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Laila Garin: "Temos que achar a beleza em uma ruga para não ficar louca"

A filha de baiana com francês brilha na arte com a luz de Elis Regina

Roberta Escansette Publicado em 02/09/2016, às 16h20

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Laila Garin - FABRIZIA GRANATIERI/BELEZA:JAYCE DI PAULA
Laila Garin - FABRIZIA GRANATIERI/BELEZA:JAYCE DI PAULA

A atriz e cantora Laila Garin (38) acredita que sua vida se transformou com a “bênção” de Elis Regina (1945–1982). Em 2013, ela interpretou a cantora nos palcos com Elis, a Musical, um sucesso de público e crítica que, além de tudo, trouxe muita sorte. “A considero minha fada madrinha. Acho que ainda está me ajudando e abrindo portas. Fiz a primeira novela, Babilônia, depois do espetáculo. Elis é um espírito de luz que só me faz bem”, acredita ela. “Esse estado alegre é o que mais gosto em mim”, avalia a artista, no hotel Casa Da Santa, em Santa Teresa, Rio.

Filha de uma baiana com um francês, Laila mostra que herdou o “borogodó” da mãe, Nadja Miranda (67), e o lado mais pragmático do pai, Didier Garin (68). O resultado dessa mistura é uma mulher “arretada” que vem trilhando um belíssimo caminho nas artes. Dona de prêmios de grande notoriedade, como o Cesgranrio de Teatro e o Bibi Ferreira, ambos recebidos em 2014, ela estará em cartaz com Gota D’Água [a Seco], de Chico Buarque (72) e Paulo Pontes (1940–1976), com estreia em setembro, em São Paulo. Recentemente, Laila esteve na Bahia, sua terra, para apresentar a peça que, há 40 anos, teve uma montagem antológica com Bibi Ferreira (94) e o próprio Paulo, como parte da programação da 17ª edição do festival Catálogo Brasileiro de Teatro. “Foi um resgate das minhas raízes. Voltei para casa desnorteada”, confessa Laila, acolhida pelo marido, o iluminador francês Hugo Mercier (32). A atriz está casada há três anos e mora no Rio com ele. “Nos conhecemos em 2011, trabalhando. Apesar de a família não ser tradicional, casei, mas não usei véu ou grinalda”, recorda.

Como as artes chegaram na sua vida? 

Minha mãe vivia rodeada de artistas porque é jornalista cultural. Convivi sempre com muitos deles. Ela sempre trabalhou demais e precisava que eu tivesse atividades paralelas para não ficar sozinha em casa. Me colocou em aulas de teatro e música. Não me lembro o dia em que virei atriz. A primeira peça foi Decamerão, tinha 5 anos. Depois de um tempo, comecei a cantar.

Você se considera mais cantora ou atriz? Recentemente, fez o show Rabisco...

Atriz, por causa dos meus estudos. Quando escolho uma música para cantar, é com a visão de atriz e não porque é legal.

Com agenda profissional pulsante, há espaço para filhos?

É a hora de decidir. Estou pensando no tema. Me questiono pelo tempo e pela dedicação que precisaria dar a uma criança. Estou no momento refletindo sobre isso. É uma dúvida.

Você se acha vaidosa?

Sou, sim. Quero ficar bonita, envelhecer bem. Mas como essa nunca foi minha qualidade maior, lá em casa se cultivavam outros valores. Se eu estiver bonita, legal, mas acho que tenho coisas mais importantes. O dom do canto, por exemplo. Todos nós vamos perder o encanto físico. Então, temos que achar a beleza em uma ruga para não ficar louca. Um dia vamos perder o corpo.

Depois que saiu da casa de sua mãe, na Bahia, morou na França e São Paulo antes do Rio. Onde é o seu lugar no mundo?

Gosto da estrada. Toda vez que estava com uma tristeza amorosa, viajava para a Chapada Dia mantina e me sentia bem durante todo o trajeto até chegar lá. Mas me sinto em casa, mesmo, aqui no Rio. É onde tem gente de todo o mundo.