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Música / rebeldia e liberdade

No Dia do Rock, Di Ferrero comenta importância do gênero musical: ''Entrada para ser você mesmo''

Em entrevista exclusiva, Di Ferrero relembra primeiros contatos com o rock, carreira no NX Zero e planos para carreira solo

Bruno Cominatto Publicado em 13/07/2021, às 13h46 - Atualizado às 15h34

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No Dia do Rock, Di Ferrero comenta importância da música - Reprodução/Instagram
No Dia do Rock, Di Ferrero comenta importância da música - Reprodução/Instagram

Comemorando o Dia Mundial do Rock, que acontece nesta terça-feira, 13, a CARAS Digital conversou com Di Ferrero (36), cantor e ex-vocalista da banda NX Zero, para compartilhar suas vivências como um dos mais marcantes astros do rock no país.

Segundo o artista, a aproximação com o gênero musical veio bem cedo, ainda na infância. “Quando era criança, com 8 anos, eu já tinha banda na igreja, fazia shows e gravava clipes. Mas lembro quando meu pai me mostrou Elvis, Beatles e Jovem Guarda, e o primeiro álbum que ele me deu foi ‘Dangerous’, do Michael Jackson, que é um álbum basicamente pop, mas cheio de guitarra”, explicou.

A partir daí, foi um bom tempo investido por parte do músico em conhecer mais sobre o rock, impulsionado principalmente pela rebeldia comum na adolescência. “Tinha acabado de sair da igreja e estava um pouco ‘revoltado’ com tudo, vamos dizer assim. E comecei a ouvir Nirvana, Raimundos, Red Hot, Charlie Brown Jr., NOFX e descobri um mundo novo”, declarou o cantor.

Fã de carteirinha de Chorão (1970-2013) e Lulu Santos (68), Di Ferrero ainda relembrou um período em que a música não estava há um clique de distância. “Eu peguei o começo da virada da música na internet e o fim do CD. Na época não tinha muita grana para comprar os discos, mas comparava e depois trocava por outros com alguns amigos, gostava do ritual que era ouvir um CD do começo ao fim”, confessou ele.

A história de Di Ferrero no NX Zero

Di Ferrero consolidou sua carreira como cantor oferecendo seus vocais para a banda NX Zero, que nasceu em 2001. Ao lado de Gee Rocha (guitarra e vocal de apoio), Dani Weksler (bateria), Caco Grandino (baixo) e Fi Ricardo (guitarra), o grupo chegou a conquistar um Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock, em 2009.

Enquanto o País inteiro se emocionava ao som de Razões E Emoções e Cedo Ou Tarde, o cantor decidiu aproveitar os frutos da fama de seu próprio jeito. “Eu só continuei o que já estava fazendo quando era um artista underground. Para ser sincero, não me deslumbrei muito com esse mundo da fama e até achava bem cafona quando convivia com pessoas desse meio. Claro que minha vida mudou e ficou bem mais cara, carro, casa e todos os instrumentos que antes eu queria, mas não podia comprar, enfim… Nada superou o que eu gostava de fazer: compor um som e ver os shows lotados”, relatou.

Apesar do sucesso avassalador e o impacto em toda uma geração, nem tudo foi tão leve para o artista. “Eu me orgulho muito de ter vivido e feito parte de um movimento tão genuíno do Rock, Pop, Punk, Emo, HardCore, seja lá o nome que queira dar. Mas era um período de muitas incertezas e, para ser sincero, não sinto falta de praticamente nada”, revelou. “Hoje, sinto que temos mais liberdade de ser quem somos, sei que temos muito pela frente, mas esse caminho está mais claro agora. Sinto que estamos em uma época promissora para começar uma banda, poder se expressar e viver de arte”, acrescentou o músico.

Sobre toda a história do NX Zero, que completou 20 anos de sua formação em abril deste ano, Di Ferrero não mexeria em nenhum detalhe. “Pode parecer clichê, mas não faria nada de diferente. tudo foi como tinha que ser, altos e baixos que fizeram a gente criar e entender quem somos no meio desse universo louco da música”, refletiu ele.

Para Di Ferrero, o rock’n’roll é um jeito de ser, é atitude

Apesar de taxado muitas vezes como um gênero musical resumido em guitarra, sexo e drogas, o rock é muito mais do que isso. Para Di Ferrero, é como uma viagem dentro de si mesmo. “O rock é uma linguagem que vai contra um padrão imposto para nós, cada geração tem sua peculiaridade, mas o rock é uma saída e também uma entrada para ser você mesmo. São mais que guitarras distorcidas, é um estilo de vida que vai além da música. É um jeito de ser, uma atitude”, explicou.

Logo depois de entrar em hiato no NX Zero, o cantor colaborou com artistas de outros estilos musicais, como Iza (30), Thiaguinho (38) e Rashid (33), mas seu coração segue com um só dono. “A minha essência e formação vêm do rock. Experimentar e criar tem sido muito saudável para mim. Gosto de mudar e não vejo problema nisso, acredito em ter personalidade, ser você sempre em lugares diferentes e não necessariamente fazer sempre a mesma coisa”, declarou o cantor.

No entanto, o contato com “outros ambientes” se tornou um aprendizado para o roqueiro. “Gosto muito do desprendimento do reggae, admiro a ousadia do pop e o enfrentamento do rap”, disse. “Venho falando com as pessoas que me acompanham que sinto que agora estou pronto para lançar meu primeiro álbum solo. E as músicas têm muito do que eu fazia lá atrás, mas com novos elementos e bastante guitarra”, revelou.

O primeiro álbum solo de Di Ferrero

Em carreira solo, Di Ferrero já deu um gostinho de suas intenções na música com o EP Sinais - Parte I, que conta com hits como Outra Dose. O disco de seis faixas foi lançado em 2019, anterior à pandemia, com direito a shows especiais para os fãs.

Durante a quarentena, o cantor tem feito sucesso com covers de músicas que ouvia lá no começo, retomando suas raízes no rock. O mais recente, da música Around The World, do Red Hot Chili Peppers, contou com a parceria do baixista PJ, do Jota Quest, e do guitarrista Marcão e do baterista Bruno Graveto, do Charlie Brown Jr.

Segundo o cantor, esse e outros covers lançados, de Linkin Park, Blink 182e do próprio Charlie Brown Jr. são uma prévia do que está por vir em seu primeiro álbum. “Tem sido uma preparação do que estou para lançar”, contou. Para quem estava com saudades do Di Ferrero no rock, pode ficar tranquilo, pois o ritmo estará presente em seu novo trabalho: “Mais do que nunca!”.