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CARAS VÊ TV: Em 'Tá no Ar', Marcelo Adnet volta a fazer o humor caseiro da MTV

O humorista, que deixou a emissora musical no fim de 2012, emplacou o primeiro projeto com sua cara na Globo

Thiago Azanha Publicado em 11/04/2014, às 08h23 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Em 'Tá no Ar', Marcelo Adnet volta a fazer o humor caseiro da MTV - Reprodução/TV Globo e MTV
Em 'Tá no Ar', Marcelo Adnet volta a fazer o humor caseiro da MTV - Reprodução/TV Globo e MTV

Há mais de um ano Marcelo Adnet abandonou seus 15 minutos no quarto do Humaitá, no Rio de Janeiro, para tentar uma vida de gente grande na Globo.

A ex-estrela da MTV conseguiu, finalmente, na noite desta quinta-feira, 10, fazer o mesmo tipo humor dos tempos da MTV na estreia do Tá No Ar. Seu antigo quarto do programa 15 Minutos ficou mais rebelde, com uma pegada mais crítica em relação à própria Globo, quebrando inclusive antigos tabus -- como não poder falar de outras emissoras (SBT, RedeTV!, Band) e ironizar comerciais de TV (foram três só na estreia).

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No papel de um ombudsman com sotaque nordestino, fez as velhas críticas que os mais revoltados esquerdistas fazem há anos contra a Rede Globo. "Esta cena que acabamos de assistir é um verdadeiro absurdo, é mais um capítulo do desrespeito da Rede Globo com as religiões africanistas, constitucionalmente estabelecidas em um país laico. [...] E a Rede Globo, como sempre, em seu movimento retrógrado às tendências mundiais, acaba por marginalizar essa religião brasileira. [...] A senhora Rede Globo, ao invés de promover a cultura de cordel, Ariano Suassuna, maltrata as galinhas brasileiras", disse em uma crítica a um desenho da 'Galinha Preta Pintadinho' brincando com as macumbas.

Em outro momento mais "politicamente incorreto", Adnet aparece como Jesus fazendo um rap ao melhor Inri Cristo com suas seguidoras. Fala, entre coisas, sobre a relação com os apóstolos e a traição de Judas. "Meu destino está traçado, minha voz ninguém cala, nem crucificado", canta em um trecho relembrando os clipes musicais da MTV.

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No quadro 'Jardim Urgente' -- paródia aos programas policiais de final de tarde --, um apresentador com os mesmos trejeitos de Marcelo Rezende aparece revoltado com uma criança que destruiu o castelinho de areia de um amigo na praia. Defende, gritando o bordão 'Foca em mim', que a maioridade penal deveria ser diminuída para 1 ano e meio. "Esses arruaceiros, vândalos, começam assim, destruindo castelinhos. Daqui a pouco vão destruir agências bancárias", decreta. "Depois vem os direitos humanos falar que não pode falar isso, bater, botar de castigo. Palhaçada", completa o seu discurso inflado.

Os controversos comentários de Rachel Sheherazade no SBT, que viraram temas de discussão nas últimas semanas, também ganharam certo destaque no quadro 'JCM News'. Adnet surge como âncora do jornal e faz um comentário "otimista" sobre o futuro do Brasil. "Apesar da crise, o Brasil têm fortes chances de recuperação". Sua parceira de bancada e o comentarista, além de um sósia do Papa Francisco, pedem para o jornalista dar sua verdadeira opinião sobre os fatos. Ao fim, um narrador aparece falando que "este jornal não se responsabiliza pela opinião do jornalista Otávio, inclusive nem concorda e que o jornal é completamente avesso a comentários deste tipo, sem embasamento algum".

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Um dos momentos mais chatos da estreia foi o repetido 'Pesca Fatal'. Desnecessário e sem graça, pode ser substituído por algo mais divertido -- como a paródia de Silvio Santos ouDanton Mello falando com a voz alterada deRodrigo Santorono filme 300.

Um dos momentos mais divertidos fica por conta do comentário de uma telespectadora, que diz claramente durante uma entrevista que "aquele Adnet era muito melhor na MTV". Discordo. Em Tá no Ar, o humorista provou que conseguiu se livrar do "sistema" e fazer um programa de qualidade com a cara da MTV, retomando sua essência crítica e com poucos pudores num mundo limitado ao humor politicamente correto -- e extremamente careta.