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"Periguete" incomoda homem por ser objetiva e competitiva como ele

Redação Publicado em 24/05/2013, às 18h40 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Tenho ouvido comentários de homens desapontados com “as mulheres” — assim mesmo, como gênero. Dizem que elas viraram “periguetes”. Falam de mulheres que não correm o risco de perder o homem que desejam por falta de objetividade ou por temer a má interpretação de seu desejo. Mulheres que oferecem sexo explícita e claramente, não se dando ao trabalho de usar estratégias elegantes, nem de perder tempo com jogos de sedução. A periguete recusa-se a agir de forma passiva e tem orgulho de ser responsável pela obtenção do próprio prazer.

Nada contra a liberdade de agir dessas mulheres. O corpo é delas, a vida também. Mas vale a pena explorar um pouco essa, digamos, tendência. Os homens queixosos são os mais diversos. Estão entre os 20 e os 60 anos, têm profissões e poder aquisitivo variados (embora a maioria seja profissional liberal). Alguns já foram casados, outros são solteiros ou separados e muitos já tiveram mais de duas relações longas. É difícil encontrar outro denominador comum que não seja a crítica que exercem sobre as mulheres no momento atual. Em contrapartida, as “periguetes” não estão nem aí para o que dizem delas, tornaram-se virais. Estão nas baladas, nas novelas, nos reality shows, na internet, em eventos sociais ou empresariais, nas escolas, nas academias, em clubes e parques. Seu número aumenta em proporção ao sucesso de seus resultados.
Opa! Mas como entender esse sucesso se os homens, justamente o alvo delas, estão queixosos e descontentes? Alguns exemplos nos ajudam a explicar o paradoxo. Um rapaz de 30 anos me disse que na festa de fim de ano de sua empresa as mulheres fizeram um bolão para saber quem o levaria para a cama. Ele soube disso porque a moça que ganhou a aposta fez questão de lhe contar, ainda na cama do motel. Outro homem, um empresário de 47 anos, contou-me que se arrependeu de ter se separado. Disse ter entrado em três sites de relacionamento para se envolver num novo compromisso, mas as mulheres queriam sexo mesmo antes de haver intimidade entre eles. Um terceiro relatou uma tremenda “saiajusta”
no Réveillon, quando a melhor amiga da esposa empurrou-o para o banheiro e propôs uma “rapidinha” para celebrar a chegada de 2013. São muitos os casos, mas escolho estes porque
revelam três características das periguetes que explicam seus resultados: elas são competitivas, orientadas a resultados e movidas a desafios. 

Três “qualidades” do perfil empreendedor, aquele que faz sucesso no mundo corporativo, e que sempre foi masculino. Em empresas de todo o mundo, quem tem essas características é valorizado, promovido e enaltecido. Conclusão: os homens se queixam, mas nada têm a oferecer que seja diferente do que a agressividade competitiva que valorizam e ensinaram a valorizar. A eles resta entrar na disputa com as periguetes para sair no lucro sexual. Elas, ao obter o que desejam, se convencem de que estão certas. Na verdade, seguem o mesmo caminho que levou os homens aonde se encontram hoje — e eles não estão felizes. A cultura machista, como a corporativa, impõe que se pense de modo unilateral e competitivo. Isso pode ser vantajoso quando se luta pelo lucro, mas é o melhor caminho para destruir relacionamentos e ficar sozinho.