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Val Marchiori desabafa: 'Não dei o golpe da barriga'

Participante do reality show 'Mulheres Ricas', da Band, garantida na atração até 2013, Val Marchiori abre sua casa, mostra como é a sua decoração de Natal e fala dos projetos para o novo ano

Gustavo Miranda Publicado em 23/12/2012, às 07h53 - Atualizado em 10/07/2020, às 14h42

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Os gêmeos Victor e Eike com Val Marchiori - Cleiby Trevisan
Os gêmeos Victor e Eike com Val Marchiori - Cleiby Trevisan

Depois de protagonizar cenas para lá de engraçadas na primeira temporada do reality show Mulheres Ricas, da Band, e se consolidar como estrela da segunda temporada da atração, e já confirmada para a terceira, Val Marchiori (38)sente orgulho de tudo o que viveu em seus 38 anos. Sobretudo quando o assunto é a maternidade, como explicou ao abrir as portas do seu apartamento, nos Jardins, para a CARAS Online. “Quando nasce um filho, nasce uma mãe, porque você aprende a ser mais humana. Dá mais valor às coisas que realmente têm importância”, avalia a empresária, mãe dos gêmeos Eike e Victor (7), do relacionamento com o empresário Evaldo Ulinski (65).

Dona de um jeito irreverente e com a metralhadora verbal  apontada para as participantes da segunda temporada do reality, Val mostrou sua decoração de Natal, ao lado dos filhos, do seu “personal cabeleireiro/maquiador”,  Dudinha (27), seu fiel escudeiro, no maior estilo Crô, de Fina Estampa. Ela também resolveu abrir o jogo. “Não é que eu dei o golpe da barriga em alguém, como as pessoas insistem em falar de mim. Eu já era rica quando fui mãe. Sou fútil porque gosto de shampoo, de coisa boa? Sorry, o dinheiro é meu, não é fruto de prostituição, nem de corrupção. Eu lutei por ele e não tenho vergonha disso”, desabafa.

Está correndo, em segredo de Justiça, um processo para solucionar a divisão de bens e pensão por conta dos filhos que a socialite teve com Ulinski. Sobre a separação, ela prefere não falar, porque acredita ser melhor aguardar o resultado da questão. No entanto, Val não esconde que está se reconstruindo por conta de uma desilusão amorosa. “Eu tive uma grande decepção na vida, procuro ver o que foi de bom e o que foi ruim. Não é porque você se decepcionou muito que vai deixar de acreditar nas pessoas. Tudo serve para alguma coisa, para melhorar”, diz.

Val também fala um pouco sobre sua vida enquanto empresária, da infância pobre, da vontade de vencer na vida e, aproveitando que mostrou sua decoração natalina, ela descreve suas tradições pessoais para a data. “Eu sempre tive Natais muito pobres, então, eu escrevi muita cartinha de Papai Noel todo ano, colocava debaixo da árvore. Para mim, no Natal, é imprescindível ter presente para as crianças, porque elas ficam esperando. Eu nunca me esqueci do meu primeiro presente de Papai Noel”, explica.

Para o réveillon, vai investir no look branco – “roupa nova sempre” - pois acredita que esse ritual ajuda a trazer boas energias. Na ceia dela não pode faltar a lentilha e um bom champagne. “Se você não tiver champagne não tem problema, o importante é brindar a felicidade. 2013 vai ser o ano da explosão, porque eu tenho uma relação muito boa com o número 13, sempre nos dias 13 acontecia coisas boas, recebia boas notícias. No Mulheres Ricas, tenho contrato com a Band até a terceira temporada do Mulheres Ricas, eu já virei rica fixa”.

Veja abaixo a íntegra da entrevista:

- Como você se enxerga no papel de mãe?
Ser mãe, para mim, foi meu melhor projeto de vida. Sempre quis ser mãe, eu planejei ser mãe após os 30 anos de idade. Como eu sou filha de pai e mãe separados, eu não quis que meus filhos passassem o que eu passei: não poder comprar coisas, não poder pagar uma escola. Eu fui mãe já independente financeiramente. Acho isso muito importante para mulher, independente do marido, do companheiro, do namorado, enfim. Quando nasce um filho, nasce uma mãe, porque você aprende a ser mais humana, dá mais valor às coisas que realmente têm importância. Eu gosto da coisa boa, do champagne, mas eu não troco por estar ao lado dos meus filhos, o abraço deles, dormir com eles, jogar bola, ir pescar com eles, no cinema, no zoológico, eu sou muito mais feliz com eles, em coisas simples, do que nessas festas em qualquer lugar.

- E você precisa bancar a mãe brava?
Eu dou muito amor, mas eu dou muito limite para os dois. Não é porque eles nasceram em berço de ouro, que vão ser crianças mal educadas. Eles não podem comprar tudo o que querem, eu não deixo. O Eike com 3 anos de idade, a gente estava numa loja de brinquedo, e falei para eles escolherem um presente. O Victor demorou 45 minutos para escolher um presente. O Eike pegou uns seis. Eu falei ‘não, filho, é um só’. É muito mais fácil falar sim para criança do que não. Ele falou que ia levar todos, começou a chorar, espernear. Falei: 'você não vai levar nenhum, então. Ou você aprende a ter limites, ou você não vai levar nenhum'. Coloquei ele no carro e levei só o do Victor. No carro mesmo ele já aprendeu a lição e disse: 'mamãe, eu quero levar só um'. Nunca mais, não preciso dar bronca.  Eles não sabem se são ricos ou pobres, eles não sabem o que é ter dinheiro. Tem que ensinar logo no começo que ele não pode ter tudo o que quer. Comigo nunca foi nada fácil, por isso que eu tento ensinar os meninos desse jeito, de repente eu posso não estar mais aqui para protegê-los. Eles têm que saber se virar na vida.

Como é a sua rotina com eles?
Eles agora estão estudando à tarde, acordo às 8, sempre tomo café da manhã com eles. De manhã, eles vão para a fono, para a aula de música. Eu tento programar a minha rotina de trabalho, sempre, para depois do almoço, porque eles entram na escola à 1h da tarde, então eles almoçam, depois o motorista deixa eles na escola. À tardinha eles têm aula de judô e às 8h da noite eles estão de volta em casa. Às vezes eu estou em casa, mas às vezes eles também saem com as babás. O Victor e o Eike conhecem todo o Jardins, eles adoram restaurante japonês, eles vão almoçar no Gero, no Figueira. Duas vezes por semana, eu procuro jantar com eles, às vezes, eu levo um só. Como são gêmeos, têm uma competição constante entre si - com a mãe, com o pai e com os amigos. Eu malho das 8h às 9h, tomo café com eles às 9h30. À tarde estou sempre trabalhando, ou cuidando dos meus negócios.

- Você já consegue identificar quais são as habilidades e dons de cada um?
O Eike é mais artista, ele toca piano, ele não tem vergonha, ele se dá com todo mundo, pode ser gordo, magro, pobre, rico, negro, branco, japonês. Ele vai com todo mundo, eu falo que ele é a Valdireninha. Na escola, o apelido dele é 'Par Perfeito', porque ele é assim com os amigos e com as meninas. Já o Victor é mais reservado, demora para pegar confiança, ele não beija nem a professora. Ele é mais responsável, a letrinha dele é até mais bonita, quando ele faz a lição de casa, ele capricha mais, é mais atencioso. O Victor é mais maduro que o Eike. São personalidades superdiferentes, eles são muito educados. Odeio criança mal educada.

- Quantas pessoas trabalham com você e como é a Val chefe?
Hoje, mais de 20 pessoas trabalham comigo. Eu sou exigente, mas sou muito leal. Sou muito exigente com a refeição dos meus filhos, com os cuidados das roupas deles, as minhas roupas. Eu sou superatenta com as coisas deles, não que eu deixe meus vestidos de lado, hello, mas eu fico mais ligada nas coisas deles. Todo mundo come do que eu como. Amigas minhas, por exemplo, levam os filhos para almoçar, mas a babá come em casa, depois. Acho isso um absurdo. As babás dos meus filhos vão comer do pato que eu como, no restaurante caro que eu comer. Acho muito mal educado. Eu sou superamiga. Então, se está com problema, eu prefiro que fique em casa, resolvendo os seus problemas. Não gosto de quem está mal perto de criança. Eu não desconto meus problemas nos outros, fico quietinha. Então, quando eles não estão bem, também podem ficar quietinhos na dele, que eu vou entender.

- Você fala da sua rotina como empresária. Como é essa Val?
Eu tenho algumas locações, casas fora, alguns aluguéis. A gente tem que estar sempre acompanhando isso. Além disso, eu sempre compro ações, então tenho que me informar sobre o que está dando e o que não está dando dinheiro. Eu sempre tiro o horário da tarde para cuidar dessas questões, como as crianças estão na escola. Então, por exemplo, lá em Angra estão fazendo um novo empreendimento. Então, vou atrás de me informar se é bacana investir, se vale comprar não para usar, mas para fazer um investimento. Gosto muito de saber sobre política, porque já perdi muito dinheiro por causa dela. Em 2000, 2001, eu tinha concessionária de carro importado e perdi muito dinheiro por causa da desvalorização do real. Eu só faço o tipo de alienada, mas não tem nada a ver. Eu tive duas transportadoras. Trabalho desde muito cedo. Com 8 anos, já vendia Avon, com 12 já vendia MAC, com 15 eu já desfilava. Eu sempre trabalhei muito. Eu 1997, eu fiz a minha transportadora, a Valmar. Eu gosto do que é bom, mas eu sempre tive de me sustentar. Então, eu desde cedo pago os meus Versacces, parceladinhos, com os cheques da transportadora mesmo. Eu só faço tipo de alienada, mas no meu dinheiro ninguém mexe não.

- Você se considera uma pessoa com objetivo, determinada?
Eu nasci no interior, no sítio. Era eu e mais três homens, italiano criava a mulher para casar, naquela época. Homem ia trabalhar com pai e mulher tinha que casar. O que eu não tinha me motivou. Eu tinha essa ambição de ter as coisas. Eu só tinha um sapato; hoje eu tenho 300 em todas as casas. Tinha que lavar, colocar em cima do telhado para secar. Fazia feira para ganhar dinheiro no fim de semana com meu pai. Eu queria ganhar dinheiro, comprar meus perfuminhos. Isso que me motivou a querer estudar. No sítio era muito difícil. Eu via avião e queria voar. A primeira viagem de avião que eu fiz foi aos 16 anos. Pensava: 'será que um dia eu vou andar de avião? Eu dirigia trator, eu queria fazer alguma coisa diferente'.

- Qual é a casa preferida?
Eu amo São Paulo. São casas diferentes. Angra é o meu paraíso, fico sem maquiagem, sem cabeleireiro. Pego meus filhos e lá eu relaxo, pego o barco, levo meu irmão e meus sobrinhos. Lá eu relaxo e recarrego as baterias. Adoro São Paulo, eu sou muito urbana, acho que as duas são as minhas preferidas, porque não gosto muito de ir para o interior, não. Hello, eu me encho logo de fazenda.

- O que mudou com Mulheres Ricas?
O Mulheres Ricas foi um divisor de águas na minha vida, porque o Amaury era uma coisa pequena, eu tinha meu quadro, gravava lá uma vez a cada 15 dias. Era mais tranquilo, não tinha a mesma visibilidade. Aliás, nem a Bandeirantes tinha noção da visibilidade que o programa teria. A gente não sabia quase nada, para falar a verdade. Tipo, a gente não sabia que as outras participantes do programa alfinetariam. Hoje, as novas já chegam tendo um modelo. A gente saiu do zero em tudo. Elas sabem já como seguir. O primeiro elenco éramos nós mesmos, a gente não precisava alugar nada para fingir. As novas acabaram de fazer um fake com um jatinho alugado. Independente das divergências, eu achava o elenco do primeiro programa mais autêntico, a gente não falava do caráter das pessoas, a gente criticava cabelo, roupa, maquiagem. Fazia parte do jogo, hello, quem não quer ser alfinetado fica em casa, nem apareça. Eu lido numa boa com isso. Quando me chamam de fútil, eu digo: 'ha-ha-ha, eu sempre trabalhei querido, não nasci de pai rico, nem mãe rica. Fui mãe aos 30 anos de idade e já pagava meus Versacces havia muito tempo, já morava bem. Eu fui mãe morando superbem, num apartamento que eu tenho até hoje e hoje o filho do Amaury Jr mora nele. Eu já viajava o mundo. Não é que eu dei o golpe da barriga em alguém, como as pessoas insistem em falar de mim. Eu já era rica quando fui mãe. Sou fútil porque gosto de shampoo, de coisa boa? Sorry, o dinheiro é meu, não é fruto de prostituição, nem de corrupção. Eu lutei por ele e não tenho vergonha disso.

- Corrupção, política e afins
Sabe que no Brasil é assim, as pessoas têm medo de falar que têm isso ou aquilo, porque a gente vive num país em que tem muita corrupção. Aí o Joaquim Barbosa, que eu dou o meu hello para ele, porque ele está sendo responsável por enquadrar os políticos corruptos pela primeira vez nesse país. O Brasil está caminhando, eu fico muito feliz que isso está acontecendo. Pessoas que têm dinheiro, elas se acham donas do mundo, porque conhecem juízes, promotores. Graças a Deus o Brasil está caminhando. Eu tenho uma avó e eu pago o plano de saúde dela há 20 anos, e se dependesse do atendimento público ela já tinha morrido. Então, é muito bom ver isso. Eu, que tenho empresa, vejo todos os altos impostos que a gente paga indo para o bolso desses ordinários, desses corruptos. Eles têm que ir para cadeia mesmo, mostrar que a coisa funciona. Eu fico indignada.

- Você faria campanha política para alguém?
Só para mim mesma. Quem sabe? Já fui convidada a ser deputada federal. Mas por enquanto não está nos meus planos. O que mais me irrita na política é que você não vê um grande empresário fazendo carreira política. Você vê aquele cara que faz carreira para enriquecer, ganha dinheiro fazendo política. O político está lá há 50 anos, é de família já.

- Como surgiu o bordão 'hello'?
Ah, foi em Paris, sabe. O 'hello' já é chique, faz uns 5 anos. A gente estava no Plaza, loucas para comprar. A gente estava na Channel, louca para comprar. Mas as japonesas estava dominando tudo. A gente já tava desesperada, que não conseguiria nada. Era coleção nova, e só via as bolsas saindo. Aí, comecei o 'hello', vem me atender que eu quero comprar. Assim, começou o 'hello'. No dia seguinte, a gente estava no hotel e minha amiga, Stellinha, dormindo. E eu comecei: 'hello, para dormir, eu durmo no Brasil. Anda, que eu tou louca para comer croissant e tomar champagne'. Era 'hello' para acordar, para garçom que demorava muito, hello para o bonitão, hello para o ex. Foi de brincadeira, assim, e pronto, no Mulheres Ricas, a coisa explodiu. Eu não sou a Val, eu sou a hello. No Carnaval, em Salvador, no ano passado, eu quase fui pisoteada, com tanto hello.

- Val está apaixonada? Já superou a separação?
Eu sou apaixonada pela vida. Que graça que tem a vida sem amor? Ano que vem promete. A gente conhece as pessoas, mas não estou apaixonada por ninguém ainda. Estou apaixonada pelo trabalho, pelos amigos, pelos filhos.

- Tem alguma superstição em relação ao amor?
Se o homem é de capricórnio eu já fico meio assim, não me afasto. Mas também não me entrego. Esse ano foi um ano para me refazer. Não é fácil. Você tem que primeiro refazer seu coração. Eu não fico porque o cara é bonito. Eu não saio com o cara na primeira noite, never. Eu sou superdiscreta, assim. Imagina conhecer um italiano numa viagem e tal. Hello, a gente tá viva... Eu espero encontrar um homem, sou livre, sou solteira. Quero, sim, encontrar um grande amor. Essas coisas acontecem quando a gente menos espera. Eu tive uma grande decepção na vida, procuro ver o que foi de bom e o que foi ruim. Não é porque você se decepcionou muito que vai deixar de acreditar nas pessoas. Tudo serve para alguma coisa, para melhorar.

- O tipo de homem perfeito?
Eu gosto de homem que eu admire, homem mais velho. Não gosto de molecão. O cara que tenha um bom humor, seja elegante, saiba abrir uma porta para a mulher. O diálogo é imprenscindível. Um político casado aí, meu amigo, sempre me diz: 'Val, acabou aquele conexão sabe. No casal, é preciso ter interlocução'. Eu gosto de aprender, eu tenho preguiça de ensinar. Ensinar, eu ensino essas novas ricas meia-boca. O homem tem que levar a mulher.

- Qual o presente inesquecível da sua vida?
O inesquecível foi uma Porsche. Eu estava gorda, porque tinha acabado de ter os gêmeos. Aí eu fiz uma aposta, se eu perdesse os 40 kg em quatro meses, eu ganharia uma Porsche. Eu perdi esses 40 kg em dois meses. Foi uma aposta feita com o ex e foi um grande presente, fruto de uma aposta, e eu tive de literalmente suar e passar fome para conseguir. Tem também o Enzo, que foi minha grande paixão, uma vez ele me deu um presente lindo, quando cheguei no meu escritório, estava lá uma passagem de primeira classe para Nova York. Chegando lá, tinha quarto com minha roupa, tudo separadinho. Era uma coisa de filme.

- Quem deu?
O ex.