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Vestido de noiva retrô é romântico e sensual. Veja dicas para escolher

Ana Paula de Andrade Publicado em 23/07/2013, às 15h56 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Vestidos de noiva retrô são românticos. Mas, na hora de escolher, é preciso buscar elementos para modernizar o visual - Foto-montagem
Vestidos de noiva retrô são românticos. Mas, na hora de escolher, é preciso buscar elementos para modernizar o visual - Foto-montagem

Nas passarelas, nas ruas, no cinema, na vitrine e, sim, na igreja. Ele está em todos os lugares. O retrô é o queridinho da vez, inclusive entre as noivas. Que atire o primeiro casquete quem nunca suspirou ao ver um vestido de divas como Audrey Hepburn, Grace Kelly e Jacqueline Kennedy Onassis. Ou ao assistir a cenas de filmes como O Grande Gatsby, Bonequinha de Luxo, Casablanca ou ainda o recente Meia-Noite em Paris. Revisitar o passado virou moda. Nas décadas de 1920, 30, 40 e 50 parece residir um glamour irresistível, que toda mulher deseja incorporar ao guarda-roupa. Ainda mais se o look em questão for o sonhado vestido de noiva.

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“O vestido de noiva é, provavelmente, a roupa mais cara que uma mulher vai comprar em toda sua vida, e só será usado uma vez. Quer luxo maior?”, diz João Braga, professor de história da moda da FAAP. “Resgatar elementos do passado reforça aspectos da tradição. E a tradição é referencial de luxo. Portanto, ao adotar o retrô, a noiva tenta transmitir essa ideia de refinamento e glamour”, afirma. Olhando a história, notamos que na década de 1920 a mulher começou a conquistar mais liberdade para se vestir. Os espartilhos, comuns até o fim do século 19, perderam espaço para silhuetas tubulares e vestidos leves de seda, que revelavam braços e costas. “Nos anos 1920, a mulher tinha outra postura, a sensualidade era mais insinuada”, conta a estilista Emannuelle Junqueira. Para a designer, esse interesse pelo retrô é uma tentativa de resgate do romantismo e até de uma retomada da delicadeza feminina. “A força da mulher está na delicadeza. E hoje em dia é preciso ter coragem para ser delicada”, diz.

Foi na década de 1920 que a moda elegante criada pela estilista Coco Chanel ganhou o mundo. Nessa época, outro aliado serviu para reforçar o glamour: o cinematógrafo. Observando as atrizes de Hollywood, as mulheres passaram a copiar roupas, acessórios e cortes de cabelo. O cinema virou um lançador de tendências e, entre 1920 e 1950, o conceito de glamour foi lapidado e reforçado nas telas. “Acredito que esse é o motivo de a moda dessas décadas inspirar tanto, principalmente quando pensamos no tema casamento, que desperta o desejo de construir um universo glamouroso”, diz Denise Pollini, professora e pesquisadora de moda. “O casamento de Grace Kelly foi o primeiro enlace midiático, televisionado e altamente divulgado. Uma atriz lindíssima se casa com um príncipe (Rainier) e ali se cria a perfeita história de amor que inspira as noivas desde então”, lembra a pesquisadora. O look de Grace Kelly, por sinal, é um dos mais copiados pelas noivas: foi inspiração para o vestido da duquesa Kate Middleton e da apresentadora Luciana Gimenez, entre outras celebridades.

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A busca pela história de amor perfeita continua motivando mulheres no mundo todo. Seduzidas pela dupla ‘sensualidade e romantismo’, as atrizes Anne Hathaway e Natalie Portman e a top Kate Moss optaram pelo retrô em seus vestidos de noiva. Mas cuidado: ao pegar “emprestada” essa sofisticação do passado, é preciso atualizar o look para evitar que pareça datado. “Vale misturar o melhor de cada década. Isso dá um ar contemporâneo e confere exclusividade”, diz a estilista Lethicia Bronstein. “Use detalhes que remetam ao retrô, como rendas, bordados art déco e acessórios de cabelo”, sugere. Foi o que fez Anne Hathaway, que apostou no acessório de cabeça de inspiração vintage, criado por Valentino. Em seu modelito da grife Rodarte, Natalie Portman recorreu à cintura marcada e ao comprimento na altura do tornozelo que foram sucesso nos anos 1950. Kate Moss soube atualizar o retrô como poucas. Favorecida por sua silhueta longilínea, optou por um vestido de corte reto do estilista John Galliano, pontuado pela ousadia das transparências e pelo brilho de cristais e pae­tês, mas com direito ao charme vintage da mantilha bordada.

Os designers concordam que não é preciso que o look seja inteiramente retrô. Vale usar casquetes e voilettes e até um sapato vintage. Outra dica é prestar atenção à modelagem e avaliar se ela valoriza o seu tipo físico. “O shape dos anos 1920 deixa a mulher ‘quadrada’. As saias coluna, por exemplo, não favorecem quem tem muito quadril”, diz Lethicia. Para Emannuelle, o segredo para acertar é “transmitir uma nostalgia combinada a uma força contemporânea”. O estilista Samuel Cirnansck concorda. “É possível dar um ar contemporâneo ao retrô. Algumas clientes já pediram para rasgar a renda, por exemplo”. O designer, que nutre uma admiração especial pelo vintage e se inspira no poder feminino, acredita que as mulheres ganharam, mas também perderam muito nas últimas décadas. “Talvez esse resgate do passado seja também uma tentativa de recuperar a feminilidade”, diz.

Se você pretende usar a magia do retrô em seu vestido de noiva, a primeira regra é identificar-se com o estilo. Em segundo lugar, modernize o shape. “Esqueça as mangas bufantes, opte por um corte mais sequinho e insinue o retrô nos detalhes”, aconselha Lethicia Bronstein. “Não misture clássico com retrô. Corre-se o risco de ficar ‘over’ e o vestido de noiva virar figurino”, alerta Emannuelle Junqueira. E nada de decotes ou fendas muito ousados. Afinal, o retrô celebra uma época em que o corpo da mulher não era revelado, apenas imaginado.

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O passado realmente tem um glamour especial. Mas, há 100 anos, as mulheres não podiam escolher com quem se casariam ou com que roupa. Então, use com sabedoria a sua liberdade de escolha. Afinal, a ordem é viver, no presente, seu sonho com toda intensidade que ele merece. 

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