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TV / EXCLUSIVO

Elenco comenta sucesso de 'Malhação: Viva a Diferença', vencedora do Emmy e que vai virar série

Novela teen conquistou um dos maiores prêmios da televisão mundial e vai virar série

Juliana Pio Publicado em 10/04/2019, às 12h33 - Atualizado às 14h01

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Manoela Aliperti, Gabriela Medvedovski, Heslaine Vieira, Daphne Bozaski e Ana Hikari - Globo/Sergio Zalis
Manoela Aliperti, Gabriela Medvedovski, Heslaine Vieira, Daphne Bozaski e Ana Hikari - Globo/Sergio Zalis

Sucesso de crítica e de público, a novela global "Malhação: Viva a Diferença", exibida entre 2017 e 2018, conquistou um dos maiores prêmios da televisão mundial nesta terça-feira, 9. A temporada, que marcou ao contar, principalmente, a história das ‘Five’, as amigas Keyla, Benê, Tina e Lica, venceu o Emmy Kids Internacional 2018 e levou o troféu de Melhor Série em Cannes, na França.

Escrita por Cao Hamburger e dirigida por Paulo Silvestrini, a atração teen, pela primeira vez ambientada em São Paulo, concorreu com produções da Alemanha, Austrália e Canadá, e levou a estatueta ao celebrar a diversidade. Para o próximo ano, a emissora prentende lançar uma série inspirada na trama. 

Em entrevista exclusiva à CARAS Digital, Ana Hikari (Tina), Gabriela Medvedovski (Keyla), Heslaine Vieira (Ellen), Daphne Bozaski (Benê), Isabella Scherer (Clara), Ana Flávia Cavalcanti (Dóris) e Felipe Hintze (Moqueca) comentam sobre a participação no folhetim, revelam curiosidades dos bastidores e avaliam o sucesso da trama, que garantiu mais um prêmio à TV Globo.  


Ana Hikari. Imagem: Globo/Raquel Cunha

“Acredito que o mundo esteja com um importante olhar sobre a valorização da diversidade” – Ana Hikari (Tina).

Intérprete da talentosa Tina, Ana Hikari credita o prêmio ao fato de a trama valorizar a diversidade e o diálogo sobre opressões, ao trazer um discurso que ressalta a importância das mulheres, debate questões de gênero e ainda questiona a homofobia e o racismo.

“Precisamos desses pensamentos nesse momento ao redor do mundo. E a nossa novela conseguiu abordar todas essas temáticas. O reconhecimento internacional através desse prêmio é o reconhecimento da importância dessas discussões para o mundo no momento em que vivemos”, ressalta a jovem.  

Ana também lembra que se sentiu representada com a personagem. “Sou muito grata ao Cao Hamburger e à equipe de roteiristas por terem escrito uma novela com tanta história verdadeira para ser contada. Me senti muito representada pelas questões da Tina e fui extremamente feliz com a condução da equipe de direção, com os cuidados da produção e técnica, e todo o elenco que estava conosco. Esse trabalho não teria acontecido se não fosse essa união. Não é à toa que ainda somos muito amigos. Só tenho a agradecer por essa porta de entrada na Globo.” 


Gabriela Medvedovski. Imagem: Globo/Raquel Cunha

“Todos os assuntos abordados sempre vinham de uma forma questionadora” – Gabriela Medvedovski (Keyla)

Gabriela Medvedovski faz questão de ressaltar seu crescimento pessoal e profissional após atuar na trama, que foi seu primeiro trabalho na televisão. “Foi também um divisor de águas para entender que esse é um caminho que eu quero seguir desbravando durante minha carreira. Aprendi tudo. Eu e todas as meninas vivemos muito intensamente essa experiência. Todos os assuntos abordados sempre vinham de uma forma questionadora, buscando realmente discutir aquilo, sem juízos de valor e sem impor opiniões”, conta ela. 

Em sua visão, a trama deixou uma mensagem de empatia para as pessoas. “Precisamos de uma sociedade mais empática, com menos pré-conceitos, menos discursos prontos e mais disposta a se questionar e repensar nossa maneira de pensar”, desabafa a jovem, que ganhou muitos amigos após as gravações. “Muitos companheiros, que agregaram e seguem agregando na minha vida, me ensinando diariamente e me fazendo crescer como pessoa e profissional.” 


Heslaine Vieira. Imagem: Globo/Raquel Cunha

“Esperança, união, amor é o que o mundo está clamando nesses tempos difíceis” – Heslaine Vieira (Ellen)

Para Heslaine, umas das integrantes das Five, contar a história da Ellen foi também contar a sua história e a de muitas mulheres com sonhos e poucas oportunidades. “Foi lindo, foi especial, foi representativo, foi único!”, afirma. 

Segundo ela, "Viva a Diferença" deixou uma sementinha sobre o que precisa ser discutido ainda no Brasil. “Sexualidade, gravidez na adolescência, aceitação, diversidade, escolhas, enfim... Mas o mais importante que a trama deixou, na minha opinião, é que com amor e respeito a gente consegue enfrentar essas dificuldades que ainda são muito presentes no país. Olhar para o ser humano, olhar para o lado, um olhar com empatia.”

Para ela, a história contada na trama foi a grande protagonista. “Esperança, união, amor é o que o mundo está clamando nesses tempos difíceis e, quando falamos sobre isso, sobre histórias reais, criamos uma relação com o público, que se identifica”, salienta a atriz.


Daphne Bozaski. Imagem: Globo/Raquel Cunha

“Fizemos essa 'Malhação' com muito amor e dedicação. Acho que isso também fez a diferença” – Daphne Bozaski (Benê)

Daphne Bozaski acredita que a integração da equipe contribuiu muito para o sucesso da temporada. “Éramos um elenco muito talentoso e unido. Fizemos essa 'Malhação' com muito amor e dedicação. A gente gravava muitas horas, mas mesmo assim nos encontrávamos à noite para ensaiar. Queríamos dar o nosso melhor a cada cena. Acho que isto também fez a diferença no resultado final. A nossa amizade, companheirismo e vontade de querer contar essa história”, conta a jovem, que deu à luz o seu primeiro filho recentemente. 

A atriz, assim como os demais colegas de elenco, também ressalta a importância e a qualidade do trabalho do autor Cao Hamburger e do diretor Paulo Silvestrini. “O Cao tem uma maestria para escrever e transmitir um entretenimento passando uma mensagem de uma forma única. E esse foi um dos motivos pelos quais acho que a gente ganhou esse prêmio. O texto do Cao e a direção do Paulinho fizeram toda a diferença. Além disso, os atores, diferentes entre si, mas com ideias complementares, a dedicação, o trabalho em equipe e o amor também contribuíram para o Emmy.”  

Daphne ressalta que a mensagem deixada pela trama é que as pessoas devem aceitar as diferenças. “O mundo hoje é muito intolerante e todo mundo é diferente. A minha personagem, Benê, era autista e queria ser igual a todos. As pessoas diziam que ela era esquisita, mas as amigas, que reforçaram a importância da amizade, ressaltavam que a diferença da personagem era o que a tornava especial.” 


Isabella Scherer e Lucas Penteado. Imagem: Globo/Marília Cabral

“As diferenças vão sempre existir, por isso precisamos aprender com elas e se colocar no lugar do outro” –  Isabella Scherer (Clara)

Para Isabella Scherer foi um sonho ter participado de "Malhação". “Cresci assistindo à novela e me imaginando fazendo aquilo. Com certeza foi o maior aprendizado como atriz que tive até agora. Além disso, aprofundei meu conhecimento sobre feminismo, racismo, preconceitos e tantos outros problemas estruturais do nosso país. Impossível não sair transformada depois desse trabalho”, conta a jovem, que acabou de se lançar como estilista no mundo da moda. 

Filha do nadador Fernando Scherer, o Xuxa, Isa opina sobre a mensagem deixada pela trama. “Que as diferenças vão sempre existir, por isso precisamos aprender com elas e se colocar no lugar do outro. 'Viva a Diferença' mostrou ao público muitos problemas que acontecem com pessoas próximas a nós e que acabamos não percebendo por não prestar atenção no outro”, diz a atriz, que ainda faz um apelo: “Quero pedir que prestem atenção nas pessoas próximas de vocês, que vocês amam! Muitas vezes, a pessoa só precisa de uma ajuda e não consegue pedir!” 


Ana Flávia Cavalcanti e Mouhamed Harfouch (Bóris). Imagem: Globo/Marília Cabral

“Abrir a discussão e ampliar nossa maneira de ver e nos relacionar com a maior população do Brasil: a população negra” – Ana Flávia Cavalcanti (Dóris)

Ana Flávia Cavalcanti, que interpretou a educadora Dóris, é categórica ao dizer que a temática envolvendo a celebração das diferenças foi o que mais chamou a atenção do público. “Temos essa cultura da miscigenação impregnada em nossa formação de base, agora, consigo imaginar a alegria e a grande expectativa de um público internacional ao assistir à 'Malhação Viva a Diferença'”, salienta.

Segundo a atriz, a novela mudou a sua vida. “Além do reconhecimento do meu trabalho, que foi e está sendo
superimportante, 'Malhação Viva a Diferença' mudou a minha relação e a minha escuta sobre as questões do ensino público.”

Ana também destaca o trabalho de Renata Martins. “Uma roteirista e diretora negra que pôde nos presentear com suas vivências atuais e ancestrais, com o objetivo de abrir a discussão e ampliar nossa maneira de ver e nos relacionar com a maior população do Brasil: a população negra, com todo seu charme e elegância”, pontuou.


Felipe Hintze. Imagem: Globo/Sergio Zalis

“É admirável poder falar sobre as minorias em um veículo tão grande como a 'Malhação'” – Felipe Hintze (Moqueca) 

Com dois Emmys no currículo, Felipe Hintze, que viveu o personagem Moqueca, também ressalta a celebração da diferença como ponto principal da novela. “É admirável poder falar sobre as minorias em um veículo tão grande como 'Malhação'”, afirma o jovem, que complementa: “Me enche de alegria saber que esse foi o segundo trabalho que eu fiz ganhador do Emmy! A primeira vez foi com 'Verdades Secretas', como melhor novela!”, lembra.

O ator, que atualmente está no elenco da novela das 21h, "O Sétimo Guardião", como Peçanha, acredita que a novela deixou uma mensagem importante que deve ser seguida por todos: “Aceite sua diferença e celebre o que te difere dos demais”, aconselha.

"Vidas Brasileiras" vai virar série 

Esta é a quarta indicação de "Malhação" ao Emmy Kids. Por duas vezes, a novela disputou a categoria Digital: em 2017, com "Malhação: Seu Lugar no Mundo", e em 2016, com "Malhação: Sonhos". Em 2015, concorreu como Melhor Série. 

Com a nova estatueta, a TV Globo já acumula 17 prêmios Emmy. A segunda temporada do "The Voice Kids" também esteve entre os finalistas na categoria reality, mas não venceu. 

Após a premiação, a TV Globo informou que "Malhação: Viva a Diferença" deve ganhar uma série, prevista para estrear em 2020.