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Não é fácil cuidar do relacionamento, mas, quando há amor, vale a pena

CARAS Publicado em 03/07/2013, às 08h48 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Os enredos das ficções costumam refletir a realidade da época em que são feitos, isso todos sabemos. O interessante é notar que, ainda que passe o tempo, no que diz respeito aos relacionamentos e às diferenças sentimentais e eróticas entre os sexos, muitas histórias antigas continuam atuais. É o caso do filme Quatro Casamentos e um Funeral, sucesso de 20 anos atrás dirigido por Mike Newell (71). O que vemos ali são as buscas, ansiedades e insatisfações de um homem que já teve vários relacionamentos, mas vive fugindo do compromisso. Você certamente já viu esse filme — e não foi no cinema, nem na televisão.

É realmente trabalhoso se envolver de verdade numa relação, aproveitar o que ela tem de melhor, contornar as divergências. Isso requer desenvolver verdadeira arte de manutenção do vínculo, o que significa, antes de mais nada, estar aberto ao diálogo. O desempenho técnico para tal pode até ser aprendido, há manuais de orientação e sugestões úteis. Mas o cunho, digamos, artístico dessa habilidade é complexo e nem sempre alcançável.

Há, sim, pessoas que se conduzem com maestria nos relacionamentos. Apresentam essa aptidão desde jovens ou a desenvolvem com o amadurecimento. Existem, porém, aquelas que morrem sem amadurecer suficientemente para as relações.

Vê-se, por exemplo, muitos homens na faixa dos 60 anos que colecionam histórias frustrantes com mulheres. Um deles, que conheço, vive agora mais um episódio crítico, com chance de nova separação. Vale lembrar que, antes das cinco separações anteriores, ele já estava namorando outra mulher. Agora, não tem relação paralela, o que aumenta a dificuldade para tomar a decisão.

Na verdade, ele jamais deixou de ser casado, apenas trocou de mulher. Nunca se deu o espaço e o tempo de retorno à vida de solteiro, de assumir a postura de separado, de morar e viver sozinho. Tampouco vivenciou namoros. Invertia a sequência: casava antes de namorar.

Nenhuma novidade. A maioria dos homens é assim: toma a iniciativa de se separar quando já existe um vínculo com outra mulher. Raramente encontramos um que se separa devido aos conflitos da vida a dois, apenas, sem ter alguém na espera. Eles vão trocando de companheira, mas seguem numa típica vida de casado.

O homem que focalizo, porém, teve uma atitude interessante: a de repensar as relações, rever material e espiritualmente tudo que ocorreu no passado, as discussões inúteis, os prejuízos, o estresse sentimental de cada separação. Aí, acredite, ele concluiu que talvez pudesse estar ainda com a primeira esposa, ou com a terceira, com quem teve um filho, ou mesmo com a quarta, tão carinhosa e sensual.

Porém, sempre lhe pareceu mais fácil afastarse dos problemas e da parceira da vez para iniciar outra união. Mas com as novas mulheres também surgiram conflitos e ele viu que todas as relações têm limites e dramas.

Casais em crise devem pensar nesse exemplo e na possibilidade de reciclar seus vínculos. Podem se separar, sim, mas também podem revisar a relação e se reencontrar. Se há pouco mais de meio século as pessoas tinham que permanecer juntas a qualquer preço, hoje estão se afastando por razões mínimas. Em lugar de viver enterrando os relacionamentos, como no filme de que falamos no começo deste texto, podem se esforçar um pouco mais para sustentar um bom e duradouro amor.