CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Publicidade / Fashion Tendências

Esmaltes viram acessórios fashion e trazem gel, paetês e até caviar

As brasileiras têm comprado mais esmaltes e a procura pelos produtos premium aumentou. Agora, gel, paetês e até caviar estão nas unhas. Confira as tendências mais quentes do momento

Camila Carvas Publicado em 01/04/2013, às 00h12 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Na festa do Emmy em 2012, Kelly Osbourne usou o esmalte Azature, feito de diamantes negros e considerado o mais caro do mundo, US$ 250 mil. Michelle Obama usou um esmalte cinza-azulado na Conferência do Partido Democrata - Getty Images/ Reuters/ Foto-montagem
Na festa do Emmy em 2012, Kelly Osbourne usou o esmalte Azature, feito de diamantes negros e considerado o mais caro do mundo, US$ 250 mil. Michelle Obama usou um esmalte cinza-azulado na Conferência do Partido Democrata - Getty Images/ Reuters/ Foto-montagem

Em apenas seis meses, entre janeiro e junho de 2012, mais de 111 milhões de vidrinhos de esmaltes saíram das prateleiras das lojas e adentraram os nécessaires das brasileiras! Muito além do rosa clarinho e do branco, o produto agora é parte integrante – e não complementar – do visual. O negócio está ficando tão sério que já existem desfiles de esmalte e lançamentos cada vez mais sofisticados. E a recessão econômica global dos últimos anos, por incrível que pareça, apenas alimentou o setor. De acordo com o instituto de pesquisas Euromonitor International, as vendas mundiais de esmaltes cresceram 43% entre 2008 e 2011. Para se ter uma ideia do que isso representa, no mesmo período, o segmento de maquiagem cresceu 11% e o de produtos para o lábio, 7%. O esmalte tornou-se um luxo acessível e a moda o abraçou, porque ele tem preço razoável, é moderno e fácil de mudar.

“O maior incremento para a indústria de cuidados com as unhas veio com a globalização, e depois, a popularização das redes sociais na internet”, diz Suzi Weiss-Fischmann, vice-presidente e diretora criativa da OPI, marca de esmaltes americana fundada em 1981 que vendeu mais de 100 milhões de unidades nos últimos dois anos, e há dez registra crescimentos na casa dos dois dígitos. Com o Facebook e similares, as mulheres passaram a ver e mostrar as cores e novidades que estavam usando em diversas partes do mundo. “No início, as opções eram limitadas, mas nos últimos 5, 7 anos, a indústria explodiu com escolhas aparentemente sem fim de cores e tratamentos”, diz Suzi. A explosão também acabou arrancando das unhas o rótulo de “acessório de beleza” e deu a elas o poder de lançar modismos e serem destaque até da política. Michelle Obama usou esmalte azul – a cor do partido Democrata – durante as convenções partidárias e Katy Perry estampou o rosto de Barack Obama nas unhas em um show para arrecadar fundos para a campanha presidencial.

Longe do papel de coadjuvantes, as unhas ganham cada vez mais mimos. Entre as centenas de novas cores, os adesivos, texturas e o esmalte em gel são as novas sensações. Depois de lançar os kits “caviar” (com o aspecto da iguaria, ele não é usado na composição) e “veludo”, a marca inglesa Ciaté colocou no mercado as unhas de paetês. Segundo Charlotte Knight, diretora criativa da empresa, a essência deles é pinçar as tendências mais quentes da passarela e torná-las acessíveis a todos. Por acessível, entenda cerca R$ 60 reais. Outra novidade, o esmalte de gel promete mais brilho e durabilidade. O vidro, fora do Brasil, custa cerca de US$ 17 ou R$ 35. Agora, as mulheres podem usar suas cores favoritas por até duas semanas sem descascados. Mas sua aplicação precisa de um equipamento especial de secagem e tirá-lo exige alguns bons minutos com as unhas de molho.

Aqui no Brasil, mais do que um “simples” aumento no volume de vendas, esse segmento teve um crescimento significativo em valor. Isso significa que a consumidora brasileira está comprando produtos mais sofisticados ou das chamadas marcas “premium”. “É um novo ciclo de crescimento”, diz Luiz Gaspar, analista de mercado da consultoria Nielsen. O primeiro se refletiu apenas em quantidade. Já o segundo e atual está diretamente ligado aos benefícios oferecidos. “São os produtos ditos profissionais que antes só eram vendidos nos salões e agora podem ser comprados nos supermercados”, completa.

É por isso que no comparativo entre os meses de janeiro e junho de 2011 e 2012, o volume de vendas de esmaltes cresceu quase 8% e o seu faturamento, 17%. Se em economias já desenvolvidas o que estimula o crescimento são marcas próprias com pouco gasto em mar­keting, em países emergentes como o nosso, o que move o mercado é a inovação. “Além da presença crescente da mulher no mercado de trabalho e do aumento do seu poder de compra, as consumidoras buscam, cada vez mais, novidades de esmaltes que as diferenciem” diz Soraia Arraes, gerente de marketing de Personal Care da Mundial Impala. “Elas querem expressar sua individualidade e personalidade”, conclui. Além disso, segundo Arraes, as brasileiras também estão mudando seus hábitos no quesito unhas. Uma pesquisa da TNS Research International aponta que a maioria delas, 56%, ainda faz as unhas das mãos uma vez por semana, mas há um crescimento nessa prática e 8% das mulheres já fazem as unhas duas vezes ou mais por semana. Ainda segundo o estudo, os pés, em 45% dos casos, são feitos uma vez a cada quinze dias, mas 26% das brasileiras já o fazem toda semana.

“No Brasil, a beleza é cada vez mais vista como um produto de consumo”, diz Luciane Beltran, diretora-geral da Beauty Fair, feira internacional de cosméticos e beleza. “As empresas investem constantemente em lançamentos e inovações a fim de combater a concorrência e conquistar um número cada vez maior de consumidores”, completa. O resultado é o aumento da quantidade de clientes e uma oferta de produtos maior e melhor. Segundo dados da Associação Nacional do Comércio de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza (Anabel), a média anual de crescimento dos salões de beleza é de 12% e o número de indústrias de beleza cresceu 7% ao ano entre 2007 e 2010.
“O Brasil é o terceiro maior mercado do mundo de beleza”, diz Gaspar. Além disso, a vaidade da brasileira é famosa. Independentemente da classe social, ela vai ao salão de beleza.

E vai cada vez mais jovem e não apenas para cortar o cabelo ou se arrumar para um evento especial. Hoje, meninas e mulheres vão ao salão, simplesmente, para se manterem bonitas! E além de cuidar dos fios e das unhas das mãos, fazem também os pés, o que não acontece tanto em países frios, já que não usam tanto sapato aberto como aqui. Mas a mulher da atualidade é uma mulher global. Por todo o mundo e em qualquer idade, ela adora se cuidar.
E nada é tabu. Vale tudo!