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Revista / Música

Feliz Jerry Smith na Ilha de CARAS

Ele reflete sobre fama e desejos

Mariana Silva Publicado em 19/06/2020, às 09h00

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Pela primeira vez na Ilha de CARAS, antes da pandemia, Jerry Smith exibe estilo e felicidade - Rogerio Pallata
Pela primeira vez na Ilha de CARAS, antes da pandemia, Jerry Smith exibe estilo e felicidade - Rogerio Pallata

Do funk ao sertanejo, do forró à MPB. Por onde vai, Jerry Smith (25) leva sua caixinha de som portátil. “Sou bastante eclético, ouço de tudo, só não fico sem música. Minha caixinha está sempre comigo e o melhor é que agora cabe no bolso”, diz, aos risos. E, se nos palcos, a voz inconfundível, a energia e o altoastral contagiam o público, pessoalmente pouco muda, exceto a timidez, que se torna evidente, assim como sempre foi, principalmente quando o cantor ainda era conhecido apenas por Rodrigo Silva, seu nome de batismo. “Em casa eu sou os dois”, conta ele, aos risos. “Na verdade, acho que o Jerry e o Rodrigo já se tornaram um só, mas com o diferencial de um deles ser artista. O Rodrigo é um cara mais reservado, o Jerry me coloca em evidência”, completa o funkeiro, que, antes da pandemia do novo coronavírus, esteve pela primeira vez na Ilha de CARAS, em Ilhabela, litoral norte de São Paulo. “Foi gratificante, me senti muito feliz com o convite”, relembra.

A escolha do novo nome, bem como a mudança de visual e estilo, que ganhou peças mais irreverentes e o marcante desenho na sobrancelha, acompanhou a evolução de sua carreira na música, iniciada há cerca de seis anos. “Percebi que já existiam muitos MCs e queria um diferencial. Minhas referências foram desenhos e séries, coisa de que gosto muito. Jerry vem do ratinho mesmo e Smith pelo sobrenome do Will, que sou fã desde moleque”, explica, citando o  ator.

No início, foi difícil se destacar. “Gostava de funk, mas nunca tinha pensado em cantar, achava minha voz estranha”, entrega Jerry, aos risos. A ascensão e reconhecimento vieram com o hit Bumbum Granada, parceria com MC Zaac (27), que rapidamente caiu nas graças do público, em 2016. “Na época, eu trabalhava como barbeiro e precisava de 150 reais para colocar essa música num canal on-line, como tentativa de emplacá-la”, recorda. “Eu era muito novo e por mais que tivesse me especializado, quase não tinha cliente. O Zaac estava desempregado e nosso empresário também não tinha como investir. Trabalhei muito para conseguir o dinheiro, até que deu certo”, conta, orgulhoso.

Apesar de o funk ser uma paixão antiga, não foi sua primeira escolha. Antes da música, Jerry chegou a atuar como jogador de futebol e ainda foi cotado para integrar times de grande porte, como o Palmeiras, clube paulistano. O sonho dos gramados, porém, foi interrompido após sofrer uma grave lesão na coxa esquerda, em 2010. “Tive um estiramento, fiquei dois meses parado. Quando voltei, o técnico não estava mais no time, então perdi meu contato. Não era para ser”, reflete. “Valorizo e agradeço por nem tudo ter sido fácil. Hoje tenho uma boa condição e estou vivendo meu sonho. O sentimento é só de gratidão”, garante o cantor, que colhe os frutos do sucesso solo e idealiza o futuro profissional. “Fiz aulas de canto, pois não queria ficar preso a um estilo musical só. Hoje somo parcerias muito bacanas e pretendo criar novas”, diz. Recentemente, ele lançou a dançante Os Boys Amam, o Ex Chora, com Simone e Simaria, e não esconde o desejo de um dia cantar com o Rei. “Roberto Carlos! Acho que seria massa, mas o pessoal não ia entender nada”, avalia, aos risos.

Atualmente, respeitando o isolamento social em casa, Jerry tem aproveitado o período para desenvolver talentos que já possuía, mas não tinha tempo para exercitar ou se dedicar o suficiente, como a composição de músicas e a prática de violão. “Eram coisas que eu sempre busquei aprender, mas, pela correria do dia a dia, sempre deixava em segundo plano”, conta. Com a agenda pausada após um longo período e intensas apresentações — eram cerca de 20 por mês —, lhe resta a saudade dos palcos. “Sinto muita falta dos shows, saudade mesmo. De estar com o público, sentir a energia dos meus fãs”, confessa. “Sei que esta fase logo vai passar, os shows vão voltar e a gente vai poder matar a saudade de estar junto”, emenda.

Por outro lado, o período de quarentena tem contribuído para um maior contato com a família. “Nos primeiros dias, fiquei com minha família na praia. Agora estou sozinho em minha casa. Não posso mentir, para nós foi um período positivo”, avalia Jerry, que chegou a mostrar um pouco de seus dias em transmissões ao vivo nas redes sociais. “Gosto de estar com a minha mãe, meus amigos. Inclusive, ainda moro em Diadema, no bairro em que cresci, minhas raízes estão lá. Em meu tempo livre, gosto de fazer churrasco, cantar sem compromisso”, detalha.

Mesmo sem previsão para voltar aos palcos, Jerry pode ser visto no dia 21 de junho, em clima de São João, quando ele faz uma live ao lado da cantora Marcia Fellipe (40), com quem já possui uma parceria de sucesso na música Quem Me Dera, de 2018. “Será interessante, tenho certeza de que o público vai curtir”, comenta. Além disso, o cantor também vem trabalhando na produção de um novo EP, previsto para ser lançado entre julho e agosto. “Serão cinco faixas e um retorno ao meu antigo funk. Tenho certeza de que a galera vai curtir, pois estou fazendo com muito carinho”, adianta a revelação musical.