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Peça de Ítalo Rossi virará tributo

Redação Publicado em 07/08/2011, às 14h31 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Ítalo Rossi morreu nesta terça-feira, 2, aos 80 anos de idade - TV Globo/Renato Rocha Miranda
Ítalo Rossi morreu nesta terça-feira, 2, aos 80 anos de idade - TV Globo/Renato Rocha Miranda

Bom observador que era,Ítalo Rossi (1931 - 2011) visualizou um projeto de peça teatral pronto logo que ouviu falar das histórias recebidas, diariamente e aos montes, pelo Disque Denúncia – um serviço de utilidade pública que mantém o anonimato dos denunciantes.

Aos poucos, o projeto foi saindo do papel. Depois de muitas pesquisas, entrevistas e materiais colhidos, Marcelo Rubens Paiva (52) assinou o texto,Bráulio Mantovani(48) escreveu o prólogo e a jornalista Ester Jablonski foi fechando o elenco e dando forma a peça, batizada de C'est la vie, que o próprio Ítalo iria dirigir.

“É um espetáculo baseado em histórias humanas, histórias incríveis”, definiu Ester, ainda abalada com a morte do colega de anos. Por conta de sua relação com o veterano, a jornalista engatou um projeto para homenagear a vida e obra de Ítalo, escrevendo a biografia Ítalo Rossi – Isso É Tudo, em parceria com o diretor Antonio Gilberto.

“Não existia nenhuma publicação sobre o Ítalo publicada ainda. Queria fechar uma obra que contasse a história dele, com fotos inéditas, material garimpado de centros culturais e coisas que ninguém tinha. Por conta da minha parceria de 20 anos com o Ítalo e ajuda de amigos como Sérgio Britto e Ali Kamel o projeto tornou-se possível. Fico feliz por ter conseguido concluir isso com o Ítalo ainda em vida”, disse em entrevista exclusiva a CARAS Online.

Nada mais adequado do que Jablonski, então, assumir as rédeas do projeto inacabado deixado por Ítalo.

“É a transmissão do trabalho dele. No dia do velório do Ítalo, nos reunimos com os atores, com a produção e com o Marcelo [Rubens Paiva] e fizemos uma verdadeira liturgia. Tomamos vinho e fizemos a leitura do texto. Foi emocionante! Marcamos o marco zero do trabalho ali, celebrando a morte e a vida de uma nova fase”, recordou. 

A retomada da peça servirá não somente para dar continuidade a um projeto antigo do veterano, mas também para homenageá-lo da forma como merecia ser lembrado. “Será um espetáculo tributo. Vamos colocar fotos e montar uma ambientação toda especial”, adiantou Ester, que também está no corpo de elenco da obra, juntamente com Adriano Garib e Clement Viscaíno.

Feito os devidos ajustes, o desafio de Ester agora é eleger um diretor – à altura de Ítalo – para substituir o colega nessa missão. E não será fácil. “Ele era um diretor que conseguia visualizar um espetáculo inteiro. Ele não fazia pesquisas, porque já imaginava tudo, desde o figurino, até desenhos de luz e temperaturas. Nosso trabalho era somente decupar o que já estava na mente dele”, completou.

Embora ainda sem um diretor definido, C'est la vie já tem data agendada para chegar aos palcos cariocas. No dia 8 e 9 de setembro, a peça passará por uma curta temporada popular no teatro Teatro Arthur Azevedo, em Campo Grande – Rio de Janeiro, e depois faz uma apresentação no dia 15 do mesmo mês no Festival Internacional de Angra. Logo após, pega uma temporada até o dia 18 de dezembro no teatro da Casa da Gávea.

Ansiosa com o projeto, Ester espera agradar o grande Ítalo, que observa o empenho de seus amigos lá de cima. “Esperamos não envergonhá-lo (risos). Ítalo, para mim, só existia em cima do palco. O teatro era sua vida, não tem melhor maneira de homenageá-lo”, disse. “Sempre lembrarei dele sentado no sofá de casa, de shorts, tomando café, ouvindo as óperas que adorava e jogando conversa fora. Eram momentos de paz”, concluiu.