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Ana Botafogo

Comemora 30 anos como 1ª bailarina do Theatro Municipal do Rio, na Ilha

Redação Publicado em 07/02/2011, às 19h52 - Atualizado em 07/06/2012, às 23h25

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Em Angra, a bailarina clássica mais popular do país reflete sobre sua trajetória na ponta dos pés, diz que ainda não pensa em parar e que o ano é de comemoração. AnaBotafogo. - CÉSAR ALVES; BELEZA: DUH; PRODUÇÃO: CLÁUDIO LOBATO; AGRADECIMENTO: ATELIER REAL
Em Angra, a bailarina clássica mais popular do país reflete sobre sua trajetória na ponta dos pés, diz que ainda não pensa em parar e que o ano é de comemoração. AnaBotafogo. - CÉSAR ALVES; BELEZA: DUH; PRODUÇÃO: CLÁUDIO LOBATO; AGRADECIMENTO: ATELIER REAL
Com uma paixão que transborda quando fala de sua dança, Ana Botafogo (54) diz que é bailarina 24 horas por dia. A dedicação e disciplina dessa artista mignon, de 45 kg em 1,60m, que até hoje rouba a cena com sua graciosidade e força de movimentos nos palcos mundiais, a levaram a comemorar este mês 30 anos como primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio. "Essa profissão consome muitas das nossas horas com ensaios, mas não deixei minha vida de lado, não, sempre consegui levar paralelamente. Procuro estar com meus amigos de outras áreas, casei. Aliás, conheci meus dois maridos dentro do Muni cipal. Um era bailarino, o inglês Graham Bart, e veio dançar a convite do teatro. O outro, que era advogado, Fabiano Marcozzi, estava ajudando a criar a Fundação Theatro Municipal e nos encontramos quando eu já estava viúva do Graham", conta ela, também viúva de Marcozzi. Outra celebração marca este ano a vida profissional de Ana. A bailarina clássica mais popular do Brasil, que calçou pela primeira vez as sapatilhas quando tinha 6 anos, completa 35 de carreira. E o grande presente vem da própria casa dela. Há mais de seis anos, seu pai, Ernani Ernesto Fonseca (85), médico cirurgião ainda em plena atividade, arquiva tudo sobre a filha para organizar sua biografia. "Ele fez uma pesquisa enorme. Coisa de pai mesmo. Quer contar minhas histórias desde que nasci. Toda a parte profissional será documentada com o que foi publicado na imprensa. O trabalho está maravilhoso, praticamente pronto. Agora, temos de cortar um pouco porque como danço muito, sempre tenho histórias. Queremos lançar em breve. Se pudesse, ainda este ano, mas acho que deve ficar para 2012", disse ela, que há cerca de três meses sofreu lesão no pé esquerdo e ainda está em processo de recuperação. "Me machuquei dançando no Festival Internacional da Amazônia. Tive o estiramento de um ligamento e a ruptura de outro. Só volto às aulas de balé na segunda-feira, dia 14", contou. - Ainda faz aulas? - Tenho de fazer todo dia, bailarinos não param nunca. É o nosso aquecimento e o nosso preparo técnico. Faço uma hora e meia de aula e depois ensaio. Não é sem esforço que consigo manter meu físico ainda mignon, para que possa fazer grandes clássicos, como Giselle, uma camponesinha. Alguns papéis não tenho mais feito, como a protagonista do balé Coppelia, que é uma bonequinha. Prefiro os de mulher mais madura, como a Tatiana, do balé Eugene Onegin, ou a Dama das Camélias. É uma mudança de vida. - Quando você pensa em parar de dançar? - Não quero falar de despedida. O ano é de comemoração. Para o segundo semestre, tenho dois grandes projetos de dança previstos. Um com o Muni cipal e outro que vou montar. Devo trazer uma produção inglesa, mas não está nada definido. Sei que minha carreira já é longa para um bailarino clássico, que, em geral, dança até os 40, 50 anos de idade. - Você teve dois casamentos e ficou viúva as duas vezes. Como reestruturou sua vida afetiva? - Não reestruturei. A perda de alguém é algo complicado, sempre pega a gente de repente. As duas que tive foram bem difíceis. Nunca podia imaginar que fosse acontecer, primeiro porque minha primeira viuvez foi trágica, Graham foi arrastado pelas ondas na praia carioca do Leme, em 1988. Meu segundo marido, perdi para uma doença, um AVC. Faria dez anos de casada;, éramos parceiros, estávamos sempre juntos, viajávamos, ele me paparicava. Os primeiros meses sem ele me abalaram muito. Agora, estou há nove anos e meio sozinha, passou rápido. Mergulhei na profissão, procurei fazer várias coisas, quis manter a carreira ativa. Deixei essa parte da vida afetiva um pouco de lado. - Sente falta de alguém? - Claro. Dividir, ter um companheiro, faz falta, sim, mas não saí buscando. Como o acaso me fez conhecer meus dois maridos, acho que fiquei esperando que acontecesse novamente. Mas talvez tenha trabalhado tanto que não consegui dar chance a esse acaso. Quem sabe, enfim, isso ainda aconteça? - Você tem de se manter em forma para as apresentações. O que costuma fazer? - Minha alimentação é variada e saudável, mas sem restrição. Como ensaiamos o dia inteiro, é um desgaste grande, então como muita massa, preciso de energia. Bailarina não pode ficar fraca. Também estou fazendo mais musculação, pilates, para estar sempre alongada e fortalecida. Confira o vídeo na TV CARAS: