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Revista / TV

Ponderações sábias de Adriana Birolli

No ar com reprises, ela reflete sobre a situação da cultura nacional

Tainá Goulart Publicado em 30/04/2020, às 17h19 - Atualizado em 01/05/2020, às 14h03

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Atriz Adriana Birolli em Bariloche, na Argentina, em 2018 - Reprodução/Instagram
Atriz Adriana Birolli em Bariloche, na Argentina, em 2018 - Reprodução/Instagram

Ao fazer as poucas atividades essenciais durante a pandemia, como ir ao mercado ou passear com o cachorro, Adriana Birolli (33) tem sentido a potência da vida ‘no ar’. “São duas vidas completamente diferentes. A mais calma é quando você está fora do ar, sem trabalhos na televisão. Quando você está na casa das pessoas, é outra história. Agora, imagina eu, que estou em duas novelas e em dois horários nobres? Uma loucura”, brinca a atriz, que viveu as personagens Lorena, em Totalmente Demais, atual novela das 7, e Patrícia, em Fina Estampa, o folhetim das 9, ambas da TV Globo.

Seu último trabalho foi a trama Jezabel, da RecordTV, na qual interpretou Aisha. “Por causa dessa novela, tivemos de viajar para o Marrocos. Bate uma saudade de viajar, mas só quando pudermos sair com tranquilidade. Quem sabe não volto para Bariloche, para comer uns bons chocolates e esquiar bastante?”, relembra ela, sobre a viagem para o destino argentino, durante a temporada de CARAS/Neve 2018.

No Rio de Janeiro, onde está passando a quarentena com o namorado, o diretor de TV Ivan Zettel (59), ela tem cuidado bastante da saúde e seguido as recomendações da OMS, a Organização Mundial da Saúde. “Mesmo após a liberação, que todos nós estamos esperando que chegue logo, vou continuar tomando meus cuidados. A gente não tem nada menos que o isolamento social e a nossa consciência como proteção. Estou organizando uma campanha de doação virtual de qualquer quantia para a compra de máscaras para diversos hospitais”, conta Adriana.

Ela faz questão de enfatizar que o ‘fazer a sua parte’ vai além de doações materiais, mas também de se colocar no lugar do outro. “Usar a máscara corretamente, evitar sair sem real necessidade e ajudar os idosos, na medida do possível, é válido. Não precisa de um milhão para ajudar, qualquer valor é bacana, pois vamos ajudar diversos hospitais, como o infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba, do qual eu sou madrinha.

Além da campanha, Adriana está pintando, mesmo que aos poucos, sua casa, localizada na zona oeste carioca e que tem projeto assinado pelos arquitetos Roger Gobeth (47), também ator, e Marco Antônio Medeiros (42). A iniciativa começou antes do isolamento, e, com os devidos cuidados, está se mostrando uma ótima pintora. “Meu pai trabalha com construção, então, este universo é muito familiar, tanto que até construí parede de tijolo em casa, uma varanda usando sobras de material de construção. Agora, com as novelas, as pessoas estão mais constantes nas minhas redes sociais e tem gente me dando vários toques sobre a pintura e até pessoas pedindo dicas para mim. Isso é algo incrível!”, diverte-se ela.

É a primeira vez que Adriana está vendo uma novela sua ser reprisada na televisão e, para ela, está sendo um processo interessante se ver novamente, sem a pressão do perfeito, no calor do estar em cena todo dia, gravando. “Tem cenas que não gostei do trabalho, mas hoje é engraçadíssimo! É a nossa maratona: ver a novela das 7, o jornal e, depois, a novela das 9. Às vezes, o Ivan começa a dar risada do nada, pois me pega fazendo caras e bocas, enquanto estou me vendo na TV”, revela ela, que espera que, após a pandemia, as pessoas possam dar mais valor à cultura. A atriz também relembra de companheiros de cena, como Caio Castro (31), Christiane Torloni (63) e Marcelo Serrado (53), da equipe e das gravações. “É um carinho tão grande que a gente tinha e que se mantém. Lembro das situações no set, das brincadeiras, das dificuldades de cada um e é gostoso se ver sem pressão”, diz. Foram dois personagens totalmente diferentes nas tramas e a intérprete admite que já passou por situações parecidas na vida real. “Várias Lorenas apareceram na minha história! Ela não tem muita noção de escrúpulos, enquanto a Patrícia, de Fina Estampa, é uma heroína. A filha da Tereza Cristina tem uma jornada de erros e acertos, é humana. Foram dois personagens muito importantes para a minha bagagem como profissional!

Defensora obstinada da classe artística, ela espera que a sociedade como um todo tenha diversas reflexões sobre as condições adversas que a cultura estava enfrentando havia mais de um ano. “Antes dessa história toda de coronavírus, a arte, no geral, estava às mínguas, sem caminhar direito. Agora, então, estamos paralíticos. Queria que a cultura fizesse uma espécie de paralisação no País todo, na qual ninguém pudesse consumir nada, apenas jornalismo. Será que a população, finalmente, daria o devido valor?”, questiona a atriz. “Espero que, depois desta pandemia, as pessoas entendam, definitivamente, a responsabilidade social que a cultura tem. Somos as primeiras coisas a serem proibidas e as últimas que serão abertas. São os livros, as músicas, séries, filmes e lives de artistas que estão ajudando as pessoas a não perderem a sanidade mental. Quero ver todo mundo apoiando a cultura, indo ao teatro, ao cinema, assim que puder, claro.

Entre os planos, além do projeto infantil, Adriana pretende se dedicar à Casona House e viajar bastante. “De Bariloche, eu trouxe muitos vinhos, que até hoje estão aqui para degustarmos. O resto, foi só chocolate e doce de leite, que eu e o Ivan já comemos tudo. Que ro conhecer outros lugares e outras culturas. Isto faz um bem enorme para a alma da gente”, finaliza a curitibana.