outras pessoas que acham que devemos viver a vida da maneira que quisermos viver, e é para essas pessoas que a gente trabalha. Para as outras a gente quer levar informação, mostrar que a gente é capaz, que nós LGBTQ+ temos caráter, trabalhamos, temos sim os mesmo direitos e que a gente pode fazer o que a gente quiser", explicou.

Pabllo dividiu um pouco sobre detalhes de sua vida pessoal. Nascida no Maranhão, com uma infância simples, ela declarou que sua mãe, Verônica, foi abandonada pelo pai biológico logo depois de ter nascido, mas também afirmou nunca ter sentido falta de ter uma figura masculina em sua vida por sua mãe ter suprido tudo. A drag queen ainda revelou que seu pai tentou contato após ter ficado famosa, mas que ela recusou. A cantora, que se assumiu aos 15 anos, disse que falar da sua sexualidade com a mãe nunca foi um problema, que ela sempre a apoiou e esteve ao seu lado.

Ao ser questionada se o país está menos preconceituoso após seu sucesso, ela negou. "Demonstra que não está mais se calando, mas não que está menos preconceituoso. Eu acho que chegou a hora da gente mostrar e abrir nossa boca mesmo de que não vamos mais aguentar preconceito, chacota e ser minoria", afirmou dizendo ter consciência de que é um ícone em relação a essa luta.

A jovem de 23 anos ainda revelou estar ansiosa para lançar seu segundo álbum gravado no estúdio em Los Angeles, mas falou que ainda não pensa em carreira internacional.

A dona do hit K.O. contou estar achando incrível tudo o que vêm acontecendo com ela e com o cenário musical, político e social brasileiro. "Para o futuro eu quero isso e muito mais. Quero que todo mundo consiga enxergar a gente com outros olhos. Não com olhar discriminatório, mas com olhar de que 'poxa, somos irmãos, você é carne e osso como eu, e não tem porque a gente se odiar'. Acho que ninguém nasce se odiando, e o amor está aí para propagar, para dividir então vamos somar e se respeitar", finalizou.