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Mariana Armellini: "O teatro é o lugar que me traz confiança"

Com a comédia nas veias, ela relaciona autoestima com profissão

Carlos Lima Costa Publicado em 11/06/2016, às 07h34

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Marianna Armellini - RENATO VELASCO/RENATO M VELASCO COM E FOTOG
Marianna Armellini - RENATO VELASCO/RENATO M VELASCO COM E FOTOG

Aatriz Marianna Armellini (38) não é exatamente romântica como a sua personagem Clarice, de Êta Mundo Bom! Casada há quatro anos com o músico e compositor Daniel Tauszig (38), ela estabeleceu com ele uma relação em que a parceria tem mais peso. “Quando somos adolescentes e terminamos um namoro, achamos que vamos morrer. Depois, aprendemos que ninguém morre de amor. Hoje, sou bem cínica, mais do que romântica. Mas acredito na parceria. O amor é parceria, companheirismo. E é isso que nós temos”, observou Marianna, na Ilha de CARAS. “Tem uma hora em que a paixão acaba, o que fica é o amor. Aí é preciso reconstruir a relação todos os dias. Dá trabalho. É um jardim, essa coisa bem cafona que falam, que você precisa cuidar”, acrescentou com seu habitual bom humor, característica que mostra novamente no trabalho. “Não estou no núcleo de humor, mas minha personagem dá esse toque a ele. Meu universo na trama é mais sério, pesado. Clarice é mais leve, a boazinha”, ressaltou sobre a personagem do grupo de dançarinas do Taxi Dancing do folhetim. Ao contrário de Clarice, Marianna não dança mal, nem pisa nos pés dos homens. “Adoro, sou bailarina frustrada. Fiz balé clássico dos 6 aos 12 anos e, mais tarde, jazz, hip hop, um monte de coisas. Não é que eu tenha talento para isso, preciso treinar para dançar bem”, conta. Por isso, adorou ter feito, durante pouco mais de três meses, aulas de bolero, samba e gafieira para a novela. “Pirei no tango. Morei três meses em Buenos Aires. Lá, assisti a algumas coisas, mas não consegui fazer aula de tango”, contou ela, que brinca com o fato de não poder treinar em casa. “Meu marido é péssimo! Daniel é músico, um cara incrível. Mas o ritmo foi todo para a cabeça. Tudo que é divertido ele faz, mas se é técnico, não. Já bastam as técnicas de música”, completou.

– São seis anos de relação. Não pensam em oficializar?

– Não. Eu sempre quis casar, ter o vestido, a festa, mas não precisava ser no religioso. Porém, ele me questiona, me põe contra a parede: “Por que você precisa disso?” Digo que é um sonho de menina, e ele rebate: “Mas para quê, para ser mais difícil separar?” Daí eu penso: para que mesmo? Gostamos de celebrar e queríamos dar uma festa, mas do jeito que desejávamos sairia caro, não tínhamos condições. Então, preferimos pegar o dinheiro e viajar.

– E já planejam filhos?

– Estou com 38 anos, já era hora. A vontade bateu e foi embora algumas vezes. No momento, realizo meu desejo de maternidade com o meu sobrinho, Francisco, que tem 2 aninhos. Sou completamente apaixonada por ele. Minha irmã, Carolina, sempre fala: “Meu filho vai crescer sem um primo, não é possível”. Não sei, a carreira está indo de vento em popa e filho precisa de dedicação. Sou dedicada em tudo que faço, com minhas cachorras, a labradora, Preta, e a vira-lata, Chiquita. Então, acho que iria ser uma mãe louca, não ia conseguir deixar meu filho em casa para ir trabalhar.

– Isso quer dizer que desistiu?

 Estou bem feliz com meu momento profissional, com meu casamento do jeito que está. Daniel gosta de crianças, elas se apaixonam por ele. A gente quer, mas agora não. E sei que teria de ser agora. Mas estamos tranquilos com a ideia de adoção mais para a frente, se por acaso eu não conseguir .

– O humor é um traço muito forte em você?

– Sempre! Profisionalmente e pessoalmente. Quando bem pequenininha, eu era muito tímida com os outros, mas dentro da minha casa, a palhaça. Com 13, 14 anos, comecei a aprender a me soltar e virei a palhaça com todos, quebrei a timidez. Era amiga de todos os meninos, eles me adoravam, mas não era moleca de ficar jogando bola, nada disso. Eu falava besteira, sempre falei palavrão. Ser a palhaça na adolescência era uma forma de sobrevivênca, e eu gostava. Amava assistir na televisão a filmes com Jerry Lewis, Monty Python, ao programa Os Trapalhões. Gostava do que me faziam sentir e queria passar a mesma coisa para as pessoas.

– Já era um desejo ser atriz?

– Quando fiz balé dos 6 aos 12 anos, o palco era um lugar onde me sentia à vontade. Depois, comecei a fazer teatro na escola. Era nele que me sentia bonita, importante, sexy, tudo. Foi por aí que comecei nesta profissão. Até hoje é onde me sinto melhor, plena.

– Hoje em dia, sente-se bonita também fora do palco?

– Depois, fui ganhando confiança. É claro que existem momentos nos quais a nossa autoestima é colocada em xeque, principalmente no meio em que trabalho, onde os padrões são bem definidos. O teatro é o lugar que me traz confiança.

– Já tem algum projeto para depois da novela?

– Por enquanto, estou curtindo Êta Mundo Bom!, me sinto feliz com a repercussão. O resultado está sendo bacana. Em uma época tão complicada da vida, o público comenta sobre as boas ações e o bom caráter da minha personagem. Faço parte de um grupo de teatro, As Olívias, e queremos reestrear a peça O Riso Nervoso. Também tenho um canal no Youtube, o Mulheres Ácidas, em que eu e a Cristiane Werson fazemos algumas webséries. E planejo estrear no fim do ano, ou no início de 2017, uma peça com o mesmo nome do canal. Estou com 15 anos de carreira e sonho ainda encenar meu primeiro monólogo. É importante para meu amadurecimento como atriz.