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Regina Duarte declara: ‘Não quero ser uma atriz mofada’

No ar em 'Sete Vidas', ela se diz em eterno aprendizado: “Adoro essa garotada, presto atenção em tudo o que fazem. Tento captar isso para mim. Não posso ser a mesma atriz que era há 15, 20, 50 anos"

CARAS Publicado em 02/06/2015, às 11h39 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Aos 50 anos de carreira, a estrela, no ar em Sete Vidas, conta que se inspira nos jovens - FERNANDO LEMOS /LEMOS FOTO
Aos 50 anos de carreira, a estrela, no ar em Sete Vidas, conta que se inspira nos jovens - FERNANDO LEMOS /LEMOS FOTO

Aos 50 anos de carreira,Regina Duarte (68) surpreende ao dizer que ainda está em fase de aprendizado e que não vive do sucesso do passado. Humilde e extremamente crítica consigo mesma, a atriz que interpretou personagens marcantes da TV como a viúva Porcina, em Roque Santeiro, de 1985; a protagonista da série Malu Mulher, de 1979, e três Helenas de Manoel Carlos (82), reforça que tem se inspirado profissionalmente nos jovens colegas de elenco da novela das 6, Sete Vidas.

“Adoro essa garotada, presto atenção em tudo o que fazem. Tento captar isso para mim. Não posso ser a mesma atriz que era há 15, 20, 50 anos... Tenho que falar a linguagem contemporânea. Não quero ser uma atriz mofada. Luto contra isso o tempo todo”, sentencia a estrela, na Ilha de CARAS. Dessa forma tão verdadeira e despretensiosa, Regina continua a divagar sobre a profissão e a família.

Mãe de André (45) e Gabriela Duarte (41), do casamento com o engenheiro Marcos Franco, e João (33), com o publicitário Daniel Gómez, e avó de Manuela (9), Théo (6), Frederico (4) e João Gabriel (1), ela afirma que está feliz com sua história, apesar das falhas que julga ter cometido ao longo da vida. “Tenho uma família linda e abençoada. O meu nível de exigência comigo é muito alto. Então, estou sempre achando que poderia ter feito mais e melhor o tempo todo. Tenho a consciência de que não sou uma supermulher para conseguir resolver tudo de maneira ideal, me aceito com deficiências, com coisas não realizadas. Mas sou uma pessoa grata”, pondera a atriz.

Além dos atores da nova geração, com quem mais aprende? Com os netos?
Sou uma pessoa interessada em vida, em gente. Criança é um poço sem fim de interesse. Eles estão sempre propondo coisas, são curiosos, engraçados, espontâneos. Eu os adoro, brincamos muito. Uma das principais diversões é montar espetáculos de teatro em casa.

Tem um encantamento pelo universo lúdico, não é?
Tenho muito! Tento não levar as situações tão a sério. Estou sempre aberta para cada dia, pois é sempre um novo dia, o que passou, passou. É uma visão bem de criança das coisas.

Imaginava que se tornaria uma avó tão participativa?
Na verdade, quando nós somos jovens, não pensamos que um dia teremos netos. Me considero privilegiada por fazer parte de uma geração que conquistou muita coisa, no sentido de prolongar o tempo útil de vida. A medicina evoluiu muito no intuito de proporcionar qualidade de vida e longevidade. Hoje em dia, as avós já não se parecem mais com a personagem Dona Benta, do Sítio do Picapau Amarelo.

Acredita que existe uma receita para ser feliz?
Depende muito da história de cada um. Se é que eu posso dizer alguma coisa, de como eu levo a vida... Bom, se cair, do chão não passa; viver um dia após o outro; otimismo é saudável; cuidar mais do interior do que do exterior. Acho que o interior é o espírito, a cultura, o conhecimento. Mais do que a pele, o cabelo e a forma física ideal, a gente é o que tem por dentro. É preciso cultivar o bom humor e a alegria e aí o resto vai acontecendo de um jeito bem legal. Levar tudo a sério é muito chato. Nós somos um grão de areia no universo. Estamos aqui de passagem. Tudo vai acabar.

Pensando assim, como encara o desafio de viver Esther, uma mulher à frente do seu tempo, em Sete Vidas?
Cada trabalho é uma aventura diferente. E esta novela está sendo linda. Esther é uma mulher com uma experiência de vida riquíssima e consegue compartilhá-la com o neto, filho, amigos... A nova família.

Os textos da autora Lícia Manzo vêm sendo muito elogiados pela crítica... 
É verdade. Lícia propõe reflexões importantes sobre a vida da gente, a realidade, as relações sociais, familiares, acertos e erros de comportamentos. Eu gosto bastante dos seus textos e sou apaixonada por ela desde a novela A Vida da Gente, a primeira trama da Lícia que fiz. Toda hora ia à Globo pedir para fazer uma novela dela. E encantou não só a mim. O brilho nos olhos das pessoas que falam comigo sobre a novela é a coisa mais linda.

Atuar ainda é difícil?
Não tiro nada de letra. Como falei, estou sempre me reciclando. Sou muito interessada e curiosa. Eu presto muita atenção em tudo, fico vendo as novas séries americanas. Qualquer coisa que diga respeito ao ser humano, estou correndo atrás. Até porque essa é a matéria prima de qualquer ator.

Parece que para você, profissionalmente, não existe nunca a sensação de dever cumprido...
Sou realizada até a página 2, porque tudo na minha carreira foi lindo. Aconteceu de uma maneira extraordinária, recompensadora. Até porque tive o reconhecimento do público e por parte dos colegas de profissão. Mas a vida é agora, é daqui para a frente. Então, estou me sentindo assim, com vontade de me realizar sempre. Pensando no futuro. As realizações do passado são muito queridas, mas estou muito mais ligada no que está por vir, nas cenas que vou gravar amanhã, nos projetos que vão surgir. E assim vou me reavaliando, me redescobrindo.