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Música / Lollapalooza 2019

Duda Beat detalha sua vida amorosa em álbum que a fez descobrir o amor próprio

Uma das principais brasileiras no festival Lollapalooza 2019, a cantora acaba de lançar o remix do hit 'Bixinho'

Baárbara Martinez Publicado em 05/04/2019, às 11h10 - Atualizado às 11h34

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Duda Beat - Rodolfo Magalhães
Duda Beat - Rodolfo Magalhães

Atualmente, onde muitas pessoas preferem esconder seus sentimentos, a cantora Duda Beat optou por abrir a ferida e falar sobre relacionamentos modernos. Não poupando as palavras e sem usar textão, a pernambucana lançou seu primeiro disco que leva o nome de Sinto Muito. No álbum, ela faz uma grande mistura de reggae, dub, brega e pop.

Colhendo os frutos desse último trabalho, ela lança o remix do sucesso Bixinho e sonha alto com os pés no chão em uma entrevista exclusiva com a CARAS Digital.

SE DESCOBRINDO

Relembrando onde tudo começou, após passar por relações ruins, a loira precisou se encontrar consigo mesma antes de qualquer coisa. “Eu sempre me apaixonava por músicos, após experiências fiz um retiro espiritual e passei 10 dias sem falar, fiquei só meditando. E lá eu entendi que deveria tomar esse lugar da música. Quando voltei do retiro estava decidida em fazer um disco, de fazer música, porque na verdade essa era a minha verdadeira vocação”.

“Entrei no mundo da música para ganhar o respeito das pessoas que eu não tinha. No início foi para me impor, para me sentir importante, para me sentir amada e também para realizar meu desejo antigo de ser cantora. Eu estava em um momento de muita baixa autoestima, então eu precisava transformar aquele sentimento que eu sentia pelos caras, que eu era apaixonada, em algo para mim”, revela.

Na época, em que Duda decidiu se apresentar ao mundo como artista, ela conta que estava estudando ciência política e acabou conciliando a faculdade com o processo do disco. “Fui fazendo aos poucos, juntando dinheiro para pagar as coisas e foi uma coisa que demorou muito porque principalmente eu não tinha dinheiro. Fui trabalhando e pagando um mix de cada vez”.

INFLUÊNCIAS

Citando Chico Science, Lenine, Ivete Sangalo, mas sem deixar de lado Beyoncé, Rihanna e Kali Uchis, Beat fala sobre orgulho de suas raízes. “O que me inspira de artista com certeza o Nordeste ganha, porque a minha inspiração cultural é da região”.

“É tudo que eu gosto de ouvir. Sabe aquela coisa o álbum é meu e eu faço o que eu quero? (risos). Tudo que eu gosto de ouvir está no disco. Eu ia muito para role de Dub, Reggae, Trep, saia muito para ouvir esse tipo de música. Ao mesmo tempo em que a música latina está vindo com tudo e eu adoro. Mas também tem uma axé lento no final do disco [Todo carinho] que era algo que eu ouvia muito”, afirma.

Sobre o processo de criação, a loira conta como o ritmo de cada canção é definido. “Quando eu queria ir para uma melodia chegava na gravação e comentava: “Nessa música quero dançar assim”, essa era a minha referência assim. Me considero uma cantora pop pela quantidade de ritmos no meu disco, é abrangente. Antes de satisfazer aos outros a gente tem que se satisfazer”.

MAIS QUE UM ÁLBUM

Mesmo cantando sobre amores que não tiveram um final tão feliz assim, a artista demonstra leveza ao falar sobre o assunto em suas canções. “Na época que eu sofria muito fiz muita piada sobre mim mesma. Se eu olhasse a pessoa que eu era afim e ele não me olhava, eu pensava que havia algo errado comigo, pensava que talvez eu estivesse com bafo e acabava fazendo uma piada comigo mesma. Ao mesmo tempo que eu era a menina sofrida, eu era engraçada, uma coisa meio louca. E quando eu fiz o disco, eu tinha o intuito que a pessoa se divertissem com aquilo”.  

“Tudo na vida é impermanente. O grande conceito do meu disco é exatamente esse. 'Anicha' significa impermanência no retiro que eu fui. O próprio Sinto Muito [nome do trabalho] é algo que realmente senti e não quero mais. Por isso tinha na cabeça que o álbum tinha que ser uma coisa mais fluida, não podia ser pesado. Eu tinha que contar essa história de uma forma divertida”, afirma.

Feliz com o resultado, a cantora revela que nada é mais gratificante que o carinho do público.“A quantidade de gente que vem falar comigo para falar como meu disco ajudou ela a superar um relacionamento, um término de um casamento, então isso para mim que é o mais legal, mais gratificante que números, fama e essas coisas toda. É você fazer diferença na vida das pessoas que estão lhe ouvindo. Isso é o maior ganho do meu disco. Saber que todo mundo passa por isso, supera e que segue em frente”.

Sendo voz para um público amorosamente machucado, a nordestina solta o verbo sobre homens enrolados. “Melhor dica é desprezo. Boy lixo não merece a gente. Meu pai, sábio, sempre me disse: ‘Minha filha goste de quem gosta de você. Quem não gosta de você, você deixa pra lá’ De duas uma, ou ele [boy] vai se tocar que gosta de você, ou ele vai embora da sua vida, o que é um presente”.

BATIZADA PELA RAINHA BAIANA

A musa subiu no trio de Sangalo e cantou Alô paixão e Me Abraça neste último Carnaval e foi até produzida por ela. “Experiência única que eu vou guardar para o resto da minha vida. A Ivete, de todas as artistas que eu conheci é a mais generosa, mais legal, segurou a minha mão e falou que gosta do que eu faço e isso é muito importante para os artistas que estão começando, ter o apoio dos artistas que já estão ai, essa sagacidade também de experiência”.

Engana-se quem acha que a parceria foi negociada por empresários. O convite foi feito por redes sociais. “Veio por direct do Instagram. Ivete escreveu: 'Queria muito que você cantasse comigo".

“Cheguei no trio de mototaxi, meu cabelo estava péssimo e pedi ao maquiador dela para me arrumar e Sangalo falou: ‘Eu mesma vou te arrumar’. Foi maternal comigo, uma demonstração de amor e carinho muito grande”, conta ela, que exibiu a cena em seus stories do Instagram.

FUTURO

Dizendo ser ambiciosa, Duda, com apenas um ano de carreira, destaca: “Eu quero ficar enorme, meu sonho agora é crescer bastante. É que todo mundo escute minha música. Eu até brinco que só não ama Bixinho quem não ouviu ainda, isso não é ser metida, isso é acreditar muito no que eu faço, eu coloco ali um pedaço de mim, dos meus produtores”.

Pensando nos projetos para o ano que acabou de começar, e já está passando muito rapidamente, ela cita obras em audiovisual. “Quero muito fazer algo visual, que eu ainda não tive dinheiro para fazer no meu primeiro disco, queria que ele tivesse tido clipe em todas as músicas. Quero fazer música para a galera curtir, rebolar a bunda, igual a canção Jeito de Amar que eu fiz agora”.

NO FESTIVAL

Trazendo seu show ao Lollapalooza, a cantora se apresentará no palco Adidas no sábado, 6, às 12:30, e conta o que vai aprontar em Interlagos. “Vou lançar uma música com exclusividade de Mateus Carrilho e Jaloo. Será a primeira vez que iremos tocar essa música para o mundo. Além disso, vai ser um show que vou tentar manter a energia lá no alto, infelizmente não tenho uma hora de show, tenho somente 40 minutos. Estou bem animada, iremos estar todos bem bonitos no palco. Vai ser bem legal, com certeza”.