CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Revista / Veja Também

Sylvain Itté e Cristina abrem sua residência

Cônsul-geral da França em SP apresenta o seu clã e fala da grande paixão pelo Brasil

Redação Publicado em 21/06/2011, às 13h01 - Atualizado em 22/06/2011, às 17h14

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Casados há 11 anos, eles mostram cumplicidade no Salão Bege de sua casa de 1000m2, em SP. - MARCO PINTO/SAVONA
Casados há 11 anos, eles mostram cumplicidade no Salão Bege de sua casa de 1000m2, em SP. - MARCO PINTO/SAVONA

Não foi apenas por conta da profissão de diplomata que Sylvain Itté (52), cônsulgeral da França em SP desde setembro de 2009, passou a maior parte da vida viajando. Pelo trabalho do pai, militar aposentado que mora no sul da França, ele leva na bagagem a vivência em países como Costa do Marfim, Senegal e Alemanha. “Quando decidi o que queria fazer, não podia imaginar ficar em um lugar por 20 anos”, diz ele. Prova maior de que rotina não faz parte de seu vocabulário é a família. Enquanto ele nasceu no Mali e a mulher, Cristina Calheiros Itté (49), é brasileira, os filhos do casal vieram ao mundo cada um em uma parte do globo: Jean-Michel (13), na França, Ana Carolina (9), na Espanha, e Alexandre (7), em Camarões. “Meu coração é metade francês, metade brasileiro”, emenda ele.

Em julho, o cônsul celebra 11 anos de casado com a paulistana, que fisgou seu coração pouco antes de ele voltar à França, na primeira vez em que morou no Brasil. “Fui cônsul-adjunto de 1993 a 1996 e nos conhecemos quatro meses antes de eu ir embora. Eu me encantei com sua  determinação. Todos os franceses se apaixonam pelas brasileiras”, brinca Sylvain, que fala cinco idiomas. “Achei que fosse um romance de temporada, mas ele foi embora em outubro e, no final do ano, voltou para passar o réveillon comigo. A cada três meses, fazíamos a ‘pequena’ ponte aérea SP-Paris”, lembra Cristina, que se mudou para a França em 1998. Com exclusividade para CARAS, o casal apresentou sua residência consular, em SP.

– Fazem muitas recepções?

Sylvain – Já recebemos mais de 4000 pessoas em cerca de 80 eventos. Cris cuida de tudo.

Cristina – Geralmente, um por semana. A casa, construída em 1969 e adquirida pelo governo francês em 1989, funciona como uma microempresa, com sete funcionários. Tem estrutura de recepção e nos eventos se transforma: saem os sofás, entram as mesas.

– Interferiram na decoração?

Sylvain – Tudo que está na estante é nosso. Viajamos com alguns pertences, para não ficar impessoal. Temos uma vida tão agitada que, quando estamos juntos, gostamos de não fazer nada dentro de casa. Ficamos bastante na área externa. A vista do jardim é muito marcante.

Cristina – Os móveis e tapetes da casa são da França, mas colocamos nossos objetos. Sempre levamos conosco as condecorações de Sylvain, brinquedos das crianças e livros. Como o Brasil tem coisas lindíssimas, procuramos adquiri-las para dar um ar mais ‘nosso’.

– Que mais admira no Brasil?

Sylvain – É um País lindo e o povo é o mais interessante. Sua maior força é essa juventude de 500 anos, que gera uma capacidade de explorar o futuro de maneira mais aberta que os povos antigos. Tem uma grande mistura cultural, como a França, que tem 2000 anos de história e, depois da China, é o segundo país mais antigo do mundo, como entidade política.

– E Sylvain já pegou o jeitinho brasileiro de ser?

Cristina – Meu marido é bem brasileiro, às vezes até mais que eu, porque, quando você sai daqui, acaba tendo uma visão mais crítica do seu país, o que ele não tem. Ele é apaixonado pelo Brasil.

– Até quando ficarão no País?

Sylvain – O tempo normal é de três anos. Podemos requisitar mais um ano. Pedi para ficar até 2013. Seria bom para as crianças aproveitarem mais a cultura e para o meu trabalho, em que há muito para se fazer em pouco tempo. Dizemos que o mais frustrante é que trabalhamos para nossos sucessores. É raro começar algo de certa importância e ver o final.

– Escolhem para onde vão?

Sylvain – O Ministério das Relações Exteriores da França edita uma lista de todos os postos que serão liberados no ano seguinte em função do nível dos cargos e experiência. É possível se candidatar a até seis postos no mundo. Depois é o ministério que decide.

– Como os seus filhos lidam com todas essas mudanças?

Cristina – Não dá para se acostumar e, sim, se adaptar rápido.

Sylvain – Quando mais velhos, eles farão o que quiserem. Podem enjoar de viajar e se refugiar no Brasil, talvez na França. Ou mesmo escolher uma vida de mudanças. Acho que as crianças de diplomatas acabam encontrando dificuldade em se fixar por causa das várias viagens ao longo da vida.

– Que valores enfatizam na educação dos três?

Sylvain – Respeito à diversidade cultural; capacidade de julgamento sem influências; generosidade, não dá para viver sem olhar em volta; e saber que temos sorte por ter a comida de todos os dias, de poder aprender e conhecer o mundo.