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TV / Aceitação

Em live, Gretchen e Thammy Miranda falam sobre aceitação: ''A base de tudo foi o amor''

Gretchen e Thammy Miranda batem papo em live sobre aceitação, homossexualidade e transição

CARAS Digital Publicado em 02/07/2020, às 07h27 - Atualizado às 07h36

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Gretchen e Thammy Miranda falam sobre aceitação - Reprodução/Instagram
Gretchen e Thammy Miranda falam sobre aceitação - Reprodução/Instagram

Thammy Miranda e Gretchen bateram um papo sobre aceitação nesta quarta-feira, 01!

Em uma live promovida no Instagram, mãe e filho conversaram sobre homossexualidade e também quando Thammy resolveu fazer a transição para homem trans.

"Muito difícil. Por que você engravida de uma menina, você ganha uma menina, por alguns anos você tem uma filha que você enche de lacinho, de vestidinho, de sapatinhos de boneca e de coisinhas de menina. E com o tempo você vai vendo que não é mais ou menos isso que está acontecendo", começou a cantora.

"Na minha época, muito antiga, você dizia 'é uma menina-moleque', como eu sempre fui uma menina-moleque. Eu jogava futebol na escola com os meninos, eu nunca gostei de brincar de casinha, eu nunca brinquei de boneca, mas eu sempre fui feminina. E era assim que eu enxergava você: como eu, uma menina que gosta de coisas de menino, como eu era", continuou.

O pai de Bento lembrou uma história da infância, em que pediu para fazer xixi em pé, quando tinha 4 anos. 

Gretchen explicou: "Então, eu estava grávida de um menino. Então, quando eu ganhei esse menino, você: 'Ai, você gosta mais de menino, então eu quero fazer xixi em pé porque menino faz xixi em pé'. Era como se você tivesse ciúmes do seu irmão, mas na verdade não era. Pra mim, naquela época, que não entendia nada, a gente não tinha esclarecimento que tem hoje,  era uma menina que tinha ciúmes da gravidez da mãe de um menino, e que queria ser um menino para a mãe gostar mais. Mas aí você já dava indícios que você não era uma menina. Mas, na minha ignorância naquela época, era isso".

"O sonho de uma mãe que tem uma menina é que a menina case, que ela engravide, que ela case de vestido de noiva, e aí você vê que a realidade não é essa. Por que com 15 anos eu já tinha uma desconfiança de que as coisas não eram bem assim. Quando eu perguntei pela primeira vez 'Thammy, você gosta de mulher?', você falou 'Você tá louca! Imagina! Onde já se viu eu gostar de mulher?! Você está me chamando de sapatão!'. E aí eu achei estranho porque quem cuidava das contas da sua casa era eu. E aí eu via algumas ligações, no horário da madrugada, de uma hora, de uma hora e meia, quarenta minutos, para uma certa pessoa que eu sabia quem era, e que eu sabia que essa pessoa era homossexual. E o dia que eu te perguntei a primeira vez na cara 'Vocêe stá tendo alguma coisa com essa pessoa?'  você disse: 'Mais uma vez você está me chamando de sapatão, você é louca. Depois com o tempo eu vi que não era louca coisa nenhuma, que na verdade eu já tinha percebido e você tava me tirando".

"Quando a gente está passando por isso você não quer aceitar que você é diferente. Eu estava me descobrindo. Esse negócio de aceitação é tão louco que eu estava num conflito comigo mesmo do tipo 'eu não sei se só gosto de mulher, se me gosto de mulher e me sinto um homem' porque existem muitas mulheres que gostam de mulher e não precisam fazer essa transição, são mulheres até femininas muitas vezes, que nem lésbica mais machinho é. E a questão comigo não era só gostar de mulher. Isso era a minha sexualidade, mas era mais louco na minha cabeça porque meu gênero não condizia", comentou Thammy.

Na conversa, o ator também falou sobre como conseguiram se acertar. "Eu acho que a base de tudo foi o amor", disse. Porque eu lembro uma vez que a gente conversou, e que você sempre falava para mim: 'Isso vai passar, é uma fase, você está confuso'".

"Aí eu falei para você: 'Mãe, você acha mesmo que se eu pudesse escolher, eu ia escolher passar por tudo isso que a gente está passando? Escolher que a gente vai passar por preconceito junto, que a gente vai sofrer coisas na rua... Ninguém escolhe passar por tudo isso. E acho que foi nesse momento que caiu a sua ficha mesmo. Você pensou: 'Não importa o que vai acontecer na rua, o meu colo aqui sempre vai ter'".

A cantora concordou e afirmou: "Até porque quando eu optei ser mãe, eu não queria saber se tinha pai na história. Eu sou mãe, o filho é meu, eu vou assumir, vou sustentar, eu vou criar, vou proteger. Independente do que ele seja. Então eu acho que nessa hora que caiu a ficha, caiu também essa posição de 'Eu aceito meu filho como ele é', porque eu desejei ser mãe. E ponto final".

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