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Aguinaldo Silva em seu doce refúgio

O consagrado autor de novelas conta como se diverte longe da TV

Redação Publicado em 04/01/2013, às 13h58 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Na serra do Rio, Aguinaldo diz que está escrevendo minissérie, novela e filme com aventuras do personagem Crô, com Marcelo Serrado. - Ivan Faria
Na serra do Rio, Aguinaldo diz que está escrevendo minissérie, novela e filme com aventuras do personagem Crô, com Marcelo Serrado. - Ivan Faria

Quando escreve uma novela, Aguinaldo Silva (68), responsável por sucessos como Senhora do Destino,Tieta e Fina Estampa, a mais recente, exibida até março do ano passado, fica praticamente recluso em sua casa, no Rio. Pouco dá vazão aos prazeres mais simples, como relaxar na Locanda Della Mimosa, pousada, da qual é sócio, no Vale Florido, em Petrópolis, região serrana do Estado. O local, de certa forma, remete à infância. “Se não estou dedicado a nenhum texto, adoro fazer coisas manuais. Uma delas é plantar, mexer na terra. Moro em uma casa com jardim enorme. Tenho um jardineiro, mas gosto de fazer intervenções, fiz um canteiro de ervas e especiarias que colho para usar na minha cozinha. É uma hora de lazer, que trouxe da época em que vivia no interior de Pernambuco e todos tinham plantas no quintal”, recorda-se.

Apesar de não ter nenhuma trama no ar, Aguinaldo não está exatamente de férias. No momento, escreve o roteiro de Super Crô – o Filme, em que cria novas histórias  para o personagem de Marcelo Serrado (45), sucesso em Fina Estampa. “A novidade é que o namorado do Crô será finalmente revelado: é Jean-Jacques, irmão gêmeo de Ferdinand, feito pelo próprio Carlos Machado”, conta. “Trabalho ainda no seriado Doctor Pri, cujo tema é a traição conjugal em todas as suas formas. E na sinopse de minha próxima novela das 9, que substituirá a do Manoel Carlos, em outubro de 2014”, acrescenta ele, que até hoje só escreveu produções do horário nobre. “Já estreei na trama das 9, que na época era das 8. Fina Estampa foi a 11a. Agora, permaneço, não saio mais”, disse.

– O que mais você curte fazer quando não está tão atribulado?

– Meus prazeres são modestos. Gosto de ler, ver filmes, mas em casa. Não vou mais ao cinema, detesto as pessoas que ficam comendo pipoca. Acho horrível, desconcentra. Vou a museus, frequento bons restaurantes. E sou um conversador, capaz de permanecer horas em uma mesa de restaurante. Agora, quando escrevo, os personagens quase se tornam reais. Me envolvo tanto que acontece de um amigo chegar em minha casa e contar uma história trágica, uma separação e eu fico impaciente. Quero saber é dos personagens. Durante a novela fico tão indiferente que as pessoas se afastam. Um dia, o trabalho acaba, aí estou só, preciso reconquistar os amigos da vida real, pedir desculpas por às vezes ter sido grosseiro. É complicado.

– Já perdeu um amor assim?

– Já ouvi queixas de pessoas que viviam comigo, dizendo que eu não dava atenção, só pensava na novela. Mas nunca tive uma relação rompida por isso.

– Você é um homem difícil?

– Sou, devido à profissão. É complicado alguém suportar as crises de mau humor, os momentos de estresse habituais na rotina de um novelista. É preciso paciência. Fico tão exausto, que termino descontando em pessoas próximas, ou seja, você chega a um ponto que não quer ninguém dormindo do seu lado. O cansaço é tão grande que desejo me espalhar na cama sozinho. (risos) O autor não pode se dar ao luxo de esperar a inspiração chegar. Quando a novela está no ar, é como se fosse uma fábrica de pizza. Necessito escrever porque a emissora precisa gravar. Somos treinados para ter ideias, criar. A inspiração fica para os poetas.

– Como encara o amor hoje?

– Essa história de que a idade faz com que as pessoas desistam do amor é conversa. Você continua tendo desejo e fantasias românticas. Mas fica mais seletivo. Percebe que tirar a roupa dá trabalho, então, só tira quando vale a pena.