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Música / Ícone

''Back In Brazil'': Paul McCartney presta homenagem inédita aos brasileiros

Ex-beatle faz show durante 3h quase sem pausa em estádio lotado em São Paulo

Isabella Galante Publicado em 27/03/2019, às 07h26 - Atualizado em 05/04/2019, às 10h34

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Desde 2017, Paul McCartney não retornava ao Brasil - AgNews/ Francisco Cepeda
Desde 2017, Paul McCartney não retornava ao Brasil - AgNews/ Francisco Cepeda

SAVE US

Eram 17h da terça-feira 26 de março em São Paulo. Os portões do Allianz Parque deveriam abrir às 16h, mas Sir Paul McCartney havia atrasado sua passagem de som, causando demora na liberação do público.

A fila estava dando volta no estádio, e não eram só os mais jovens que estavam lá com a disposição de garantir um lugar com boa visibilidade do palco, os que acompanham o ex-beatle há décadas compartilhavam o mesmo espaço com os que foram conquistados há pouco, inclusive famílias inteiras, com todas as gerações presente.

(Crédito: Isabella Galante)

LET 'EM IN

Às 17h20, os portões se abriram. O clima era de alegria, pessoas verdadeiramente felizes, pulando e correndo.

A espera que se seguiu foi conduzida por projeções dos Beatles nos telões e canções clássicas, que serviram de preparação e aquecimento.

Horas de espera depois, ocorreu o momento tão aguardado: com 15 minutos de atraso, às 20h45, o ídolo ficou sob os holofotes com A Hard Day’s Night, com a participação dos fãs em coro.

COME ON TO ME

''Oi paulistas'', foi a primeira saudação do cantor à plateia. O uso do português continuou por toda a noite, com frases mais elaboradas.

Pouco depois veio uma surpresa: o trio de sopros apareceu em um espaço reservado entre ambas as pistas, para tocar no meio da galera. A coreografia ensaiada e execução primorosa causaram furor.

O repertório diverso foi intercalado por faixas antigas de seu trabalho solo, as mais recentes, as desenvolvidas pelos Beatles e inclusive do grupo Wings, formado com sua saída do famoso quarteto.

O que animava mais os espectadores, claro, eram mesmo os clássicos, que se concentraram do meio para o final da performance. As demais músicas, porém, não desapontaram; afinal, os admiradores não estavam ali para assistir a um show composto somente pelos Beatles.

Com um desempenho impecável, Paul exibiu sua destreza no domínio de diversos instrumentos. Teve guitarra, violão, dois tipos de piano e até ukulele.

Os integrantes do conjunto mostraram que foram bem escolhidos e dão conta de estarem com a figura emblemática há 15 anos. O baterista Abe Laboriel Jr é um destaque à parte, dono de um carisma arrebatador.

FROM ME TO YOU

Em um momento intermediário do evento, ocorreu a execução inédita ao vivo de Back In Brazil, composta em homenagem aos brasileiros na última vez que passou por aqui, em 2017. O single, inspirado em ritmos nacionais como bossa nova, teve a colaboração marcante dos fãs, que soltaram bexigas com as cores da bandeira tupiniquim.

O britânico percorreu quase 40 canções sem sair do palco nem para beber água, emendando um hit atrás do outro.

O espetáculo da Freshen Up Tour teve seu ponto alto com Hey Jude, que ensaiou o fim. As plaquinhas com a grafia''na na'' tomaram o estádio.

(Crédito: Isabella Galante)

THE END

A volta foi marcada por mais seis faixas e enfim terminaram as três horas de performance, com um fôlego invejável de quem poderia ficar um pouco mais, o que deixa muitas bandas novatas, que cantam por 1h30, no chinelo.

ALL MY LOVING

Com capacidade para 48,6 mil pessoas, a arena teve seus ingressos esgotados para o dia 26.

Entre as testemunhas, estava Luca Marson, que foi o 60º a chegar, sozinho, às 6 da manhã. Esta foi sua quarta vez, considerando que esteve em 2014 e em 2017 compareceu em São Paulo e em Belo Horizonte.

O momento foi mais que especial porque foi a primeira oportunidade que conseguiu a grade da pista premium. Acostumado a chegar quase sempre no mesmo horário para entrar na fila, ele pôde contar com a sorte de que às 14h30 se deu uma confusão ao retirarem as grades que faziam a organização. Com isso, a multidão correu e o rapaz acabou involuntariamente avançando o seu posto inicial.

O sufoco valeu a pena. Apesar da decepção de que Yesterday não fez parte da coletânea (devido à idade, o astro não tem mais o alcance vocal), o resultado agradou. ''Para 76 anos, está bom'', brincou.

(Crédito: Isabella Galante)

Luca deixou Allianz rouco.

Foi só mais uma das loucuras que ele faz pelos Beatles. Entre as atitudes incomuns inclui, por exemplo, ter duas poupanças, uma para os assuntos rotineiros e outra para guardar o dinheiro dos ingressos de alto valor, seja do Paul, Ringo Starr ou um grupo cover.

Os integrantes da banda, que ele define como ''heróis que inspiram'', são uma paixão antiga. Desde criança, ouvia ao álbum Beatles For Babies e a partir daí, o amor só cresceu.

MAYBE I'M AMAZED

Esse não é o caso de Patrícia Barros. A moça estava ali para fazer as vontades do namorado, Wellington Sooma.

O jovem estava completando 25 anos naquele dia e o ingresso foi um presente de aniversário.

Patrícia sempre achou que o conjunto fazia o que parecia ''música de elevador''. Entretanto, com a insistência de seu companheiro, ela passou a escutar mais e atualmente alguns hits agradam.

Da mesma forma, o show cativou; as expectativas eram baixas e o que ela viu foi ''bem legal''.

(Crédito: Patrícia Barros)

BAND ON THE RUN

Já Sônia Lopes viajou por horas só para ver o artista de perto. O grupo de outras sete pessoas, entre amigos de longa data e sua filha, embarcou em Belém, no Pará, com destino à pauliceia.

A presença dos admiradores de menos idade a impressionou na medida em que vibravam mais que os próprios adultos e sabiam os versos de cor.

A experiência única foi definida como ''perfeita''.

(Crédito: Sônia Lopes)

LET ME ROLL IT

Para quem se interessou e não está com ingresso em mãos, ainda há entradas disponíveis para o espetáculo extra desta quarta-feira, 27.

Os músicos seguem com sua oitava passagem pelo país para Curitiba, o primeiro retorno desde 1993, para uma apresentação no dia 30 de março, no Estádio Couto Pereira.