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Revista / Abre

As reflexões da atriz Lidi Lisboa

Na Ilha, ela fala sobre evolução

Mariana Silva Publicado em 31/07/2020, às 11h00 - Atualizado às 11h38

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No litoral paulista, Lidi mostra atitude ao falar de temas como racismo. “A cor da minha pele não determina o meu profissionalismo.” - Cadu Pilotto
No litoral paulista, Lidi mostra atitude ao falar de temas como racismo. “A cor da minha pele não determina o meu profissionalismo.” - Cadu Pilotto

A voz mansa, tranquila, e o jeito brincalhão se intercalam e dão o tom da personalidade de Lidi Lisboa (35). Em sua primeira vez na Ilha de CARAS, no litoral norte de São Paulo, a atriz, aproveitando o momento de reflexão, descreve as lições do momento de intensa transformação que tem vivido. “É um exercício de autoconhecimento. Tem me ensinado a me amar mais e acho que isso é essencial para me relacionar com as pessoas. Trabalhei muito minha autoestima, que sempre oscilou um pouco, e agora estou mais segura de mim mesma e das minhas escolhas”, afirma ela, que desfrutou de dias de relax no cenário paradisíaco antes da pandemia. “Eu poderia curtir essa paz para sempre”, idealiza.

Longe da telinha desde o fim da macrossérie Jezabel, exibida pela RecordTV entre abril e agosto de 2019, em que deu vida à protagonista-título, Lidi pontua o início de sua necessidade por evolução pessoal. “A personagem tinha uma carga emocional e negativa muito forte. Aliás, oro por ela até hoje”, brinca, aos risos. “Espiritualmente, Jeza me pegou de jeito. Cheguei a um ponto em que até mesmo não conseguia diferenciar o que era eu e o que era ela. Mexeu com meu psicológico”, completa. Na época, diante de todos os compromissos que cercaram sua carreira, Lidi chegou a ser apontada por supostos “ataques de estrelismo”. “As críticas valeram. E muito! Me dediquei ao máximo à personagem, mas não me prepararei para o todo que a envolvia. Falo da rotina, dos compromissos... Era muita coisa”, diz. De cabeça erguida, ela garante que focou no lado positivo da situação e buscou se cuidar para não entrar em apuros. “Fiz terapia. Todo esse processo foi algo realmente muito intenso para mim. Sei que preciso continuar evoluindo. Aprendizado é algo constante, pois novas questões surgem o tempo todo”, reflete. Enquanto ainda colhe frutos deixados pelo sucesso de Jezabel, ela também idealiza mudanças de pensamento do público e cenário artístico, uma vez que, invariavelmente, era descrita como a “protagonista negra”. “Acredito que não precisamos bater nessa tecla o tempo todo. Ninguém pergunta para uma atriz branca qual a sensação de interpretar uma protagonista de pele clara. A cor da minha pele não determina meu profissionalismo”, pontua Lidi, que ainda expande seus anseios. “Desejo o despertar de consciência e progresso em relação à superação de preconceitos, sobretudo raciais, que afligem nossa sociedade”, avalia.

Em casa, desfrutando da companhia da mãe, a artista plástica Lidia Lisboa (49), a atriz aproveita o período para intensificar seus aprendizados com novas experiências. “Sempre fui muito independente, mas, nesse processo todo que vivi, me vi sozinha. Foi quando eu reconheci que precisava de ajuda e, mais que isso, que eu podia pedir ajuda”, confessa. “Coincidência ou não, vim passar um tempo na casa da minha mãe e foi quando a pandemia começou. Acabei ficando por aqui. Tem sido muito interessante
passar esse tempo juntas. Há anos não convivíamos assim
”, conta. Para se distrair, Lidi ainda tem se aventurado na cozinha. “Estou aprimorando meu preparo de doces. Da última vez, levei dez horas para preparar um pudim que foi consumido em menos de dez minutos por minha mãe, meu amigo Iago e eu. Foi um horror! Uma selvageria!”, entrega a bela, aos risos

Ainda sem planos para retomar o trabalho e às vésperas de seus 15 anos de carreira, Lidi poderá ser vista na TV novamente na reexibição de Escrava Mãe, na RecordTV, exibida pela emissora entre maio de 2016 e janeiro de 2017. “Gosto de acompanhar todos os meus trabalhos como telespectadora e como atriz. Sou extremamente crítica”, confessa ela.