Leandra Leal quebra o silêncio e fala sobre a morte de sua Divina Diva, Rogéria

Dois dias após a morte da atriz e cantora Rogéria, a amiga Leandra Leal se pronunciou nas redes sociais sobre a perda de uma de suas "Divinas Divas".

Além de dirigir um documentário em que a estrela era uma das personagens, Leandra também criou um projeto para resgatar os shows protagonizados por travestis, drag queens e transformistas: o Rival Rebolado, realizado no teatro Rival, histórico na luta política brasileira e administrado por sua família.

"Há exatamente um ano a gente começava o Rival Rebolado com a nossa querida Rogéria como madrinha. Foi lindo ter ela comigo na coxia durante a volta da revista e do desbunde ao nosso palco. Foi emocionante ter ela ali nos abençoando, se apresentando com toda a sua força e luz", escreveu ela nesta quinta-feira, 6.

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A atriz explicou porque resolveu falar só agora. "Desde segunda-feira fiquei meio perdida, não sabia o que fazer ou como fazer o nosso espetáculo de hoje. Mas meus companheiros de Rebolado bolaram uma forma linda e potente de estar em cena hoje: homenageando. Porque sempre que subimos num palco levamos os nossos com a gente e a partir de hoje sempre levarei Rogéria e seus ensinamentos comigo. Eu tenho muita dificuldade de falar publicamente quando alguém tão próximo se vai. Porque me demoro observando a vida, porque prefiro ficar perto dos amigos, recebendo e dando carinho para quem fica", justificou.

Leandra então fez uma tocante homenagem para Rogéria.

"Eu sou muito grata a Rogéria. Muito. Ela me apresentou filmes, me ensinou a me maquiar, a me valorizar, a me apresentar. O seu exemplo me deu autoestima. Ela me mostrou referências essenciais para a artista que eu sou. Me mostrou o valor de ser disciplinada, focada, obstinada. A importância de se viver na sua potência, de acordo com o seu sonho. E que sonhar deve ser um ato livre, que obedece somente ao seu ser. Eu percebi com ela que a vida, quando vivida na sua potência, pode ser em si uma obra de arte e um gesto político. When you smile the whole world smiles with you. Assim ela viveu. Sorrindo. Sendo sol. Eu não tenho a sua energia e nem sempre consigo ser assim. Mas eu tento e vou continuar tentando ser feliz como eu sonho, emanar amor e felicidade com purpurina, com as unhas feitas e o cabelo pintado de louro. Porque, assim como ela, nós somos seres que nasceram para ser louras.
Eu quero ir até o fim como ela, no palco, nas telas, com as minhas rugas e a minha potência. Estrelas não têm idade. Brilham. Brilha, minha querida. E obrigada por tudo. Obrigada por ter me permitido viver perto de você e registrar seu brilho. Estamos juntas, eternizadas - e, o mais importante de tudo, estamos juntas com amor", encerrou ela.

Leandra Leal fez questão de permanecer durante todo o dia no velório e adeus à grande estrela.

Há exatamente um ano a gente começava o Rival Rebolado com a nossa querida Rogéria como madrinha. Foi lindo ter ela comigo na coxia durante a volta da revista e do desbunde ao nosso palco. Foi emocionante ter ela ali nos abençoando, se apresentando com toda a sua força e luz. Desde segunda-feira fiquei meio perdida, não sabia o que fazer ou como fazer o nosso espetáculo de hoje. Mas meus companheiros de Rebolado bolaram uma forma linda e potente de estar em cena hoje: homenageando. Porque sempre que subimos num palco levamos os nossos com a gente e a partir de hoje sempre levarei Rogéria e seus ensinamentos comigo. Eu tenho muita dificuldade de falar publicamente quando alguém tão próximo se vai. Porque me demoro observando a vida, porque prefiro ficar perto dos amigos, recebendo e dando carinho para quem fica. Eu sou muito grata a Rogéria. Muito. Ela me apresentou filmes, me ensinou a me maquiar, a me valorizar, a me apresentar. O seu exmplo me deu auto-estima. Ela me mostrou referências essenciais para a artista que eu sou. Me mostrou o valor de ser disciplinada, focada, obstinada. A importância de se viver na sua potência, de acordo com o seu sonho. E que sonhar deve ser um ato livre, que obedece somente ao seu ser. Eu percebi com ela que a vida, quando vivida na sua potência, pode ser em si uma obra de arte e um gesto político. When you smile the whole world smiles with you. Assim ela viveu. Sorrindo. Sendo sol. Eu não tenho a sua energia e nem sempre consigo ser assim. Mas eu tento e vou continuar tentando ser feliz como eu sonho, emanar amor e felicidade com purpurina, com as unhas feitas e o cabelo pintado de louro. Porque, assim como ela, nós somos seres que nasceram para ser louras. Eu quero ir até o fim como ela, no palco, nas telas, com as minhas rugas e a minha potência. Estrelas não têm idade. Brilham. Brilha, minha querida. E obrigada por tudo. Obrigada por ter me permitido viver perto de você e registrar seu brilho. Estamos juntas, eternizadas - e, o mais importante de tudo, estamos juntas com amor.

Uma publicação compartilhada por Leandra Leal (@leandraleal) em Set 6, 2017 às 7:48 PDT