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Adeus à inesquecível Dona Canô

Maria Bethânia, Caetano e seus irmãos choram a perda da mãe

Redação Publicado em 04/01/2013, às 14h49 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Caetano e Clara Maria na missa de corpo presente. - Romildo de Jesus
Caetano e Clara Maria na missa de corpo presente. - Romildo de Jesus

A Bahia perdeu na terça-feira, dia 25, uma de suas filhas mais ilustres. Dona Canô partiu aos 105 anos como pediu: após ter passado a última ceia natalina com a família na sua querida Santo Amaro da Purificação. Devota de Nossa Senhora, naquela noite ela puxou as orações — um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Salve Rainha — e agradeceu por seu mais de um século de vida. Na madrugada, teve uma crise respiratória, mas morreu dormindo, por volta de 8h30 do dia de Natal. Mulher de personalidade forte e coração enorme, sempre será lembrada por colocar sua sabedoria a serviço do próximo. “Fica a lição de amor, de guerreira, uma mãe exemplar. Fica a saudade e a certeza de que ela está em um lugar bom. Isso também nos dá conforto. Bacana ter sido em um dia de Natal, isso é lindo”, disse Rodrigo Velloso (78), o mais velho entre os homens da prole que inclui dois medalhões da MPB, Caetano Veloso (70) e Maria Bethânia (66), além de Clara Maria (80), Mabel (79) e Roberto (74), todos biológicos, da feliz união com José Teles Velloso (1901-1982), e as adotivas Irene (56) e Nicinha (1928-2011).

Desde a internação, seis dias antes, após uma isquemia cerebral, a matriarca dos Velloso parecia preparar sua despedida. Quis voltar para casa e pediu um vestido branco novo. O branco era sua escolha nas celebrações populares em que era figura central, como na Festa de Reis e, claro, em seus aniversários. Neles, ela recebia o carinho da comunidade, por quem intercedeu por toda a vida junto às autoridades. Depois de ser velada na residência da família, o velório foi aberto ao público no Memorial Caetano Veloso na quarta-feira, seguido de missa de corpo presente na Igreja de Nossa Senhora da Purificação. Caetano, o mais controlado, recebeu o apoio dos herdeiros. Moreno (40), o mais velho, trouxe os filhos, Rosa (6) e José (4). “Até nessa hora dona Canô fez bonito. Morreu como Charlie Chaplin, no dia de Natal!”, disse a produtora Paula Lavigne (43), ex de Caetano e mãe de seus filhos Zeca (20) e Tom (15).

Bethânia era a mais abatida e protagonizou cena comovente ao chorar sobre o corpo da mãe. O cortejo seguiu para o cemitério sem que a cantora soltasse uma das alças do caixão. Santo Amaro parou. Santos e lençóis brancos nas janelas e varandas deram o último adeus a dona Canô.