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Marisa Orth: 'Algumas atrizes sonham em ser Julieta; eu sempre sonhei em ser Morticia'

Em 'A Família Addams', peça musical que estreia no dia 2 de março em São Paulo, traz Marisa Orth e Daniel Boaventura interpretando o icônico casal cuja irreverência é sua marca: Morticia e Gomez Addams

Redação Publicado em 27/02/2012, às 17h03 - Atualizado em 07/06/2012, às 23h22

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Marisa Orth e Daniel Boaventura vivem Morticia e Gomez Addams em musical - João Caldas
Marisa Orth e Daniel Boaventura vivem Morticia e Gomez Addams em musical - João Caldas

Estreante nos palcos dos grandes musicais brasileiros - adaptados de sucesso da Broadway e que vêm conquistando um público cada vez mais cativo - Marisa Orth (48) definiu como irrecusável a chance de poder viver um personagem icônico em sua primeira vez como atriz de um musical. “Está sendo uma experiência maravilhosa”, contou. “Nunca tinha feito um trabalho que misturasse teatro, música, dança e cenário. É bem trabalhoso, mas estou encarando como um aprendizado – algo que eu não esperava que acontecesse nessa altura da minha carreira”.

A partir do dia 2 de março, Marisa poderá ser vista na pele da misteriosa e sensual Morticia Addams, uma das protagonistas de A Família Addams, peça musical que entrará em cartaz no Teatro Abril, em São Paulo.  “A Morticia é o papel que toda atriz gostaria de fazer. Eu sempre quis. Tem mulher que sonha em interpretar a Julieta, mas eu sempre sonhei em interpretar a Morticia”, divertiu-se. “É uma personagem arquetípica, sexy, mórbida”. O trabalho trouxe a intérprete boas lembranças de sua infância. “Esse trabalho me fez lembrar muito de mim anos atrás”, contou. “Lembrei que já fiz ballet, que já cantei em uma banda (chamada Vexame, na década de 90) e que já tinha um sonho de fazer um musical”.

Para dar conta, Marisa se viu imersa durante dois meses em um processo de preparação bem específico. “Fiz exercícios com fonoaudióloga para ficar com a voz bem grave, aulas de canto, aulas para melhorar as expressões do rosto da Morticia, que são bem características”, contou a intérprete, que acabou levando muitas lições da personagem para sua vida pessoal. “Aprendi que posso ser vaidosa, sexy, afetuosa, um pouco cafona e muito chiquérrima”, resumiu. E realmente existe muita sensualidade na Morticia de Marisa, mesmo debaixo de um figurino pesado, uma peruca super quente e quilos e mais quilos de maquiagem branca para ‘empalidecer’ a personagem. “Eu demoro quase duas horas para ficar pronta”, revelou.

Como parte do laboratório, Marisa ainda visitou os bastidores da Broadway e assistiu a versão norte-americana do espetáculo.  “Foi muito importante na construção da minha personagem porque eu pude ver como funcionava aquele ambiente, os bastidores, os profissionais. Conheci a Brooke Shields [que interpreta a Morticia na versão norte-americana], que para mim é um ídolo de infância. Ela é linda!”, recordou. “Também pude perceber a mudança de nossa adaptação comparada a delas. A nossa é muito melhor, é mais enxuta. Com o tempo, o musical foi se remodelando e melhorando. Tivemos sorte”.

A obra, uma adaptação da série do cartunista Charles Addams e que ganhou popularidade com o seriado de televisão na década de 60, é um sucesso nos Estados Unidos. Pela primeira vez, o projeto ganha o mundo, desembarcando primeiro no Brasil. A ideia é trazer a peça para o Rio de Janeiro, Buenos Aires e Cidade do México. Apesar das dificuldades de se adaptar um texto original, por conta das rimas e piadas, A Família Addams chega bem no país. O elenco, escolhido após rigorosas audições, conta ainda com Daniel Boaventura (41), ator experiente em musicais, tendo atuado em A Bela e a Fera, Chicago, My Fair Lady, Evita, entre outros. No palco, ele vive Gomez Addams, o apaixonado marido de Morticia.

“Eu usei todas as referências possíveis. Os quadrinhos, o seriado de televisão, o desenho, outras montagens para o teatro, enfim. O engraçado é que eu não precisei recorrer tanto a outros artifícios. Os personagens de A Família Addams já estão incrustados em nossa memória. Todo mundo os conhece”, afirmou. Prova disso foram as três apresentações testes que o elenco realizou para um público diverso. “Com pessoas de várias faixas etárias”, acrescentou Daniel. “E a reação foi incrível. Isso quer dizer que está funcionando, está dando certo. Portanto, a nossa expectativa para a estreia é a melhor possível”, completou.

Senhora Pig e Alberto Roberto nos palcos

O casal das trevas mais famoso da indústria cultural, Gomez e Morticia Addams, veio com um gostinho brasileiro. A dupla de intérpretes formada Marisa Orth e Daneil Boaventura permitiu algumas licenças poéticas aos personagens que, sem sombra de dúvidas, vão render boas risadas e despertar uma familiaridade nos expectadores – a começar pela inspiração bem brasileira dos atores.

“Como eu recorri a poucas inspirações que tinham a ver com a Família Addams ou com a de outros atores que já viveram o Gomez, eu me inspirei no gênio de nossoChico Anysio (80). Lembrei daquele personagem dele chamado Alberto Roberto”,riu. “Já eu me inspirei em muitas mulheres, principalmente na Senhorita Pig, dos 'Muppets', que também é bem conhecida pelos brasileiros”, brincou Marisa. “Dela eu peguei aquela autoestima toda, que ganhou ainda mais força com o figurino, as longas unhas pretas e a pele branca da Morticia”. 

A boa expectativa do elenco para uma estreia de sucesso está, ainda, no fato do tema que gira em torno da história (família – um assunto universal), ser atemporal. “Esse momento é bem oportuno para estrear Família Addams. Vivemos em um mundo do politicamente correto, o que é bem chato”, explicou. “E essa família vai na contramão e mostra que tem orgulho de sua feiúra, da sujeira, da violência e dos crimes que cometem. São verdadeiros, sinceros – o oposto da família que tenta ser certinha e ‘margarânica’ [referente ao alimento Margarina], como a dos comerciais de televisão”, finalizou.