Produzindo o 2° álbum solo, ela se aprofunda em seu DNA artístico
Tainá Goulart Publicado em 24/04/2020, às 16h16 - Atualizado em 09/05/2020, às 00h39
Muito tempo antes da quarentena pelo coronavírus começar oficialmente, a cantora Zabelê (45) já estava em um processo de autoisolamento, porém, dentro de um estúdio musical. A segunda dos seis filhos dos músicos Baby do Brasil (67) e Pepeu Gomes (68) mergulhou no seu interior para encontrar referências para gravar seu segundo álbum de estúdio da carreira solo, uma vez que já tem outros trabalhos com o grupo SNZ, formado ao lado das irmãs Sarah Sheeva (47) e Nana Shara (44). “O tempo dentro de um estúdio pede muita concentração, então, meio que já estava fazendo a quarentena. Focando na minha música, eu consigo trazer o meu melhor e resgatar algumas referências que, com a confusão do dia a dia, talvez não conseguiria alcançar”, revela Zabelê, que precisou adiar a finalização do disco, iniciado em 2019, por conta da pandemia.
Porém, ela adianta que a criação ainda sem previsão de lançamento vai trazer mais do seu lado pop, para a alegria dos fãs do seu primeiro grupo. “Dentro da música, não me vejo com rótulos. Sou filha de quem sou e cresci com as mudanças e experimentações deles. Então, como eu vou ter rótulos? Esta ideia de liberdade faz parte do meu DNA. Sou a mistura dos Novos Baianos, passando por Stevie Wonder, Lady Gaga e assim vai!”, comenta ela, que conta com a produção musical de Wagner Fulco. “Comecei a carreira solo com um disco bem MPB e, agora, estou em busca de algo mais alternativo, com um ‘que’ de Tropicália mais dançante”, avalia ela.
Em São Paulo para a gravação das vozes, Zabelê foi recebida pelo arquiteto Ricardo Rossi (56), em um dos seus projetos, e pela chef de cozinha Raffaella Rossi (26), que preparou um banquete saudável para a cantora. “Eu cuido bastante da minha alimentação, que é bastante natural. Evito muita gordura e outros itens, para ter mais saúde para o meu trabalho. É uma rotina sem horários e o corpo precisa estar em dia. Por isso, também faço yoga e muitas danças, já que comecei nas artes por essa última área”, diz a cantora, que também é coreógrafa e foi responsável por várias delas com o SNZ.
Hoje, por meio das redes sociais, Zabelê se comunica bastante com seus fãs, que vêm desde a época em que cantava com as irmãs. Sobre se existe pressão por ser filha de dois ícones da música brasileira, ela afirma que sempre haverá. “É inevitável! Todo mundo acha que a gente, como filho, já vai sair tocando, cantando tudo. Aprendi, com a maturidade, que não posso prestar atenção no que os outros falam. É um julgamento de comparação muito perigoso, que pode travar o processo de criação de um artista”, aponta. “Minha família é unida, mas, quando se trata de música, cada um segue o seu caminho. A gente costuma mostrar nossos trabalhos quando está quase tudo pronto. Não dá para ficar mostrando cada vírgula ou nota que mudamos. Nós nos respeitamos demais e é o que mais me orgulho.”
Ela entrega que a família Gomes mantém um grupo de WhatsApp ativo, pois cada um está em um lugar diferente. “Porém, eu prefiro o ao vivo mesmo! Este tipo de tecnologia ajuda bastante, especialmente por conta do tempo escasso. Confesso que nem ter tempo para paquerar, eu tenho. Costumo brincar que meu status do Facebook é ‘em um relacionamento sério com o meu disco’! Espero que a pandemia acabe logo e eu possa lançar minhas músicas e fazer uma turnê por todo o Brasil.”
