Atração do Rock in Rio, Rael, que dividirá o palco com Baco Exu do Blues, Nova Orquestra, Agir e Rincon Sapiência, exalta o poder da música popular
Baárbara Martinez Publicado em 23/09/2019, às 09h40 - Atualizado às 11h33
Com um álbum novíssimo em folha, nomeado como Capim-Cidreira, Rael celebra uma fase cheia de alto astral em sua carreira.
Antes de subir no palco ao lado de Xênia França, Karol Conka, Emicida e Mano Brown, o artista conversou pessoalmente com a CARAS Digital. Na ocasião, ele comentou sobre sua apresentação no Rock In Rio ao lado da Nova Orquestra, Agir, Baco Exu do Blues e Rincon Sapiência.
"Estou muito ansioso para esse show. Minha estreia no festival foi a dois anos atrás com a Elza Soares, o que foi uma das coisas mais intensas da minha carreira, e agora vou voltar ao palco do Rio muito bem acompanhando, em que todos os meus companheiros de palco estão em uma fase musical de muita aceitação do público. Me sinto muito honrado de fazer parte disso, vamos cantar músicas juntos, um vai participar do rap do outro e também vamos cantar músicas de outros artistas, só não posso dar muito spoiler", conta o cantor empolgado com a apresentação.
O dono do sucesso Envolvidão revela que tudo será bem trabalhado."Vamos nos encontrar dia 30 no Rio e em seguida começaremos os ensaios das nove até a meia-noite, como tem orquestra e há muitas pessoas vai ficar uma coisa bem pesada, arranjada e intensa".
Amigo de Thiaguinho, no qual já gravou algumas parcerias, Rael, que nunca se acomodou em apenas um estilo musical, afirma que chamaria o ex-integrante do grupo de samba e pagodeExaltasambapara subir ao palco do festival carioca. "A gente faz músicas para se comunicar com várias pessoas, quando você começa a colocar um artista em caixinhas de acordo com o gênero você rotula demais e exclui".
"Percebi que o Thiago ouvia os mesmos sambas que os meus e foi com o ritmo inclusive que percebi que poderia ser cantor além de MC, que eu conseguia cantar os sambas e tudo mais", afirma o paulista.
O cantor ainda revela que, por mais que o festival seja nomeado como Rock in Rio, o gênero não fez parte do seu cotidiano."A gente não ouvia muito Rock n' Roll na quebrada, era Samba, Rap e Black Music. Era o que tocava no baile".
Com um disco todo ''good vibes'', como ele mesmo diz, o compositor revela que o astral do álbum pode ser para aliviar algumas tensões de um Brasil rachado pela política."Precisamos de pensamentos bons para não ficarmos só pensando merd*. Agora é a hora de usarmos o disco para dar uma relaxada e pensarmos como agir. Esses dias peguei uma guitarra e fui fazer um show para arrecadar blusa para a galera que passa frio. Chegou a hora da gente se ajudar, porque enquanto eles [o governo] estão lá fazendo a política para eles, nada a favor da população, estamos aqui. Então não adianta eu ficar no Twitter mandando mensagem, temos que ter atitudes".
O festival, que tem os olhos do mundo todo durante as apresentações, e que já foi palco de manifestações políticas, pode ser usado novamente nesta edição como forma de protesto, mas, segundo o artista, não pode parar por aí: "Vai ser uma euforia, vai ser legal, vai sair no jornal, mas vai ser só isso? Às vezes acho legal ir em cima do palco e fazer o discurso, mas depois que passa o Rock in Rio, e ai? Falar é bonito, platônico e poético, mas e ai? Por isso que fiz um disco de amor, eu não queria ser mais um falando".
Pensando em todas as atrações, Rael escolhe a banda Red Hot Chili Peppers como o show que gostaria de acompanhar no Rio."Quando eles estiveram no Lollapalooza eu estava no festival, mas acabei perdendo. Eu vi que era aniversário do Jorge Ben Jore eles puxaram solo de ‘Menina Mulher da Pele Preta'Amei aquilo!".
O cantor sobe ao palco Sunset muito bem acompanhado no dia 3, quinta-feira.
