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Revista / Agora é Moda

A CUMPLICIDADE DE ANA E SUSANA NA ILHA

Atriz conta em detalhes o que sentiu e viveu com a traição e a morte de Marcelo

Redação Publicado em 06/01/2009, às 15h21 - Atualizado em 13/01/2009, às 17h25

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Em Angra, diante de seu iate, Âmbar, Ana Maria Braga brinda a 2009 com Susana Vieira, que se diz feliz e tranquila após viver um grande pesadelo no fim do ano passado. - Fotos: Cadu Pilotto e Paulo Marcos; produção: Claudio Lobato; beleza: Duh; agradecimentos: Mara Mac
Em Angra, diante de seu iate, Âmbar, Ana Maria Braga brinda a 2009 com Susana Vieira, que se diz feliz e tranquila após viver um grande pesadelo no fim do ano passado. - Fotos: Cadu Pilotto e Paulo Marcos; produção: Claudio Lobato; beleza: Duh; agradecimentos: Mara Mac
A crença em Deus e a de que é uma pessoa abençoada tornaram-se ainda mais fortes em Susana Vieira (66) nesta virada de ano. Na Ilha de CARAS, aliviada, feliz e bemhumorada, a atriz pela primeira vez resolveu contar em detalhes tudo o que viveu e sentiu desde que descobriu, em 8 de novembro, que estava sendo traída há sete meses pelo ex-marido, o policial Marcelo Silva, que viria a morrer 33 dias depois, supostamente por overdose de cocaína. "Pessoas chegam perto de mim me dando pêsames, achando que estou triste. Mas não tive um momento sequer de tristeza. Tive sim, muita raiva e nojo. Uma vez ou outra aparece uma pessoa que não me respeita, mas Deus a afasta de mim na mesma hora. Dura pouquíssimo", conta Susana ao receber mais uma vez, agora em Angra, o apoio da amiga Ana Maria Braga (59) na primeira vez que as duas se reencontraram após a morte do PM. Foi a apresentadora que prestou solidariedade à atriz logo que a traição virou manchete de jornais e revistas. No Mais Você, Ana chamou Marcelo de cafajeste, vagabundo e mau-caráter. "Fico indignada com coisas ruins. Então, acabei fazendo aquele desabafo na TV. Tenho, por hábito, me colocar no lugar do outro para melhor entender o que ele sente", explicou Ana antes de começar a rir com o bom humor de Susana. "Seu vídeo falando do Marcelo deve ser o mais acessado no mundo inteiro. Mais do que mulher pelada", brincou a atriz. "Deve ser mesmo porque todo mundo quer saber o que essa louca aqui falou", respondeu Ana, no mesmo tom. Na Ilha, Susana contou ainda com o carinho da sobrinha Bianca (29), dos netos, Bruno (10) e Rafael (12), e da nora, Luciana (40), casada com Rodrigo (44), único filho da atriz. "Agradeço muito a todos os amigos que se preocuparam. Eles me deram força de sair e enfrentar esse espetáculo deprimente que não era meu. A sorte é que esse momento durou muito pouco", acrescentou Susana. Na corajosa entrevista a seguir , ela conta ainda que foi roubada pelo ex-marido e que foi difícil convencer sua família a receber Marcelo de volta quando ele protagonizou o primeiro caso de traição, em dezembro de 2006. Na ocasião, sob efeito de cocaína, ele chegou a quebrar um motel e agredir uma garota de programa. "Minha grande amiga Arlete Salles diz que tenho padrinho no céu. Escapei de muita coisa. Poderia ser pior. Sou abençoada", comoveu-se ela. - O que representou a virada de ano? - As pessoas acham que 2008 foi horrível porque aconteceu um episódio traumático e humilhante. Mas foi apenas um episódio, em novembro. O resto do ano, não. Vivi bem e feliz em minha casa com minha família, inclusive Marcelo. Gravei a novela Duas Caras com sucesso. Nas férias fomos para o Havaí, que Marcelo sonhava em conhecer porque gostava de surfar. Fomos também à Disney. Então, levei uma vida normal, natural, amorosa e sem desconfiar absolutamente de nada. E continuei feliz até receber um telefonema anônimo de uma mulher que se dizia amante do meu marido. Ela dava detalhes sórdidos e íntimos da relação deles e da minha vida com Marcelo. Foi aí que fiquei mesmo assustada, ela falava de atos desonestos e criminosos do Marcelo em relação ao meu patrimônio e a objetos pessoais. E essa pessoa sabia de tudo, era conivente. Perguntei qual era o interesse dela, o que queria com isso. Ela sabia de toda nossa vida porque frequentava os mesmos lugares que eu e Marcelo. Estava sempre presente. Era uma coisa diabólica. E mais, dizia que queria se ver livre dele e não conseguia, por isso me contou. E me deu o endereço de onde morava e me chamou para ir lá constatar o adultério. Não quis, não sabia quem era ela. Até perguntei: você é de Nilópolis? Ela contou que era da Barra mesmo e conheceu Marcelo no mesmo lugar da praia que frequentávamos. A canalhice e desonestidade eram tão grandes que acontecia na vista de todo mundo. Só que Marcelo tinha uma vida de ócio, de praia quase 24 horas por dia. Eu, não. E quem não faz nada na vida fica disponível, inclusive, para o adultério. O mais grave: ela dizia que eles se encontravam na hora das sessões do NA (Narcóticos Anônimos). Marcelo era dependente químico, todo mundo sabia. Já tinha se internado três vezes. Mas como havia dado a mão a ele, estava limpo há um ano e dois meses. E como ele faltava ao NA, isso mostra que ela não estava nem um pouco preocupada com a recuperação dele. E isso é tão verdade que, já separado de mim, ela permitiu que ele voltasse a usar drogas. Mas isso é problema deles. O que quero dizer é que, depois que ouvi isso tudo, principalmente sobre os atos desonestos e criminosos em relação ao meu patrimônio e coisas pessoais, disse isso é um absurdo. Nesse momento da conversa, Marcelo chega na casa dela e ouço sua voz pelo telefone. Ele pergunta com quem ela estava falando. E ela passa o telefone para mim. Aí ouço do outro lado uns barulhos de agressão e o telefone ficou mudo. - Como encarou a traição dele? - Foi o maior absurdo da minha vida. Nunca pensei que uma pessoa pudesse ser tão má com outra. Nunca pensei que um homem pudesse me tratar da maneira como ele me tratou. Nunca imaginei mesmo, ele não demonstrava isso. Me sujeitei a casar com um policial militar, e o preconceito existe, sim, em relação à PM, e eu não tive o menor problema. Enfrentei outras barras. Ele era mais jovem. Mas não foi meu primeiro casamento com uma pessoa mais jovem. Mas nem quando vivi com o Carson (Gardeazabal), que era um marido maravilhoso, sofri tanto preconceito. Acho que havia desconfiança ainda por ele ser de classe social mais baixa. As drogas também foram um problema no início do casamento com Marcelo. Eu viajei e ele estava recaindo com muita assiduidade, não sabia como contornar porque era uma novidade viver maritalmente com um dependente químico. Inclusive, você precisa fazer um curso para enfrentar isso. E, de qualquer maneira, o recebi de volta, levei para a clínica, fiquei do lado dele. Enfrentei Deus e o mundo. E passei o ano inteiro achando que estava tudo às mil maravilhas. Então, é óbvio que foi surpreendente uma pessoa que parecia estar do seu lado fazer um ato canalha desses. E me surpreendeu a outra pessoa também participar do ato sórdido, de me ligar e contar intimidades. E mais ainda de o Marcelo ser conivente e agir com desonestidade. Eu sou uma pessoa pública, essa outra sabia que Marcelo era meu marido. Estava tirando onda de que pegava o homem da Susana Vieira. Isso é doentio. Nunca vi nada mais doentio. Estou atônita até hoje. Pessoas chegam perto de mim me dando pêsames, achando que estou triste. Então, estou dando esta entrevista para mostrar que fiquei calada o tempo todo porque estava com nojo dessa história. Essa mulher mandou fotos para a imprensa provando o adultério. O que essa gente fez comigo é tão surreal que nem a trama da novela A Favorita chega aos pés. - Após o telefonema, você ainda titubeou, achou que poderia perdoá-lo mais uma vez? - Na mesma hora pus ele para fora da minha casa. Fui a uma juíza, conversei com meu advogado, Paulo Lins e Silva, e pedi que ele fizesse uma petição de separação de corpos. Quis impedir a entrada dele no condomínio onde moro, na minha casa, na minha vida. E dei entrada na separação judicial. Isso porque Marcelo ainda achava que tinha algum direito econômico ou financeiro. Mesmo depois da exposição ridícula que me forçaram. Foi muito baixo. No dia seguinte, ele tentou voltar, perguntou se eu perdoava. Foi falar na TV. A maior palhaçada da minha vida foi vê-los sendo recebidos num programa de quinta categoria. Perguntavam se eles iriam casar, ter filhinhos, viver o amor deles. Eles estavam sendo tratados como o príncipe Charles e Lady Di, como se não fossem dois adúlteros. E isso me revoltou. Era muita podridão. Pensei em esperar a poeira baixar para poder falar o que quisesse. Estou tranquila, não fiz nada de errado. E por isso fiquei dentro de casa fechada e sem abrir a boca. Eu estava com nojo. Emagreci sim, mas não de tristeza. Não tive um dia de tristeza. Tiver muita raiva, muito ódio. Emagreci de nojo. Cada dia que lembrava de um detalhe da história, eu vomitava. E Deus é tão poderoso que tudo acabou bem para mim. Graças a Deus. Estou feliz porque nunca deixei de ser feliz. - A morte dele não mudou nenhum sentimento em você? - De jeito nenhum. Pode até parecer maldade falar assim, mas outras pessoas já falaram isso na TV e ninguém foi crucificado. Só que eu fui a vítima. Ele saiu do meu lado, da minha proteção. Sou protegida espiritualmente, sou uma mulher vitoriosa, não tenho uma desgraça para contar. Tenho saúde, bem-estar, aparência física, família, trabalho numa empresa maravilhosa, que me respeita e está do meu lado, me deu apoio total. Sou vitoriosa. Então, não tenho que ficar nervosa, chorosa, preocupada ou triste. E a morte não mudou meu sentimento. É só me lembrar de todas as coisas que passei. Isso só me fortifica. Eu estava certa, amei muito. Amei, fui feliz o tempo todo. Cuidei dele. Frequentei durante um mês aquela clínica de desintoxicação. Fiz tudo por amor. Dei ao Marcelo todos os bens materiais que quis. Ele saiu da minha casa com seis malas abarrotadas de roupas, relógios e 47 pares de tênis novos. - Você deixou ele levar tudo? - Queria ele longe. Eu dei também um carro, queria que ele fosse embora. Desejava que aquela coisa má, todo aquele astral ruim, saísse da minha vida. Ele levou tudo. Só que as roupas hoje estão todas na mala, ninguém vai usar. - Você diz isso mesmo sabendo que, no Brasil, todo mundo que morre costuma virar uma pessoa boazinha... - Achei muito engraçado quando psicanalistas quiseram opinar como se eu fosse a causadora de tudo porque sou mais velha. Se fosse assim, nenhum velho ainda fazia amor. Todas as mulheres depois de 50 não teriam libido. Psicanalistas começaram a dizer que o casamento não podia dar certo porque ele era pobre. Não. Infidelidade não é questão de idade ou classe social. É de caráter. Sempre achei isso na minha vida. Ninguém é obrigado a ficar com ninguém. Não está feliz, vai embora. Sexo e beijo na boca houve, sim, o tempo todo no nosso casamento. Tenho 66 anos bem vividos, com muitos amores. Então, conheço a alma dos homens e das mulheres. E sei exatamente os caminhos tortuosos que se usam hoje para se transar com alguém. Fui feliz até o último dia, quando descobri tudo e aquela pessoa entrou na minha vida com um telefonema anônimo. E isso mostrou quem Marcelo era. E ele saiu da minha casa. E espero que Deus me faça esquecer que eu conheci essa pessoa um dia porque eu não tenho a menor vontade de lembrar de nada bom. Toda a parte ruim foi tão absurda que eu não posso mais recordar como a gente era feliz no Havaí. Ela ainda foi para a TV falar que meu casamento era um teatro. Ainda tive que ouvir isso. Ela me subestimou. Preciso do meu contrato na Globo, trabalhar, fazer teatro, e aí a mídia vem naturalmente. Não preciso correr atrás, sou uma das primeiras estrelas da Globo. É óbvio que adoro estar na Ilha de CARAS e adoro estar na mídia. Isso significa que dou exemplo. O importante é que milhares de mulheres no Brasil inteiro vêm me abraçar, cumprimentar. Tenho fãs jovenzinhas que dizem que querem ser como eu. - O que doeu mais, a traição pública ou a decepção interior? - Lógico que a íntima. Eu estava dormindo com o inimigo.Todos se casam e se separam, mas isso não precisa virar um espetáculo circense. Isso me ofendeu e chateou. Mas o pior foi comigo mesma. Tenho uma vida limpa, não tenho problema com o público. Por isso faço questão de enfatizar que estou ótima quando vêm me dar pêsames. Ridículo ficou para eles. O que fiz de errado? Por que tenho que ter vergonha? De jeito nenhum. Fui leal, fiel, maravilhosa, boa esposa, companheira. Estava com vergonha era deles, de serem tão otários. - O que você acabou de viver mudará a forma como vai encarar um próximo amor? - De jeito nenhum, não vou prevenida. Só estou lendo uns livros de uma médica maravilhosa chamada Ana Beatriz (Barbosa Silva). É uma psiquiatra, está na moda. Ensina a se prevenir contra mentes perturbadas. Apenas isso. Não tenho o menor problema em relação ao amor, namoros, eu não fiz nada de errado. Volto a dizer, infidelidade é questão de caráter. Se o relacionamento não está bem, você conversa com a pessoa e acaba ou não. Não pode é traí-la. - E você nunca traiu? - Absolutamente, de jeito nenhum. Não tenho necessidade. A troco de quê? Se sou apaixonada, por que vou trair? - Você se arrepende de ter sido tão generosa e perdoado o Marcelo na primeira vez que ele traiu? Você se pune por isso? - As pessoas me cobram muito isso. Principalmente meus amigos. Eles ficam mais revoltados comigo do que eu mesma. Ele se mostrou como era de verdade e eu não quis ver. Dizem que ali eu falhei. Mas aconteceu, eu voltei, então não adianta ficar me martirizando por isso. Não estava infeliz e Marcelo continuava amoroso comigo. Se tivesse mudado, poderia desconfiar. Mas não tinha motivos. Ele dormia na minha casa todos os dias. E não sou de ficar atrás de homem. Não sou nem de ficar telefonando. Sou adulta e encaro as relações com maturidade. - E como enfrentou o preconceito por causa da diferença de idade e classe social? - Os psicólogos se acharam no direito de estudar o meu caso como se eu fosse a culpada. Me casei com o Marcelo porque ele quis. Não amarro ninguém. Se ele quis ficar comigo, por que diria não? Não demonstro a idade que tenho. Nunca tive preconceito e não é agora que vou ter. Acham que ele quis me trair porque sou mais velha? Pelo amor de Deus! Ele podia ir embora da minha casa na hora que quisesse e nem se apaixonou pela outra mulher, havia jogo de interesses. Para ele era normalíssimo ter uma amante. Não tinha formação nenhuma. Sobre a conta bancária, ninguém tem que mostrar isso quando se aproxima de alguém. E também acho absurdo ouvir falar que ele morava no subúrbio. Então, porque moro na Barra, não posso namorar ninguém de lá? Já morei na Ilha do Governador que é vista como um subúrbio. Qual o problema? E sobre a questão financeira, posso dizer o seguinte: na minha família sou a mais bem-sucedida. E todos adoram viajar comigo. Se posso pagar, por que não vão? Sou ótima, alegre e maravilhosa e ainda posso proporcionar tudo de bom para quem está em volta de mim. Agora, se as pessoas não sabem aproveitar ou querem explorar isso, é outro departamento. Então é babaquice e preconceito falar em classe social ou diferença de idade. Quem continua falando isso não sabe o que é viver e o que é amar. Vou morrer pensando assim. - E sobre a diferença cultural? - Não. A vida é feita de vários departamentos. Já fui casada e namorei vários tipos de homens. Um escritor famoso, jornalista, piloto de motocross, um que gostava de ópera, um professor de história. Cada pessoa me abre uma porta. Em uma fase da vida posso querer ver museu e, em outra, ir à praia. Não acho que isso seja problema. A gente se divertia muito, ria bastante. E isso incluía a família. Todos fomos felizes o tempo todo. Mesmo tendo sido muito duro para meu filho aceitar Marcelo pela segunda vez. Rodrigo é o maior tesouro da minha vida. É quem mais me respeita, apoia, é solidário, assina embaixo tudo o que eu faço. Meu pai ficou muito tempo sem falar comigo. Por isso, a traição não foi só comigo. Traiu a família inteira. E a corporação dele. Fui várias vezes ao quartel conversar com oficiais. Ganhei medalha de honra ao mérito da PM. Estava dando crédito, com meu nome, a um policial de uma corporação que tantas vezes não é respeitada. Não se faz as coisas impunemente. Marcelo achava que estava acima do bem e do mal. Mas tenho a consciência muito tranquila. - Você acha que algum dia vai conseguir perdoá-lo por tudo o que passou? - Sinceramente, nenhuma lágrima será derramada. E nenhuma foi derramada até hoje. E até estranhava porque não tinha chorado. Minha família toda ficou preocupada porque eu estava segurando, segurando. Mas sou tão instintiva, tenho senso de preservação tão grande, que não mereceu nenhuma lágrima mesmo. - E no dia da morte dele, você não sentiu nenhuma emoção? - Fiquei chocada por vê-lo abandonado lá no chão. E com essa história tão mal contada. Começa três da tarde e acaba às nove da manhã do dia seguinte com vários lapsos que ninguém questionou. Me chocou também o fato de as pessoas que estavam em volta dele permitir que esse homem tivesse aquele delírio, a morte lenta. Não tenho nada com isso, mas acho que deveria se averiguar. Fiquei com pena de vê-lo no chão, jogado. Mas foi uma opção dele. - Esse foi seu único sentimento? - Sim, muita pena. Juro por Deus. Quando ele estava comigo, em alguns momentos de fragilidade, sentia que ele precisava de apoio. E comigo sempre teve. Ficou um ano e dois meses sem beber ou usar drogas. Foi sair da minha casa e ir para os braços de Morfeu, da amada dele. Morreu cerca de um mês depois. Eu me comportei como ser humana o tempo inteiro. Fui generosa, abnegada, perdoei. E como ser humano também fiquei com muita pena por ver uma vida jogada fora. - E quando você sentiu que estava no momento de voltar à vida social, reaparecer? - Já estava cansada de não poder ir a lugar nenhum. Estava sendo muito procurada. Me cumprimentaram pela atitude digna de ficar calada. Só que a história não era minha. Nunca havia me visto envolvida em nada desagradável. A primeira vez que vi que estava chato não ir a lugar nenhum foi no show da Madonna. Estava com vários convites. Minha sobrinha desculpou-se que não poderia ir porque não ficaria bem já que Marcelo acabara de morrer. O Jayder Soares (presidente de honra da Grande Rio) respondeu que só lamentava porque estava me privando de fazer o que gostaria. Não estava preparada, estava sem vontade de responder aos repórteres. Hoje me sinto na obrigação de fazer isso. De certa forma, fui pichada na imprensa. Escreveram artigos falando absurdos a meu respeito. Tenho história neste país. São 48 anos de carreira e 38 de Globo. Não podem me achincalhar só porque fui traída por um PM com uma garota que estava na praia. Me poupem. Estou aliviada por estar falando tudo isso hoje. - Bem, agora espera um novo amor... - Lógico que vou me apaixonar de novo. Mas o primeiro desejo para 2009 é o de fazer uma novela, voltar a trabalhar. E continuar a fazer ginástica, ter saúde. Se surgir novo amor, estou disponível. Mas não entro em 2009 só pensando nisso. Se bem que, para ser sincera, gosto muito de beijar na boca e fazer sexo. E isso eu tinha muito bom, inclusive. Não sei se fica vulgar falar isso, mas dane-se.