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Nathalia Serra se destaca em 'Malhação' e sonha viver de arte: "Se ficar sem eu morro"

Ela deixou a faculdade de design para estudar interpretação em Nova York e hoje festeja sua estreia em 'Malhação' como Clara, braço direito da vilã Bárbara

Kellen Rodrigues Publicado em 17/11/2016, às 14h10 - Atualizado às 14h35

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Nathalia Serra - Faya/Divulgação
Nathalia Serra - Faya/Divulgação

Nathalia Serra quase se formou em design - chegou a cursar até o sétimo período e investia na criação de figurinos, quando percebeu que sua alegria não estava no backstage, mas em cima do palco. A vocação artística, ela conta, surgiu na infância. Aos três anos ela cantava para alegrar a avó que enfrentava um câncer.

"Quando íamos visitá-la eu mandava todo mundo sair do quarto e fazia show com músicas da Daniela Mercury pra ela. Meus pais ficavam tentando ver, mas só conseguiam ouvir as risadas da minha avó", lembra. "Ela ainda falava 'essa menina vai ser artista'".

Mas foi preciso convencer os pais e se jogar no sonho de ser atriz. Hoje, aos 27 anos, ela festeja o papel de Clara, braço direito da vilã Bárbara (Barbara França) em Malhação - Pro Dia Nascer Feliz. “Quando recebi a notícia que passei nos testes liguei chorando para os meus pais”, confessa.

O dia do teste, aliás, foi marcado por uma situação inusitada. “Quando estava a caminho, caí e rasguei a minha calça. Entrei numa farmácia, comprei um esparadrapo e fui remendando por dentro. Parecia que estava com vontade de ir ao banheiro", diverte-se. 

Em bate-papo com CARAS Digital a atriz fala sobre a carreira, a experiência de ter estudado teatro musical nos Estados Unidos e só despista quando o assunto é amor. “Estou feliz”, resume aos risos.

Confira!

- Como foi o início da sua carreira?
Comecei na dança com quatro anos. Fiz a minha formação acadêmica em balé, mas nunca trabalhei como bailarina. Eu não tinha corpo de bailarina clássica, sempre tive corpo mais atlético, não a coisa bem magrinha. Meus pais sempre me alertaram sobre como é difícil ser artista no Brasil e eu sempre tentei fugir um pouco dessa veia artística. Mas comecei a sentir muita falta do palco. Afastada dele pude perceber que o que eu mais amava na dança era a parte interpretativa de cada personagem, isso era o meu trunfo, me identificava. A partir daí fui buscar interpretação, assumi a carreira de atriz com uns 19 anos. Fui morar em Nova York, passei quase três anos em escolas maneiríssimas lá. Quando concluí os estudos, voltei para o Brasil e entrei para o musical do Wilson Simonal, junto com isso surgiram os testes para Malhação.

- E como foi quando recebeu a aprovação?
O processo seletivo demora bastante, fiz os testes no início do ano e recebi a notícia no dia 13 de junho, dia de Santo Antonio. Agradeci, liguei chorando para os meus pais. Foi uma surpresa e uma alegria muito grande. No dia que fui fazer o primeiro teste, aliás, aconteceu uma coisa engraçada. Eu caí quando fui atravessar a rua e rasguei a minha calça, já estava em cima da hora. Entrei em uma farmácia, comprei esparadrapos e fui remendando por dentro. Parecia que eu estava com vontade de ir ao banheiro. Quando cheguei lá elogiaram a minha calça (risos). Fiquei com o joelho roxo, ralada, sou a rainha dessas coisas, muito desastrada, mais que o normal.

- Quando você decidiu abandonar a faculdade de design sua família apoiou?
Meus pais morreram de medo porque eu já estava no sétimo período, faltava pouco para me formar. Por uma questão de estabilidade mesmo.  Mas os dois sabiam que a minha veia artística era inegável, tanto que eu com dois ou três anos fazia show para a minha avó Lalinha. Ela teve um câncer muito bravo. Quando subíamos para Petrópolis para visitá-la eu mandava todo mundo sair do quarto e fazia show com músicas da Daniela Mercury pra ela. Meus pais ficavam tentando ver, mas só conseguiam ouvir as risadas da minha avó. Ela ainda falava ‘essa menina vai ser artista’.

- Como foi a experiência de estudar em Nova York?
Lá fora existiam pessoas do mundo inteiro lutando por um mesmo objetivo que era conseguir entrar numa grande escola. Sentia ali que era uma briga não só com as pessoas do meu país, mas estava brigando por um papel com pessoas do mundo todo, isso tornava as coisas bem mais difíceis.

- Vamos falar um pouquinho sobre a Clara?
A Clara é uma funcionária da academia que se junta com a Bárbara, não sei se por simpatia ou se tem algum interesse por trás, quais são as motivações reais dela se juntando com uma pessoa que ela sabe que é do mal. Todo personagem é uma constelação afetiva, e para a Clara trabalhei muito a parte da inveja. Usei como bibliografia o livro Mal Secreto (Zuenir Ventura). Minha torcida é que ela seja interessante para a trama. No momento ela está sendo bem mazinha junto com a Bárbara, o braço direito para prejudicar a Joana (Aline Dias). O que sei que é aparentemente ela tem uma admiração pela Barbara, é sua cúmplice.

- Quais são seus sonhos?
Sonho poder trabalhar com grandes mestres da TV, fazer cinema, muitos milhões de outros musicais, minha grande paixão. Estudo canto há bastante tempo e quero viver da arte. Pra mim o trabalho de atriz não é para exposição, não é para fama, é a realização pessoal. Se ficar sem eu morro, não sou nada. Trabalhar na TV nunca foi uma coisa que eu buscasse, foi uma consequência de muito estudo. Minha família ficava perguntando ‘quando você vai aparecer na Globo?’, mas eu sempre estava tão envolvida com projetos de teatro que nunca foi uma obrigação para mim. Se eu estivesse no teatro já estava feliz. Mas realmente a realização do sonho é o reconhecimento de todos esses anos de estudo. É uma grande janela, uma grande oportunidade. O que eu puder fazer, me dedicar, me doar para viver de arte, será feito.