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Solar e empoderada, 'Orgulho e Paixão' estreia com mocinha não convencional apaixonante

Inspirado em Jane Austen, nova novela da Globo mostra tentativa de renovar o horário das seis

Gustavo Assumpção Publicado em 20/03/2018, às 18h29 - Atualizado em 15/02/2019, às 16h43

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Mulheres fortes se destacam na estreia de 'Orgulho e Paixão' - Reprodução
Mulheres fortes se destacam na estreia de 'Orgulho e Paixão' - Reprodução

A primeira cena de Orgulho e Paixão, nova novela das 6 que estreou nesta terça-feira, 20, dá uma ideia do tom leve que deve acompanhar a segunda novela assinada por Marcos Bernstein. Nela, Lisbeta, personagem de Nathalia Dill, abraça um globo terrestre e sonha deixar o Vale do Café, localidade fictícia em que a trama é ambientada.

"Eu vou sair daqui e vou conhecer esse mundo todo... ou pelo menos uma boa parte dele eu vou", diz. Ao fundo, a voz estridente de Ofélia, papel de Vera Holtz, ecoa. Ela anuncia um baile, chance para que as cinco filhas possam encontrar casamentos bem sucedidos que definirão seus futuros.

Mistura de várias obras da escritora britânica Jane Austen, ícone no retrato das relações de gênero em uma Inglaterra que concentrava disputas desiguais entre homens e mulheres, Orgulho e Paixão opõe a mocinha, Lisbeta, e as irmãs: a personagem principal é a renovação, o moderno; as irmãs a repetição das tradições.

Ágil, a apresentação de cada uma das cinco irmãs foi realizada sem maiores pretensões, muitas vezes flertando com os clichês irresistíveis do folhetim. A aposta é clara: não há qualquer tentativa de fugir do ridículo e de um humor por vezes infantil, próprio do horário.

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ESTREIA

O primeiro capítulo de Orgulho e Paixão deixou claro a escolha de um rumo diferente das últimas tramas do horário, sobretudo a sofrida Tempo de Amar. A aposta é em uma novela mais leve, divertida e bem humorada. Tal retrato está presente não somente nos cenários e figurinos, mais solares e coloridos do que as tramas anteriores, mas também na fotografia e na direção artística, assinada por Fred Mayrink.

Afiados e leves também foram os diálogos das amigas Emma, interpretada pela ótima Agatha Moreira, e Lisbeta.  "Eu espero tudo, tudo o que a vida tem a oferecer. Conhecer lugares lindos, espero conhecer gente, tudo o que a vida tem a oferecer", diz a mocinha. "Esperar, ter tanta esperança assim, é pedir pra se decepcionar", responde a amiga. "Mas, se não é para ter esperança, para que viver?", rebate Lisbeta.

A construção de uma personagem principal que propõe várias camadas exige um mocinho também nada convencional. Logo no primeiro encontro, em tom cômico, Lisbeta e Darcy, vivido por Tiago Lacerda, se engalfinham ao disputarem uma calça em um alfaiate. Ao fim do capítulo ela aparece em um traje de gala tipicamente masculino. Símbolo mais claro de luta entre gêneros impossível.

Contraste é o papel de Julieta, antagonista que marca o retorno de Gabriela Duarte às novelas. O figurino fúnebre da "rainha do Valé do Café" mostra que ela será um ponto de confronto, principalmente porque tem como falsa cúmplice a vilã cômica Susana, pepel de Alessandra Negrini, solta em um papel incomum em sua carreira marcada por excelentes personagens. Destaque também para a serviçal Petúnia, vivida pela craque Grace Gianoukas.

SEGUNDA CHANCE

A novela é o segundo trabalho assinado por Marcos Bernstein, responsável entre outros trabalhos pelo roteiro do sucesso Central do Brasil. Além de colaborações em algumas tramas da TV Globo, foi estreou como autor principal na ousada Além do Horizonte, novela das 7 que patinou e sofreu alterações para se enquadrar nas metas de audiência.

Agora, mais conservador, ele propõe uma mocinha com ares de modernidade ao mesmo tempo em que repete temáticas convenientes das telenovelas. "Ela [a protagonista] não tem a questão romântica como ponto central da vida dela. A prioridade dela é encontrar o seu lugar no mundo. Só que quando ela tá tentando encontrar isso ela descobre o Darcy por quem ela fica apaixonada. É uma paixão de contrastes", explica ele.

Assinada por Bernstein com colaboração de Victor Atherino, ‘Orgulho e Paixão’ tem direção artística de Fred Mayrink.