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Osmar Prado revela que já foi tirado do ar "várias vezes"

O ator contou que já foi afastado do ar após brigar com diretores

CARAS Digital Publicado em 19/06/2015, às 09h33 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Osmar Prado - Viva/Reprodução
Osmar Prado - Viva/Reprodução

Osmar Prado gravou uma reveladora entrevista para o programa Grandes Atores, no canal Viva.

O ator de 67 anos contou que já foi tirado do ar  "várias vezes" e por diversos motivos ao longo de sua carreira de mais de 50 anos.

"Fui afastado de novelas por várias razões. Teve gente que quis me tirar. Nunca minimizei a televisão. Se você fizer bem, meu amigo, passar por ela e chegar ao público, ninguém te derruba, ninguém. Só se matar", disse Osmar.

Em 1993, quando interpretava o antológico personagem Tião Galinha na novela Renascer, pediu para que o autor Benedito Ruy Barbosa matasse seu personagem após brigar com um diretor da emissora. "Durante a novela tive um embate com um executivo da Rede Globo e eu pedi pra sair, pra antecipar a morte do Tião, com ele no auge. Ele ia morrer, mas não sabia quando. Lembro que a gente chegou num impasse e decidi que ia sair. Perguntei para o Benedito se ele queria ajuda e ele respondeu que não. Era para matar o personagem, ia voltar a fazer teatro em São Paulo. Aí eles botaram o Tião se suicidando. O Tião foi preso, foi pra cadeia, e se matou. Aí falei pro Luiz Fernando Carvalho [diretor da novela] que a cena não estava completa. Como que esse personagem, com tanta força, vai se matar por nada? Disse que queria uma bofetada na minha cara, bater em uma pessoa digna", explicou.

Osmar relembrou ainda que a direção da emissora chegou a pedir para que ele "baixasse o tom" de suas interpretações. "A novela que tem que subir. Não sou eu quem devo me conter. E se achar por bem que tem que tirar o personagem, não será nem o primeiro nem o último", contou o ator.

Em 1986, quando deu vida ao motorista Tabaco em Roda de Fogo, também descobriu que o autor Lauro César Muniz não o queria em seu folhetim. "O autor não me queria. Não que não gostasse de mim. Soube, depois, que preferia um ator em uma linguagem popular, mais 'come quieto'. E um dia fui chamado na sala do Paulo Ubiratan [diretor executivo]. Pensei que fossem tirar o personagem, né? Pelo contrário, queriam que desenvolvesse mais o Tabaco. Cara, aí deram chuteira, meia, calção, bola, e marquei gol para caramba", brincou.

Com toda sua experiência, Osmar falou sobre como deveria ser a relação do ator com os diretores de novelas. "Acho que o ator tem que ter uma personalidade, convicção. E um diretor generoso sabe que o ator não é um instrumento. Não são peças de xadrez que ele move para onde quiser. Acho que tanto os diretores como os atores quando são bons, reescrevem as histórias com as suas interpretações", afirmou.

Sem papas na língua, o ator contou sobre a descoberta de um câncer na garganta em 2013 e os desafios encarados na TV. "Quando o José Luiz Villamarim me convidou para 'Amores Roubados' eu estava com a gaze da primeira cirurgia. É bom viver, mas tem o momento de morrer. Tenho certeza que eu encararia legal, procuraria fazer da minha vida a melhor possível. Isso tudo me deu muita força. Para entender a importância e a desimportância da nossa trajetória. O que vale e o que não vale. O que é fútil e o que não é. E o privilégio que tenho de estar nessa profissão desde criança, onde posso trabalhar e atuar com todos esses sentimentos: o da morte, o da vida", completou.

A entrevista completa com Osmar Prado irá ao ar no Grandes Atores deste domingo, 21, no Viva.