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Dinho: 'Vou ficar com marcas emocionais'

Ainda internado no Hospital Sírio Libanês, em SP, Dinho Ouro Preto conta como está sua evolução dentro do hospital, tanto física como emocional

Redação Publicado em 29/11/2009, às 10h56 - Atualizado às 11h42

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Dinho Ouro Preto, em show em Manaus, uma semana antes do acidente - Maurício Santana/Divulgação
Dinho Ouro Preto, em show em Manaus, uma semana antes do acidente - Maurício Santana/Divulgação
O cantor Dinho Ouro Preto, líder do Capital Inicial, que está internado desde 31 de outubro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, escreveu uma nova carta a seus fãs, que estão torcendo pela recuperação do ídolo e por sua volta aos palcos. No novo texto, divulgado nesse sábado, 28, através do site oficial do Capital Inicial, ele conta como é difícil o tratamento, que classifica como "lento e doloroso", fala de sua condição física, do ambiente dentro do hospital e de sua situação emocional. "Passar por algo assim sem alguma transfornação é impossível. Meu corpo vai voltar a ser como era, mas acho que vou ficar com 'marcas' emocionais para sempre", escreveu. O artista sofreu um acidente no último dia 31 de outubro, quando caiu de uma passarela de 3 metros de altura em um show em Patos de Minas, em Minas Gerais. Na ocasião, ele teve um quadro de traumatismo craniano, quebrou três costelas, trincou seis vertebras, levou cinco pontos no queixo, machucou os rins, a cabeça e os dentes, e foi levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital na capital paulista. O quadro evoluia bem e Dinho chegou a ir para o quarto, mas no dia 13 de novembro voltou para a UTI devido a um quadro infeccioso. No dia 18, o astro melhorou e foi encaminhado para a Unidade Crítica Geral, a semi-intensiva do hospital, sempre acompanhado pelos médicos David Uip e Nabil Mitre. Agora, já com a previsão de deixar o hospital na próxima semana, Dinho conseguiu escrever mais uma carta de agradecimento aos fãs, sendo que o primeiro texto foi divulgado cerca de cinco dias após o acidente, tranquilizando a todos e contando o que estava acontecendo com ele. Confira, abaixo, a carta na íntegra. "Olá amigos, Me desculpem por sumir por tanto tempo, mas eu passei por momentos muito difíceis. Provavelmente os mais difíceis da minha vida. Até ontem, eu não conseguia ler ou escrever. As cartas anteriores foram ditadas. Nada poderia ter me preparado para algo assim. Numa fração de segundo, o acidente, depois semanas de recuperação lenta e dolorosa. Em um momento você se acha dono do mundo, capaz de fazer o que lhe vier a cabeça. No momento seguinte, você não sai da cama sozinho. Eu tive que me adaptar a uma nova condição. Eu acredito, e os médicos também, que voltarei a ser quem eu era. Porém, passar por algo assim, sem alguma transformação é impossível. Meu corpo vai voltar a ser como era, mas acho que vou ficar com 'marcas' emocionais pra sempre. Não quero parecer com alguém que tenha pena de si, muito pelo contrário, estou cercado de pessoas muito mais machucadas do que eu. No entanto, durantes minhas semanas de internação fui tratado com respeito, compaixão e bondade. Essas palavras sempre me comoveram, mas agora eu sinto muita vontade de poder passar isso adiante. Não acho que eu fosse arrogante ou indiferente, mas tenho pensado muito no meu comportamento. Dentro de um hospital, depois de alguns dias, você experimenta momentos que se aproximam do pânico. Sente-se muito medo e solidão. Há tempo de sobra pra introspecção. Se tudo der certo, vou pra casa na semana que vem. Estou muito curioso pra ver se quando voltar pra casa, me sentirei diferente de quando entrei. Ao longo da minha hospitalização recebi mensagens, telegramas, telefonemas e flores do Brasil todo. Da minha família, amigos, colegas, fãs e também de muito desconhecidos. Todos profundamente comoventes. Fico pensando em como agradecer ou retribuir, mas não há como. Mesmo assim, gostaria que essas pessoas soubessem que seus gestos e palavras foram determinantes na minha recuperação. Obrigado. Um outro bom momento foi a atitude do Capital, a banda na qual eu toco a tantos anos. A solidariedade deles me surpreendeu pela falta de limite. O carinho com o qual me trataram foi algo que nunca esquecerei. Acho essa postura, de estarem tão presentes, me encheu de confiança neles. Tanta confiança, que fizemos algo inédito na nossa carreira, eles começaram o disco novo sem mim. Tínhamos ensaiado muito, estava tudo no lugar e meu acidente foi poucos dias antes da data marcada para o início das gravações. Me foi perguntado se eu queria adiar tudo, mas achei melhor deixar nas mãos da banda. Eu acompanhei de longe, via skype. Estamos trabalhando com um novo produtor, um cara chamado David Corcos, que merece cada gota da confiança que demos a ele. Acho que os fãs do Capital vão gostar muito desse disco. Nós estamos adorando e faz muito tempo que não tomamos tanto cuidado com tudo. Da primeira à última palavra, dos timbres, a cada nota dos solos. Estamos trabalhando nesse projeto hà mais de um ano, e mesmo um acidente como o meu não deveria fazê-lo parar. The show must go on. Essa convicção foi outro remédio, mais forte do qualquer coisa que tenham me dado. Pequena curiosidade para os superticiosos: caí do palco no dia das bruxas e peguei a grave infecção que prolongou minha internação na sexta-feira treze. Que medo, hahaha. Obrigado por tudo, Dinho."